Loures Horta Solar já introduziu mais de 500 crianças no mundo biológico

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A Horta Solar do parque urbano de Santa Iria da Azóia, que recentemente recebeu uma mensão honrosa na área ambiental, já recebeu a visita de cerca de 570 crianças desde que foi instalada em Setembro de 2006
No passado dia 20 de Junho, esta Horta Solar recebeu uma menção honrosa da Direcção-Geral das Autarquias Locais pelas boas práticas na área do ambiente, tendo-lhe sido atribuído, o terceiro lugar do concurso de projectos inovadores na área da Sustentabilidade Local.

A Lusa visitou o local e conversou com Ana Saramago, coordenadora da área da educação e sensibilização ambiental que explicou que a Horta Solar, nasceu há dois anos no decorrer da primeira feira do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável que «pretendia divulgar a importância das energias alternativas».

«Este projecto foi impulsionado pelo Gabinete Técnico Florestal da Câmara Municipal de Loures, que na altura da feira fez uma parceria com uma empresa para a aquisição de um painel solar, que viria a ser implantado nesta Horta», contou.

O uso de um painel solar como alimentador do sistema de rega é, no entender de Ana Saramago, «aquilo que distingue esta horta das restantes». «O painel está ligado a uma bomba de água que quando está em funcionamento acciona o sistema de rega gota a gota», explicou.

Alheios às explicações de Ana Saramago estavam 14 crianças que, nesse preciso momento, participavam visitavam a Horta, no âmbito da iniciativa 'Férias com o Ambiente', destinado a filhos de funcionários da Câmara Municipal de Loures.

Duas monitoras do parque urbano encarregadas de as acompanhar iam explicando «os segredos» da plantação, ao mesmo tempo que entregavam a cada uma delas uma couve para a depositarem num buraco já aberto no solo.

A Horta Solar está dividida em nove parcelas e nelas pode encontrar-se uma grande biodiversidade de árvores de fruto: limoeiros, figueiras, laranjeiras e romeiras, e ainda uma plantação com alguns legumes, como tomates, alfaces, couves e pepinos.

A boa disposição nas crianças era bem visível e, tal como confirmou Ana Saramago, as reacções aos ensinamentos «são sempre excelente».

«As crianças desfrutam imenso do contacto que têm com a natureza. São crianças urbanas, embora vivam num concelho tradicionalmente rural», salientou.

Os participantes na Horta Solar, que podem ser de qualquer escola da Área Metropolitana de Lisboa, têm uma sessão preliminar de esclarecimento teórico com cerca de 20 minutos no pequeno auditório do Centro de Educação Ambiental.

«Durante a sessão introduzimos nos mais pequenos vários conceitos, entre eles o biológico, pois esta é uma horta biológica; o de praga e como as combater, e também o que é compostagem e até como a fazer, pois no parque temos disponível um compostor para esse efeito«, disse.

O facto de todos os fertilizantes serem biológicos é, na opinião de Ana Saramago um aspecto que merece destaque, pois «desta forma as crianças conhecem outros métodos de combater as pragas sem terem de recorrer a produtos químicos».

Ana Saramago elogiou ainda a «rentabilização feita ao espaço, assim como a forte vertente pedagógica que o contacto com a horta biológica proporciona».«Aqui as crianças têm oportunidade de ver a alface crescer, conhecer todo o processo desde que é plantada, até que é posta à venda num supermercado», acrescentou.

Relativamente à menção honrosa atribuída pela Direcção Geral das Autarquias Locais, assim como o terceiro lugar no concurso de Sustentabilidade Local, Ana Saramago encara o prémio «como reconhecimento» do trabalho prestado pelo seu Centro de Educação Ambiental.

«Embora esta horta seja pequenina, e se calhar até nem é muito vistosa, tem tido um papel muito importante na educação ambiental prestada aos mais novos», defendeu.

O Parque Urbano de Santa Iria da Azóia, onde se situa esta horta solar, foi criado em 2000 num espaço que serviu de aterro sanitário entre os anos de 1988 e 1996, e que viria a ser recuperado e reconvertido nos anos seguintes.

Lusa/SOL
 
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