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O corpo humano é um complexo organismo ainda em descobrimento. Embora se saiba há largos anos que o som é captado pelo ouvido e transmitido ao cérebro, a forma como tal se processa ainda não é bem explicada pela ciência. Foi a este tema que James Hudspeth se dedicou por várias décadas, numa investigação conjunta com outros dois cientistas com quem trabalhou no laboratório de neurociência sensorial da Universidade de Rockefeller.
O resultado de tal investigação faz por explicar então como funciona o ouvido humano, em específico a sua anatomia, cuja explicação ultrapassa a investigação laboratorial. “Nós, cientistas tendemos a subestimar o sentido estético da ciência. Sim, a ciência é a investigação desinteressante na natureza das coisas, mas acaba por mais mais arte do que outra coisa” aponta Hudspeth, que desconstrói a sua própria teoria.
Para ele, o ouvido humano é como um piano, mas ao contrário. Enquanto num piano cada tecla representa um tom e a junção deles mistura os vários sons e cria a melodia, no ouvido humano o som como um todo é recolhido, do qual se separa cada tom que será assimilado por uma diferente parte da cóclea espiral - parte auditiva do ouvido interno. Esta espiral é composta por cerca de 16.000 células cada qual responsável por uma frequência específica.
Explica o neurocientista que, tal como acontece com qualquer outra sensação, o estimulo auditivo é convertido numa resposta elétrica apreendida pelo cérebro.
A descoberta valei a James Hudspethe aos seus dois co-autores o prémio Kavli, no valor de um milhão de dólares
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