Jacques Audiard: «Faço cinema para comunicar com as pessoas

nuno29

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O Estoril Film Festival`09 terminou este sábado com a exibição de «Un Prophète» e a presença de Jacques Audiard a fechar mais de uma semana de grandes filmes e várias estrelas. A sessão que fechou o festival teve mais uma correspondência em termos de público e já passava da meia noite quando o sorridente argumentista que passou a realizador pôde entrar para contar que faz cinema «para comunicar com as pessoa, pois «quando fazia argumentos estava a ficar deprimido».

Só argumentos quer Audiard dizer, pois, em «Un Prophète», é co-autor do guião com Thomas Bidegain, além de realizador. Este filme passado sobretudo (mesmo que não exclusivamente) numa prisão e com um recluso como personagem principal obrigou a muita documentação, visitas a vários estabelecimentos prisionais, mas Audiard frisou que o filme «é uma ficção, não um documentário». E um dos exemplos que deu foi revelar que as cenas na prisão foram filmadas em estúdio, numa fábrica reestruturada para o efeito.

Audiard contou que como «o som nas prisões é incessante, há um rumor que não pára» utilizou o stretching para o prolongar e utilizou também o som para tornar a imagem mais lenta. O realizador não assentiu a rótulos fáceis de filme violento e mas reconheceu que as cenas de violência e exigem-lhe «muito» e que «são muito duras de filmar».

O herói do filme é Malik El Djebena, um miúdo que não imagina o que vai ser ter ido preso, mas que começa a adaptar-se à lei da sobrevivência. «O uso que o herói faz do mundo é um pouco um paralelo com o uso que eu faço», assumiu o realizador frncês contando que descobriu o jovem actor Tahar Rahim «por acaso». Encontrou-o entre filmagens de amigos e depois de um casting «rápido» «ficou como potencial personagem».

Os actores são um dos pontos fortes de «Un Prophète» e Audiard apontou essa «singularidade do filme» por juntar «a experência do Niels [Arestrup], a pouca experiência do Tahar e com quem nunca tinha representado». Outro dospontos fortes é a questão da vida nas prisões e toda as consequências sociais agregadas, a começar pela cada vez maior diversidade étnica e que marca cada país da Europa. «Certas questões sociais não estão representadas pelo cinema francês e isso interroga-me», disse Audiard reforçando que «Un Prophète» é «ficção com elementos reais».

iol
 
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