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Um camião de transporte de lixo industrial perigoso derramou ontem nafta e lamas em várias ruas da cidade de Santiago do Cacém, informou a Protecção Civil.O incidente, que ocorreu ao final da tarde, deixou indignado o presidente da Câmara, Vítor Proença, que anunciou que vai participar o caso ao Ministério Público.
«Devem ser imputadas responsabilidades civis e criminais», sustentou à agência Lusa, vincando que se trata de «matéria viscosa que entra no sistema pluvial».
«É um risco tremendo», assinalou.
Um camião de transporte de resíduos industriais perigosos deixou cair, por falta de acondicionamento, lamas e nafta em diversas ruas de Santiago do Cacém, descreveu o director da Protecção Civil Municipal.
Fernando Dinis disse à Lusa que se trata de lixo produzido pela indústria petroquímica de Sines e que está depositado em aterro, tendo como destino final a incineração num dos centros de tratamento de resíduos industriais perigosos da Chamusca.
O Comando Distrital de Operações de Socorro do Distrito de Setúbal precisou que o derrame de resíduos ocorreu na via pública, numa extensão de três quilómetros. Ao longo de pouco mais de dois quilómetros foram apenas salpicos, ressalvou.
As operações de remoção, a cargo de duas empresas contratadas pela Câmara de Santiago do Cacém, deverão prolongar-se durante esta noite, tendo as ruas afectadas sido cortadas ao trânsito.
À população, a Protecção Civil Municipal recomendou o fecho de janelas, dado os maus cheiros, não tocar nos resíduos e não circular nas ruas atingidas pelo derrame.
«O camião não devia ter passado pela cidade», enfatizou o presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Vítor Proença, que culpa a Estradas de Portugal por ter «retirado a sinalização que proibia o transporte de matérias perigosas no perímetro urbano».
O autarca adiantou que a gestão dos resíduos está a cargo da Águas de Santo André, que entregou o serviço de armazenamento e tratamento à empresa EGEO, que subcontratou uma outra empresa, a TML, para o transporte do lixo industrial depositado há 30 anos no aterro sanitário de Maria da Moita, em Santiago do Cacém, para os dois Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos Perigosos (CIRVER) da Chamusca.
Fonte: Lusa/SOL