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Estreia de autocarro
As pessoas com mobilidade reduzida começam a ter mais opções para viajar de transportes públicos em Lisboa. Hélder Mestre, de 42 anos, nunca tinha viajado num autocarro da Carris. Tetraplégico desde os 19 anos devido a um acidente, estreou-se sexta-feira num dos autocarros equipado com rampa eléctrica na porta traseira, numa viagem que o CM acompanhou.
“As pessoas com mobilidade reduzida têm muitas desconfianças em relação aos transportes públicos e todos os que podem conduzir têm como objectivo ter um carro”, começou por avisar Hélder, que tem carro mas habitualmente desloca-se por Lisboa numa handbyke, bicicleta especial em que se pedala com as mãos.
O técnico informático apanhou o autocarro da carreira 701 na Estrada da Luz, onde trabalha. O motorista fez baixar a rampa eléctrica e empurrou a cadeira de rodas para dentro do veículo, colocando-a no lugar assinalado. A operação durou um minuto. Era hora de ponta mas o autocarro tinha pouca gente e a viagem decorreu tranquila: “Estou impressionado. Espero que isto contribua para acabar com a aversão das pessoas como eu em relação aos transportes públicos.” E deu exemplos práticos.
“No metro, só algumas estações têm elevadores e muitas vezes estão avariados. A Linha de Cascais tem algumas estações com desnível entre plataforma e carruagem. Na de Sintra é impossível porque tem degraus. Muito bom é o da ponte 25 de Abril. Táxis nem pensar, quando nos vêem, olham para o lado”. Já perto de casa, na Av. das Forças Armadas, Hélder disse que vai usar mais o autocarro mas continuará a privilegiar a handbyke. “Ainda ontem fiz 21 km”, rematou.
PORMENORES
370 COM RAMPAS
A Carris tem 370 autocarros equipados com rampas automáticas ou manuais, de um total de 700 veículos. O objectivo é renovar 60/80 autocarros por ano.
CARREIRAS SÃO 16
Há 16 carreiras da Carris servidas em exclusivo por autocarros com rampas. São as carreiras 5, 16, 30, 35, 40, 47, 56, 83, 701, 720, 726, 729, 755, 767, 781 e 790.
TRANSPORTE GRÁTIS SUGERIDO
Hélder Mestre aproveitou para sugerir que os transportes públicos sejam "gratuitos para deficientes, como se faz noutros países". "Seria um bom incentivo porque grande parte está confinada à casa e a pequenas deslocações ao centro de saúde." Este não é o caso de Hélder, que, com a sua handbyke, não dispensa a participação na meia-maratona de Lisboa. E até já esteve para acompanhar José Lima, o paraplégico que percorre o País de handbyke: "Só não fui porque tive um problema físico."
Bernardo Esteves
in Correio da Manhã
As pessoas com mobilidade reduzida começam a ter mais opções para viajar de transportes públicos em Lisboa. Hélder Mestre, de 42 anos, nunca tinha viajado num autocarro da Carris. Tetraplégico desde os 19 anos devido a um acidente, estreou-se sexta-feira num dos autocarros equipado com rampa eléctrica na porta traseira, numa viagem que o CM acompanhou.
“As pessoas com mobilidade reduzida têm muitas desconfianças em relação aos transportes públicos e todos os que podem conduzir têm como objectivo ter um carro”, começou por avisar Hélder, que tem carro mas habitualmente desloca-se por Lisboa numa handbyke, bicicleta especial em que se pedala com as mãos.
O técnico informático apanhou o autocarro da carreira 701 na Estrada da Luz, onde trabalha. O motorista fez baixar a rampa eléctrica e empurrou a cadeira de rodas para dentro do veículo, colocando-a no lugar assinalado. A operação durou um minuto. Era hora de ponta mas o autocarro tinha pouca gente e a viagem decorreu tranquila: “Estou impressionado. Espero que isto contribua para acabar com a aversão das pessoas como eu em relação aos transportes públicos.” E deu exemplos práticos.
“No metro, só algumas estações têm elevadores e muitas vezes estão avariados. A Linha de Cascais tem algumas estações com desnível entre plataforma e carruagem. Na de Sintra é impossível porque tem degraus. Muito bom é o da ponte 25 de Abril. Táxis nem pensar, quando nos vêem, olham para o lado”. Já perto de casa, na Av. das Forças Armadas, Hélder disse que vai usar mais o autocarro mas continuará a privilegiar a handbyke. “Ainda ontem fiz 21 km”, rematou.
PORMENORES
370 COM RAMPAS
A Carris tem 370 autocarros equipados com rampas automáticas ou manuais, de um total de 700 veículos. O objectivo é renovar 60/80 autocarros por ano.
CARREIRAS SÃO 16
Há 16 carreiras da Carris servidas em exclusivo por autocarros com rampas. São as carreiras 5, 16, 30, 35, 40, 47, 56, 83, 701, 720, 726, 729, 755, 767, 781 e 790.
TRANSPORTE GRÁTIS SUGERIDO
Hélder Mestre aproveitou para sugerir que os transportes públicos sejam "gratuitos para deficientes, como se faz noutros países". "Seria um bom incentivo porque grande parte está confinada à casa e a pequenas deslocações ao centro de saúde." Este não é o caso de Hélder, que, com a sua handbyke, não dispensa a participação na meia-maratona de Lisboa. E até já esteve para acompanhar José Lima, o paraplégico que percorre o País de handbyke: "Só não fui porque tive um problema físico."
Bernardo Esteves
in Correio da Manhã