João Salaviza foi em 2009 «o rapaz que venceu a Palma de Ouro», um prémio de cinema que teve tanto de revelação como de consagração e do qual o realizador se quer libertar para entrar no futuro.
Foi com a curta-metragem «Arena» que João Salaviza, 25 anos, se tornou notícia, quando venceu em Maio a Palma de Ouro, no Festival de Cinema de Cannes, um feito que nenhum realizador português até agora tinha conseguido.
Era a estreia profissional de um realizador praticamente desconhecido do grande público e logo com um prémio do mais importante festival europeu. Antes, Salaviza tinha feito apenas a curta-metragem «Duas pessoas» num projecto escolar.
De Cannes até agora, João Salaviza praticamente esteve em trânsito, a apresentar «Arena» em cerca de trinta festivais internacionais.
«Foi cansativo, mas gratificante. Se há um ano estava a acabar de montar o `Arena`, uma coisa que fiz sozinho, não fazia a mínima ideia do que é que ia acontecer com o filme», admitiu o realizador em entrevista à agência Lusa.
O cineasta olha para 2009 como um ano de sorte, pelo prémio, mas de expectativa com um certo «amargo de boca».
Admite que «houve muita gente que se desiludiu com o filme. De repente as pessoas iam ver o filme da Palma de Ouro e não um filme português qualquer de um jovem realizador».
É por isso que diz que «tem mais orgulho no filme do que no prémio».
«Estou muito feliz com o que me aconteceu e considero-me o homem mais sortudo do mundo», mas «fiquei um bocado com o estigma», por ser aquele-que-venceu-a-Palma-de-Ouro.
«Provavelmente só vai desaparecer quando fizer outro filme», disse.
Isso deverá acontecer em 2010, ano em que João Salaviza tem três projectos em mãos: duas curtas-metragens e a primeira longa-metragem.
Em Fevereiro irá ao festival de Clermont-Ferrand, em França, contactar produtores e procurar apoio financeiro para o filme «Raffa», a curta-metragem que já tinha idealizado ainda antes de vencer o prémio de Cannes.
«É um filme que aborda por um lado a relação indivíduo-instituição. É um miúdo de 13 anos que vai ter que se relacionar com a polícia ao longo de um dia em Lisboa e por outro é uma história de fim de infância precoce», descreveu o realizador.
Em Abril irá filmar outra curta-metragem, encomendada pelo Teatro Municipal São Luiz, a partir do trabalho de Pina Bausch e que deverá estrear-se em Junho de 2010, coincidindo com a passagem de ano da morte da coreógrafa alemã.
O filme de ficção tem argumento de Salaviza e «vai ser uma reflexão sobre o processo dela na dança e perceber de que maneira incorpora as coisas da realidade no seu trabalho», revelou.
Até Março, Salaviza estará embrenhado na escrita do guião da primeira longa-metragem e os restantes meses serão para procurar financiamento.
Entre tudo isto, João Salaviza tentará fazer «uma vida relativamente desinteressante», como disse antes à Lusa, e superar as expectativas em torno do seu trabalho.
«Sinto que ainda tenho o direito de falhar, se as coisas correrem mal», disse.
iol
Foi com a curta-metragem «Arena» que João Salaviza, 25 anos, se tornou notícia, quando venceu em Maio a Palma de Ouro, no Festival de Cinema de Cannes, um feito que nenhum realizador português até agora tinha conseguido.
Era a estreia profissional de um realizador praticamente desconhecido do grande público e logo com um prémio do mais importante festival europeu. Antes, Salaviza tinha feito apenas a curta-metragem «Duas pessoas» num projecto escolar.
De Cannes até agora, João Salaviza praticamente esteve em trânsito, a apresentar «Arena» em cerca de trinta festivais internacionais.
«Foi cansativo, mas gratificante. Se há um ano estava a acabar de montar o `Arena`, uma coisa que fiz sozinho, não fazia a mínima ideia do que é que ia acontecer com o filme», admitiu o realizador em entrevista à agência Lusa.
O cineasta olha para 2009 como um ano de sorte, pelo prémio, mas de expectativa com um certo «amargo de boca».
Admite que «houve muita gente que se desiludiu com o filme. De repente as pessoas iam ver o filme da Palma de Ouro e não um filme português qualquer de um jovem realizador».
É por isso que diz que «tem mais orgulho no filme do que no prémio».
«Estou muito feliz com o que me aconteceu e considero-me o homem mais sortudo do mundo», mas «fiquei um bocado com o estigma», por ser aquele-que-venceu-a-Palma-de-Ouro.
«Provavelmente só vai desaparecer quando fizer outro filme», disse.
Isso deverá acontecer em 2010, ano em que João Salaviza tem três projectos em mãos: duas curtas-metragens e a primeira longa-metragem.
Em Fevereiro irá ao festival de Clermont-Ferrand, em França, contactar produtores e procurar apoio financeiro para o filme «Raffa», a curta-metragem que já tinha idealizado ainda antes de vencer o prémio de Cannes.
«É um filme que aborda por um lado a relação indivíduo-instituição. É um miúdo de 13 anos que vai ter que se relacionar com a polícia ao longo de um dia em Lisboa e por outro é uma história de fim de infância precoce», descreveu o realizador.
Em Abril irá filmar outra curta-metragem, encomendada pelo Teatro Municipal São Luiz, a partir do trabalho de Pina Bausch e que deverá estrear-se em Junho de 2010, coincidindo com a passagem de ano da morte da coreógrafa alemã.
O filme de ficção tem argumento de Salaviza e «vai ser uma reflexão sobre o processo dela na dança e perceber de que maneira incorpora as coisas da realidade no seu trabalho», revelou.
Até Março, Salaviza estará embrenhado na escrita do guião da primeira longa-metragem e os restantes meses serão para procurar financiamento.
Entre tudo isto, João Salaviza tentará fazer «uma vida relativamente desinteressante», como disse antes à Lusa, e superar as expectativas em torno do seu trabalho.
«Sinto que ainda tenho o direito de falhar, se as coisas correrem mal», disse.
iol