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A guerra civil no Sudão está a obrigar muitas mulheres a lutarem para sobreviver na cidade Omdurman, devastada pelo conflito. Muitas dizem que são forçadas a manterem relações sexuais com soldados em troca de comida e que esta é a única maneira de alimentarem as famílias.
As mulheres garantem que a maioria das agressões ocorreu na "área das fábricas", onde há mais comida disponível na cidade. O The Guardian relata a história de uma mulher que garantiu não ter escolha e que ter relações sexuais com os soldados sudaneses foi a única maneira de conseguir comida para os pais idosos e para a filha de 18 anos.
"Os meus pais são muito velhos e estão doentes e eu nunca deixei a minha filha sair à procura de comida", disse a mulher. "Fui aos soldados e essa era a única maneira de conseguir comida, eles estavam em todos os lugares da área das fábricas", assegurou ainda.
A mulher revelou ainda que foi forçada a manter relações sexuais com soldados numa fábrica de processamento de carne em maio do ano passado, pouco tempo depois de a guerra civil rebentar. A situação voltou a acontecer já em janeiro deste ano.
A vítima, de 37 anos, trabalhou, antes da guerra, como empregada doméstica em casas de famílias abastadas de Omdurman. Como é pobre não teve possibilidades para fugir da cidade e levar a família para uma parte mais segura do país.
O conflito no Sudão já fez dezenas de milhares de mortos e mais de 10 milhões de deslocados, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). O mais recente relatório da ONU diz que quase 26 milhões de pessoas, pouco mais da metade da população, enfrentam altos níveis de "insegurança alimentar aguda".
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