Manter austeridade é 'deitar mais gasolina para o fogo'

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Manter austeridade é 'deitar mais gasolina para o fogo'

O secretário-geral da CGTP-IN afirmou hoje, em Coimbra, que insistir nas políticas de austeridade equivale a «deitar mais gasolina para o fogo» e considerou que «em vez de termos bombeiros», temos «incendiários no governo».
A manutenção da política que tem sido adoptada em Portugal «é deitar mais gasolina para o fogo» e significa que, «em vez de termos bombeiros que intervenham para apagar o fogo, temos, ao fim e ao cabo, incendiários no governo, que lançam gasolina para alastrar o fogo», sustentou Arménio Carlos.
Para o líder da CGTP-IN, não basta o governo reconhecer que as políticas de austeridade «não estão a resultar», o executivo tem também de «assumir que não pode continuar este caminho».
Arménio Carlos, que falava aos jornalistas, ao final da manhã, à margem do terceiro Congresso da Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro, reagia às afirmações do ministro das Finanças, na quinta-feira, no Luxemburgo, considerando que os dados disponíveis sobre a execução orçamental para 2012 traduzem «um aumento significativo nos riscos e incertezas».
Vítor Gaspar afirmou que «a informação disponível sobre o comportamento das receitas não é positiva», pois «de facto, verificaram-se valores abaixo do esperado para a receita fiscal e para as contribuições para a segurança social».
O governo tem de reconhecer «o erro das políticas que está a desenvolver e assumir que não pode continuar este caminho», sob pena de, «daqui a um ou dois meses», se «ter novamente a mesma cena», sustentou o líder da CGTP-IN.
«A repetição da mesma cena pode estar associada ao aparecimento de um segundo resgate», colocando «o país numa situação ainda mais dependente» que aquela em que já se encontra, alertou.
O que a troika está a fazer «não é ajuda», pois, exemplificou, há idosos que não têm dinheiro para comprar medicamentos, estudantes que têm de abandonar a Universidade por não conseguirem pagar as propinas ou desempregados sem qualquer apoio social, embora não falte dinheiro para «injectar nos bancos».
Em Portugal, «temos, neste momento, uma política voltada para os interesses de uns quantos, à custa do aumento da exploração da maioria da população», sublinhou o dirigente sindical.
«A troika não nos quer deixar crescer, não nos quer deixar trabalhar, não nos quer deixar produzir, não quer deixar desenvolver o país e esse é que é o problema central», defendeu Arménio Carlos.
Se dúvidas existissem, bastaria olhar para a percentagem da dívida em relação ao PIB (Produto Interno Bruto), salientou, referindo que «há um ano era de 93 por cento, no final deste ano vai atingir 114 por cento e no próximo ano 120 por cento».
Com a actual política de austeridade, «vamos continuar a ficar aprisionados dentro do nosso próprio país», mas «nós não aceitamos colonização, seja de que tipo for, seja económica, seja política», advertiu o secretário-geral da CGTP-IN.

Fonte: Lusa/SOL
 
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