Mais uma virose!

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Outra vez o diagnóstico habitual: o seu filho está com uma virose. Mas o que é, afinal, uma virose e por que razão cabem lá tantas doenças com sintomas tão diferentes?


Muitos pais com filhos doentes saem do consultório médico com a leve sensação de que o doutor não conhece bem o mal de que padece a criança. Pois se está com diarreia, diz que é uma virose. Se está com febre, também é uma virose. Se tem ranho e dores de gargante, adivinhem lá: pois claro, mais uma virose para a colecção. E depois a conclusão «É esperar que passe. Se piorar, volte cá» não inspira confiança nenhuma. As avós ajudam a instalar o clima de suspeição: «Quando eras pequeno nunca tiveste virose nenhuma!»

O que é afinal uma virose? Ou melhor, o que são afinal tantas viroses?
Uma virose é uma doença causada por vírus. Para chegar aqui não é preciso ser nenhum génio da medicina. Acontece que há milhares de vírus diferentes, causando sintomas diferentes. Mas não deixam de ser todos vírus, que provocam viroses. Normalmente provocam sintomas como febre, cansaço, prostração aliados a outros, dependento da área do organismo afectada.

No Inverno são mais frequentes os vírus que atacam o sistema respiratório, dando sintomas que podem ir da congestão nasal, espirros, tosse. Nos meses mais quentes são mais comuns as viroses que se manifestam no aparelho digestivo, com vómitos e diarreias.

Uma característica importante das viroses é que são doenças com um ciclo limitado. Ou seja, tal como aparecem, também irão desaparecer, sem que seja necessário qualquer tratamento além do controlo dos sintomas. Normalmente têm uma duração entre um e cinco dias. Mas por vezes pode durar mais tempo.

Os bebés e crianças pequenas são mais vulneráveis às viroses pois não têm ainda o sistema imunitário tão desenvolvido quanto o dos adultos. Os sintomas também podem manifestar-se nelas de forma mais intensa. Estima-se que cerca de 90 por cento das infecções em crianças até aos três anos são de origem viral.

O importante é ter atenção à evolução dos sintomas para relatar ao pediatra ou médico assistente. Se passados três dias do início da doença, ainda existe febre ou outros sintomas, mas de forma mais ligeira, mais espaçada, menos alta, então é sinal de que a doença está a regredir. Saber que a criança tem 38º de seis em seis horas só ajuda ao diagnóstico se soubermos dizer como era o quadro dois dias antes.

Por que não se determina qual é o vírus?
Porque essa informação não tem normalmente qualquer relevância para o tratamento. E além disso é um processo moroso. Quando se tivesse conseguido apurar o nome do «bichinho» já a criança estaria com certeza completamente recuperada.

Antibióticos não tratam viroses

Os antibióticos servem para tratar infecções causadas por bactérias. Ou seja, são completamente desnecessários em caso de virose. O que pode acontecer é que uma virose debilite a criança de tal forma que evolua para uma infecção bacteriana. Isso acontece sobretudo nas afecções respiratórias. Só o médico pode avaliar se é esse o caso, ao constatar que a criança não melhora no final do tempo esperado e que começa a ter outros sintomas ou o agravamento dos iniciais.

Como tratar?

Com medicamentos analgésicos (combatem a dor) e antipiréticos (baixam a febre). Não devemos baixar a febre assim que esta começa a subir, mas sim quando vemos que a criança está muito prostrada. Nunca antes dos 38º. Isto porque a febre é um mecanismo de defesa do organismo que está a combater a doença. Eliminá-la é eliminar uma arma natural de defesa.
Hidratar a criança com muitos líquidos também é fundamental. Em caso de perda de apetite, oferecer-lhe uma alimentação mais líquida, com caldos e sumos.
No caso de diarreia a hidratação é ainda mais importante. Não devemos nunca administrar medicamentos que façam parar a diarreia, pois os vírus não cedem.
 
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