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Investigadores da FCTUC concebem PVC flexível sem recurso a aditivos tóxicos

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Investigadores da FCTUC concebem PVC flexível sem recurso a aditivos tóxicos

Investigadores de Coimbra desenvolveram uma nova técnica de polimerização do PVC (policloreto de vinilo), um dos plásticos mais usados mundialmente, que permite preparar materiais flexíveis de base PVC sem recorrer a plastificantes, considerados altamente tóxicos.

Segundo uma nota divulgada hoje pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), a técnica foi concebida por Jorge Coelho, orientado pela docente Helena Gil - do Departamento de Engenharia Química -, e já está a ser aplicada, em fase piloto, na empresa CIRES - Companhia Industrial de Resinas Sintéticas, S.A., líder de mercado, e com uma capacidade de produção anual de cerca de 180 mil toneladas de PVC.

"A descoberta deste novo método de síntese assume particular importância, considerando o facto de há mais de 40 anos não surgirem novos processos de fabricação de PVC, sendo este polímero o terceiro mais consumido, em volume, no mundo", refere o texto.

É ainda sublinhado que o uso de plastificantes, os aditivos que tornam o PVC flexível, tem sido muito contestado por profissionais de saúde e por ambientalistas. "A Greenpeace, por exemplo, organizou uma campanha a alertar para os perigos do uso destes aditivos nos brinquedos, nos cosméticos e na roupa, entre outros", refere.

Segundo Jorge Coelho, o método agora descoberto "é a solução para muitas empresas do ramo porque está em curso a aprovação de novas normas europeias, que proíbem o uso do PVC plastificado, fabricado pelo método convencional (actualmente no mercado)".

A nova técnica vai solucionar este problema "permitindo manter os mercados actuais, para além de possibilitar a conquista de novas aplicações", adianta o investigador da FCTUC. De acordo com uma fonte da FCTUC, a pesquisa foi realizada no âmbito de um consórcio internacional de várias empresas, liderado pelo grupo chefiado pela professora Helena Gil.

"Reconhecendo o pioneirismo desta área de investigação da FCTUC, o consórcio mundial que se formou (constituído por um vasto grupo de empresas) convidou os cientistas de Coimbra a liderarem o processo. O consórcio colocou um desafio: o desenvolvimento de um novo método de produção de PVC, de fácil implementação industrial e economicamente viável", é referido na nota.

O texto refere mesmo que "o maior problema da indústria de PVC acaba de ser resolvido por Jorge Coelho, orientado por Helena Gil, do Departamento de Engenharia Química da FCTUC, e pelo engenheiro Pedro Gonçalves da CIRES SA".

Desta investigação, que se iniciou há seis anos, resultou a tese de doutoramento de Jorge Coelho, premiada pela Grupo CUF (Grupo Mello) em parceria com a Fundação para a Ciência e Tecnologia como a Melhor Tese Nacional nas áreas de Engenharia Química, Biológica, Ambiental e Fertilização dos Solos no ano 2006. A cerimónia de entrega do galardão, no valor de 7.500 euros, realiza-se hoje, em Alverca.

De acordo com Jorge Coelho, durante a investigação "a adaptação da polimerização à escala industrial foi a fase mais estimulante, mas também a mais problemática, porque é imperativo pensar e desenvolver um método de aplicação em grande escala, muito diferente da escala de laboratório".

A médio prazo, esta nova técnica terá também, múltiplas potencialidades na área da medicina. "Os investigadores da FCTUC estão já a desenvolver biomateriais para aplicações biomédicas nas áreas da oftalmologia, ortopedia, e dermatologia, entre outras", adianta a nota.
 
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