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Mais de 20 mil hectares ardidos na Peneda- Gerês nos últimos sete anos

joseseg

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Mai 26, 2007
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Nos últimos sete anos arderam mais de 20 mil hectares do Parque Nacional da Peneda-Gerês, registando-se em cada ano uma média de 77 incêndios, segundo dados do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidada (ICNB).

O Plano Prévio de Intervenção em Incêndios Florestais, elaborado no ano passado sob a tutela do ICNB para aquela zona protegida, revela a "vulnerabilidade" do Parque Nacional Peneda-Gerês (PNPG) à "ocorrência" e "propagação" de incêndios florestais.

A acumulação de combustíveis na floresta e nas zonas de pastagem, predação do gado, roça, necessidades de lenha e queimadas controladas, aliada à topografia muito acidentada, acessibilidade difícil e às características culturais da população residente, assim como a elevada pressão turística, potenciam a ocorrência de fogos, refere-se no documento, a que a Agência Lusa teve acesso.

A zona com maior número de ignições é a freguesia de Cabril, seguindo-se as freguesias de Outeiro e Pitões das Júnias, no concelho de Montalegre, mas existem outros locais com bastantes pontos de deflagração: as freguesias de Castro Laboreiro, no concelho de Melgaço, a freguesia de Soajo, no concelho Arcos de Valdevez, e a freguesia de Vilar da Veiga, no concelho de Terras de Bouro.

De acordo com os dados estatísticos do PNPG, no período entre 1990 e 2007, verificaram-se 1.272 incêndios, com uma área ardida de 19.403,28 hectares.

Em média ocorrem no PNPG 77 incêndios por ano, que afectam uma área média de 1.153 hectares por ano, um valor bastante significativo, tendo em conta que a área do PNPG é da ordem dos 11 mil hectares.

Aquele documento do ICNB destaca a tendência para o aumento do número de incêndios nos últimos anos, excepto em 1999, 2002 e 2003, quando o número de incêndios diminui.

Quanto à área ardida, verificam-se grandes oscilações de ano para ano, sendo 2006 o que registou maior área ardida, da ordem dos seis mil hectares.

Entre 2003 e 2007 houve um crescimento da área ardida independentemente do número de incêndios.

"Isto deve-se aos incêndios dos meses de Janeiro, Fevereiro, Outubro e Novembro, em que não existe uma disponibilidade de meios suficientemente capaz de dar resposta aos incêndios que ocorrem durante esta época", lê-se no documento.

Uma análise aos incêndios no PNPG nos últimos anos permite concluir que existem duas épocas de fogo: uma nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março, e outra no Verão, nos meses de Julho a Setembro.

"Tendo em conta que no Inverno não existe a mesma disponibilidade de meios relativamente ao Verão, as áreas ardidas durante os meses de Janeiro, Fevereiro e Março são bastante significativas nas médias anuais. Em 2007 verificou-se que a maioria dos incêndios ocorreu em Outubro e Novembro, assim como a área ardida", acrescenta.

A mesma estatística indica existir alguma regularidade na ocorrência dos incêndios ao longo da semana, embora seja mais elevada à sexta-feira, sábado e domingo.

A maioria dos incêndios ocorre entre as 08:00 e as 23:00, registando-se um período de maior número entre as 12:00 e as 19:00.

O PNPD engloba importantes manchas de carvalhais galaico-portugueses, que são das mais extensas e bem conservadas a nível nacional. Os matos ocupam metade da área e os povoamentos florestais são dominados por pinheiro bravo e folhosas.

A flora possui alto valor científico e ecológico, com diversas espécies, como feto-do-gerês e narciso-trombeta, espécies associadas a bosques.

VP.

Lusa/Fim
 
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