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Não Adianta Procurar Vida Inteligente Fora da Terra!

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Astrofísico de 65 anos, o britânico John R. Gribbin é um dos mais prolíficos escritores de livros de ciência na actualidade. Estudou ciência, astronomia e astrofísica antes de começar a bem sucedida carreira de escritor. A origem do universo e o nascimento da vida estão entre seus assuntos favoritos.

Estamos sós, garante o Astrofísico inglês, John Gribbin, autor de "Alone in the Universe: Why Our Planet is Unique" (Sozinhos no Universo: Por que Nosso Planeta é Único). No livro recém-lançado nos Estados Unidos, o cientista joga um balde de água fria na crença de que há vida inteligente fora da Terra. Gribbin defende que a vida pode existir em outros planetas, sim, porém não complexa e inteligente como em nosso planeta.

Para ele, é praticamente impossível que outro astro tenha passado pelos estágios necessários ao desenvolvimento de uma civilização. "A vida surgiu na Terra à cerca de 4 biliões de anos. Mas a civilização só apareceu à cerca de 10.000 anos, e a Era Industrial, apenas à poucas centenas de anos", justifica.

O que torna o planeta Terra único, na visão de Gribbin, é uma série de acasos que criaram o ambiente ideal para o surgimento da vida inteligente. A Terra teve a sorte de estar relativamente a salvo de uma série de perigos, como buracos negros, estrelas que emitem radiação mortal e supernovas, as enormes explosões de estrelas de grande massa. Além disso, a posição da Terra no Sistema Solar é relativamente protegida pelas grandes nuvens de meteoritos.

Gribbin também refuta o argumento mais usado pelos defensores de vida extraterrestre: de que no universo com tantas estrelas e planetas é quase impossível que não exista vida inteligente em pelo menos um deles. "Apesar de a Via Láctea provavelmente ter cerca de um trilião de estrelas, a enorme maioria delas não possibilita a existência da vida", afirma Gribbin.
 
O senhor afirma que deve existir alguma forma de vida fora da Terra, mas não vida inteligente?

John Gribbin:
A vida deve ser extremamente comum no Universo, mas a vida inteligente, não. Uma maneira de entender isso é que a vida surgiu na Terra cerca de 4 biliões de anos atrás, logo após o planeta se formar, mas a civilização só surgiu cerca de 10.000 anos atrás, e a Era Industrial ainda mais tarde, à poucas centenas de anos.

Um dos argumentos que o senhor usa é que existem biliões de estrelas na Via Láctea, mas 95% delas têm menos massa do que o Sol, o que impossibilita, ou cria dificuldades ao surgimento da vida. Mesmo assim sobram muitas estrelas onde a vida pode ser possível?


Gribbin: A maioria das estrelas é menor que o Sol e isso faz com que seja improvável que possibilitem o surgimento de vida. O mesmo ocorre com estrelas muito maiores, que existem em menor número. Mas mesmo nas estrelas parecidas com o Sol, o surgimento da vida é difícil. O nosso Sol apresenta uma variação de brilho muito menor que estrelas similares a ele, e esse é um factor que favorece a vida.

O principal argumento dos defensores da possibilidade de vida inteligente fora da Terra é o número incrivelmente grande de estrelas e planetas. Não é um argumento forte?

Gribbin:
Não. É um argumento razoável para se dizer que ou somos os únicos ou que a inteligência é algo corriqueiro. E o que sabemos é que há oito planetas e várias luas no Sistema Solar e a vida só é conhecida num deles.

- Há biliões de galáxias no Universo. Qual é a possibilidade da vida ter evoluído de forma inteligente em algumas delas?

Gribbin: A discussão no meu livro está limitada à nossa própria galáxia, a Via Láctea. No universo infinito, tudo é possível. Mas a vida em galáxias distantes não é palpável para nós. Assim como nós não somos para os seres que possivelmente vivem a milhões de anos-luz de nós. Não vejo como poderíamos superar tamanha distância. A Via Láctea é uma ilha no espaço fora da qual não temos a esperança de conseguir explorar nada fisicamente em nenhuma escala de tempo possível.

- O impacto de um meteorito 65 milhões de anos atrás mudou o modo como a vida evoluiu na Terra, extinguindo os seres dominantes e dando a oportunidade para que outros tomassem seu lugar. Esse evento foi o gatilho para o desenvolvimento da vida inteligente?

Gribbin:
Este é apenas um de muitos factores. Impactos assim costumam trazer mais danos do que benefícios. Defendo que uma forma diferente de inteligência, evoluída dos dinossauros, poderia ter surgido à 60 milhões de anos atrás se esse meteorito não tivesse atingido o planeta.

- Mesmo em face de argumentos que o senhor aponta no livro, muitos astrónomos mostram optimismo sobre a possibilidade de encontrar vida inteligente. Essa crença é mais baseada na fé do que na ciência?

Gribbin:
É baseada mais na fé do que na ciência sim. E não acho que seja uma boa maneira de angariar fundos para pesquisa.
 
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