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Literatura: Vencedor do Prémio Camões 2008 é hoje anunciado

Satpa

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Literatura: Vencedor do Prémio Camões 2008 é hoje anunciado

Lisboa, 26 Jul (Lusa) - O nome do escritor premiado com o Prémio Camões 2008, este ano na sua vigésima edição, é hoje anunciado em conferência de imprensa pelo ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro.

Na edição anterior do prémio, o mais importante atribuído a autores de língua portuguesa, o galardoado foi António Lobo Antunes.

Instituído pelos governos português e brasileiro em 1988, o Prémio distingue, anualmente, um autor que, pelo conjunto da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua portuguesa.

Este ano, o vencedor será escolhido por um júri de que fazem parte Maria de Fátima Marinho, professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Maria Lúcia Lepecki, professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Marco Lucchesi, escritor e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ruy Espinheira Filho, escritor, jornalista e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), João Meio, poeta e jornalista angolano, e Corsino Fortes, diplomata e presidente da Associação de Escritores Cabo-verdianos.

Miguel Torga inaugurou em 1989 - o primeiro ano da atribuição do prémio - a lista dos vencedores.

Desde então, foram distinguidos nove autores portugueses, sete brasileiros, um moçambicano e dois angolanos. Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau não viram ainda qualquer dos seus escritores premiado.

Sem especiais polémicas a marcá-lo desde a sua criação, o Prémio sofreu na 18/a edição o seu primeiro "percalço", ao recusar recebê-lo o escritor escolhido pelo júri: o angolano Luandino Vieira.

O autor de "Luuanda" explicaria, algum tempo depois, em Março de 2007, que "pesou muito" na sua decisão o facto de não publicar qualquer livro há longos anos.

"Teria sido uma grande injustiça para os escritores que estavam a editar regularmente", disse na altura à Agência Lusa, à margem da apresentação, em Vila Nova de Cerveira, do romance "O livro dos Rios", com que precisamente pôs termo ao seu prolongando silêncio literário.


RMM.

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Saramago saúda entrega de Prémio Camões a João Ubaldo Ribeiro

Saramago saúda entrega de Prémio Camões a João Ubaldo Ribeiro

«Viva o Povo Brasileiro», declarou o Nobel da literatura

O escritor português José Saramago declarou este sábado ter ficado «tão contente» com a atribuição do Prémio Camões 2008 a João Ubaldo Ribeiro que só lhe apetecia dizer o título de um dos romances do amigo: «Viva o Povo Brasileiro».

Em declarações telefónicas à agência Lusa desde o arquipélago das Canárias, onde reside, o prémio Nobel da Literatura 1998 exclamou ao saber da notícia: «Fico muito contente e até tenho vontade de dizer "Viva O Povo Brasileiro", numa referência ao título do romance de João Ubaldo Ribeiro.

«Ele é uma pessoa extraordinária, que infelizmente já não vejo há um par de anos, mas de quem guardo as melhores recordações do Brasil, ou da Alemanha, onde estivemos juntos», lembrou Saramago.

«Desprende cordialidade em cada gesto e devemos estar todos satisfeitos», acrescentou o Nobel da Literatura português, em relação ao galardoado com o Prémio Camões 2008.

«Justifica-se plenamente a atribuição do prémio que leva o nome de Camões, afinal a grande figura que une os países (lusófonos) através do laço autêntico da Língua Portuguesa», concluiu Saramago.


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Prémio Camões atribuído a João Ubaldo Ribeiro


Escritor brasileiro é o 20º distinguido com o galardão
Prémio Camões atribuído a João Ubaldo Ribeiro


O escritor brasileiro João Ubaldo Ribeiro foi o eleito pelo júri da 20ª edição do Prémio Camões, o mais importante galardão atribuído a autores de língua portuguesa.

Autor de romances como “Sargento Getúlio”, “Viva o Povo Brasileiro" ou o mais recente “A Casa dos Budas Ditosos”, Ubaldo Ribeiro estendeu a sua produção literária aos contos infantis, ensaio, traduções e adaptações para cinema e televisão, a que se juntam as crónicas na imprensa brasileira.

O presidente do júri Ruy Espinheira Filho justificou a atribuição do galardão com "alto nível da obra literária" do escritor baiano, "especialmente densa das culturas portuguesa, africanas e dos habitantes originais do Brasil".

Espinheira Filho explicou que, sem trair "o espírito" do prémio, o júri da 20 ª edição "decidiu que centraria a sua discussão em escritores brasileiros". "Esses é que foram trazidos para análise no concurso de hoje", adiantou o jornalista e escritor, sem revelar os outros nomes da lista.

"Não foi fácil a decisão. Todos os candidatos discutidos eram à altura do prémio", reconheceu, sublinhando, porém, que João Ubaldo Ribeiro foi escolhido com uma "maioria significativa".

Instituído pelos governos português e brasileiro em 1988, o Prémio Camões distingue, anualmente, um autor que, pelo conjunto da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua portuguesa.

Miguel Torga foi o primeiro autor distinguido, em 1989, e desde então o galardão foi atribuído a nove portugueses - Lobo Antunes foi o vencedor da última edição - oito brasileiros, dois angolanos e um moçambicano.

Jornalismo, romances e adaptações no currículo

Nascido em 1941 na Ilha de Itaparica, Baía, e depois de uma infância marcada pelos estudos literários orientados pelo pai, João Ubaldo Ribeiro estreia-se aos 16 anos como jornalista no “Jornal da Baía”, ainda antes de ingressar no curso de Direito, licenciando-se numa profissão que nunca chegará a exercer.

Na universidade, toma parte nos movimentos literários estudantis, mas só em 1963 escreve o seu primeiro romance “Setembro não Faz Sentido” (já depois de ter assinado vários contos), livro que será editado dois anos depois, com o patrocínio de Jorge Amado. Seguem-se “Sargento Getúlio” (1971), obra que lhe valerá a atenção da crítica e que viria a ser editado nos EUA oito anos depois.

Em 1984, já depois de uma residência literária em Lisboa, graças a uma bolsa concedida pela Gulbenkian, Ubaldo Ribeiro publica o romance “Viva o povo brasileiro”, passado na ilha natal de Itaparica e através do qual desfia quatro séculos da história do Brasil.

No final da década, estreia “ O Sorriso do Lagarto”, que como várias das suas obras é adaptada nos anos seguintes para formato televisivo ("Sargento Getúlio" chega mesmo ao cinema, em 1983, numa realização de Hermano Penna).

Em 1996, foi responsável pela adaptação para o cinema do romance de Jorge Amado "Tieta do Agreste", e três anos depois publica “A Casa dos Budas Ditosos”, que obtém enorme sucesso de vendas e é rapidamente traduzido para várias línguas. Em Portugal, a polémica instala-se depois de duas cadeias de supermercados terem decidido proibir a venda do livro nos seus espaços, dado o seu conteúdo erótico, incidente que acabou por contribuir para o aumento das vendas do romance .



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Brasil aplaude Ubaldo Ribeiro como o nobel da língua portuguesa


Reacções. Sociedade Portuguesa de Autores quer explicações do júri

O júri do Prémio Camões "acertou em cheio" ao conceder o galardão a João Ubaldo Ribeiro, disse o escritor e médico Moacyr Scliar, um dos imortais da Academia Brasileira de Letras. "Já fui membro do júri e pude avaliar de perto a importância deste prémio, o nobel da língua portuguesa. Ao escolher João Ubaldo como vencedor, a comissão acertou em cheio", afirmou, já que o autor é "autenticamente brasileiro", e de uma "coerência a toda a prova".

Também a escritora, poeta e filósofa brasileira Guiomar de Gram-mont referiu que o prémio era igualmente uma homenagem à imagem do Brasil. "A literatura de João Ubaldo Ribeiro tem uma forte regionalidade, e por isso é um prémio também à imagem do Brasil, o que é muito positivo", disse a escritora de Minas Gerais. Em sua opinião, "João Ubaldo lida com temas do Nordeste brasileiro, trata com o erotismo de uma forma muito própria e apresenta uma veia irónica especial".

Domício Proença Filho, que ocupa a cadeira 28 da Academia Brasileira de Letras considerou que se "faz justiça a um dos mais representativos escritores brasileiros". Recebeu com alegria a notícia, porque se trata, disse, de um dos maiores ficcionistas contemporâneos e cronistas, que "se junta a uma vasta galeria que dignifica a literatura, não só brasileira mas de língua portuguesa".

Que o júri apresente razões

Para o presidente da Associação Portuguesa de Escritores, José Manuel Mendes, foi uma "decisão incontornável, que distingue um grande escritor bastante conhecido na lusofonia em geral e em Portugal em particular, porque viveu no País nos anos 80". Mas para o vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Autores, José Jorge Letria, o facto de o júri ter assumido que este ano deveria ganhar um brasileiro, "parece injustificável" e pediu ao júri "que apresente razões, porque não me parece aceitável esse regime de excepção".

A editora D. Quixote, que tem publicado o premiado, informou que João Ubaldo Ribeiro "é um grande sucesso de vendas em Portugal", tornando-se um dos brasileiros mais lidos.



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28.07.08
 
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