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O Sono da Criança: “Diz-me como dormes e eu dir-te-ei quem és”
Dra. Fernanda Torgal-Garcia e Dr. João Gomes-Pedro



O sono é a janela do desenvolvimento humano. “Diz-me como dormes e eu dir-te-ei quem és”, é como que uma fórmula mágica que permite entrar no mundo biológico, emocional, afectivo e moral de cada ser humano.




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O sono, como todos os equilíbrios da vida, reflecte o equilíbrio total da criança, em particular da sua vida afectiva e relacional.

A neurociência de hoje sustenta que as capacidades psíquicas consubsantiadas nas emoções, nos sentimentos e na consciência derivam do equilíbrio homeostático, fundamentalmente biológico. Por isso dizemos, muitas vezes, que grão a grão , o bebé constrói o seu sono.

É corrente associar-se o nascimento de um bebé à "tortura" do sono, que os pais vão passar a sentir "na pele".Ora isto não é obrigatório e acaba por não acontecer muitas vezes.

O sono é um equilíbrio biológico fundamental, mas é um equilíbrio frágil, que se constrói progressivamente nos primeiros meses de vida .Tem relação com a maturação cerebral, dos neurónios corticais ( e daí a sua relação com a idade gestacional, isto é se é um bebé pré-termo ou " de tempo"), e com o estabelecimento de múltiplas conexões entre as células do sistema nervoso ( sinapses).

O sono do feto, na sua alternância imobilidade/actividade é exactamente o dos prematuros que entretanto tiveram de nascer. Sabemos, depois, que no primeiro mês de vida o bebé pode dormir em média 16-18 horas por dia e já nesta fase podemos identificar os muito ou pouco dorminhocos.

Porém, mais do que o número de horas de sono, é o modo como o bebé controla e organiza os seus estádios (vigília/sono) que nos permitem caracterizar, logo com horas de vida apenas, o quem é cada bebé. Através da NBAS ("Neonatal Behavior

cada bebé de organizar os seus estádios de sono/vigília, e a sua habituação a estímulos exteriores que lhe vai permitir adormecer sem ligar à algazarra da sua festa de baptizado por exemplo Esta escala permite-nos com acuidade avaliar as diferenças e o quem é quem cada bebé.

É esta regulação que permite a um bebé de um mês dormir cinco a seis horas e a partir dos 3 meses, nove horas ou mais em cada noite. O bebé vive ao ritmo do seu relógio interior, contribuindo para isso primordialmente, os seus neuro-reguladores cerebrais.

È através do núcleo supraquiasmático, numa engenharia química regulada por genes, pela produção de melatonina e de popipéptidos reguladores que se estabelece a arquitectura do sono, designadamente do sono REM e do sono não REM.

Mas para além desta química complexa da neuro-regulação, existe um fantástico modelo relacional projectado à vida do bebé e com ele à vida da família.

O estabelecimento e a manutenção de padrões estáveis de sono nocturno é da maior importância para a criança e para os pais; para a criança , um sono adequado de noite é uma pré-condição essencial para um bom alerta durante o dia e para uma boa resposta a interacções sociais e outros estímulos ambienciais.

De facto estabelecer um ritmo e estar acordado de dia e dormir de noite, é uma importante aquisição do bebé; de acordo com Schaffer, torna muito mais fácil viver com ele...

Há que ser realista e ter a noção que de facto, 20-30% dos bebés e crianças pequenas têm problemas de sono. Mas as causas podem ser tão variadas como problemas perinatais, temperamento do bebé, amamentação, stress familiar, modos de adormecer, fases do desenvolvimento motor do lactente, muitas mais.

Mais do que tentar consertar um problema de sono na criança, que desarranja toda uma família que no dia seguinte irá trabalhar ensonada e irritada, há que prevenir a instalação desse problema e aí é essencial a filosofia "touchpoints".

Se um bebé de 4 meses que até aí dormia celestialmente, passa a não adormecer como até então ou a acordar infinitas vezes em cada noite, os pais vão pedir umas pequenas gotas milagrosas para repor os anteriores comportamentos sono-vigília de modo a poderem descansar durante a noite.

Precisamos então desse outro modelo, para perceber as alterações do relógio, as mutações inexplicáveis, enfim, para conseguir ler através da janela que é o comportamento humano. O modelo" touchpoints" ensina-nos então que é aos quatro meses, quando o bebé começa a ficar extasiado com tudo o que passa a ver à sua volta que faz com que se "esqueça " de dormir.

Do mesmo modo, cerca do ano de vida, o envolvimento fantástico do bebé para dar os primeiros passos, essa excitação que é deslocar-se sozinho, não deixa obviamente que o bebé "perca tempo" em adormecimentos ou sonos. A filosofia "touchpoints" permite-nos entender o comportamento e assim intervir adequadamente no apoio à parentalidade.

Se por um lado é melhor ser realista e achar que se o bebé acordar várias vezes é normal, também há que ser flexível e entender que não há soluções perfeitas, que no entanto não deverão passar pelas tais gotas milagrosas.

E, depois desta se ter construído, já será mais fácil lidar com episódios relacionados com as fases do seu desenvolvimento crescente ou intercorrências fáceis de interpretar.

É fundamental assumir que esta autonomia "aprende-se" porque se educa, numa atmosfera de paixão.

Aprender a dormir de noite é, resumindo, uma tarefa relacionada com a maturação do sistema nervoso central, com o temperamento do bebé, e com a aprendizagem; e o sono é o reflexo do equilíbrio global da criança.

Enfim, o sono é uma janela do desenvolvimento humano por onde prescutamos o modo de ser, isto é, o comportamento de cada bebé. Este comportamento é a sua "linguagem" e é, por sua vez, esta linguagem que tem de inspirar a nossa comunicação com o bebé e com a sua família.

Se desde que o bebé sai da maternidade, tiver um ambiente calmo, com rotinas e rituais, como o banho antes da hora de dormir, a canção de embalar ou mais tarde a história antes de adormecer (e não até que o adulto adormeça!), o pequeno urso ou outro objecto de transição, o adormecer sozinho sem ser ao colo ou na cama dos pais, irá certamente adquirir uma autonomia do sono.



Dra. Fernanda Torgal-Garcia,
Pediatra do Desenvolvimento

João Gomes-Pedro,
Director do Departamento da Criança e da Família do Hospital de Santa Maria
Investigador e Professor Catedrático
















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Os sonos trocados

O seu bebé recém-nascido parece que apenas consegue estar acordado de noite, precisamente quando você mais precisa de descansar? Pois é, apesar de ser uma pessoa tão pequenina já demonstra uma vontade muito própria. O recém-nascido não consegue manter-se acordado e, uma vez adormecido, nada irá perturbar o seu sono até ter dormido todo o tempo de que necessita. O problema é que não pode dormir quando você quer que ele durma. E as noites em claro vão prolongar-se por algum tempo, até que as rotina se adaptem entre os pais e os bebés.


No entanto, os problemas não vão acabar logo, podendo vir a repetir-se depois dos nove meses, quando ele não aceitar que o deixem sozinho no quarto depois de lhe dar as boas noites, ou pode começar a acordar várias vezes durante a madrugada, de forma regular.

Todas as crianças têm ciclos característicos de sono ligeiro e sono profundo, ciclos que já estão definidos antes do nascimento e foram estabelecidos durante a gravidez, em sincronia com os ciclos da própria mãe.



Regra geral, estes ciclos não são paralelos com os da mãe, uma vez que o feto está a dormir quando a mãe está acordada e acordado durante o sono da progenitora. No entanto, o período de actividade da mãe condiciona o do bebé durante o período que se segue.


Desta forma, uma criança já apresenta um ritmo de sono-vigília e o seu meio-ambiente tende a forçá-la a estar cada vez mais tempo acordada durante o dia e a dormir à noite. Cerca dos quatro meses de idade ou até antes, começa a definir-se um padrão, durando cada ciclo cerca de quatro horas, sendo que no meio há um período de uma hora a hora e meia de sono em que o bebé entra num sono profundo e que é difícil despertá-lo com qualquer estímulo.


Até aos dois anos e meio de idade, ou até mais tarde, o bebé vai precisar de dormir durante o dia uma pequena ou mais alargada sesta, consoante a criança, para evitar que ela fique demasiado cansada e irritável.



A partir dos seis meses de idade do bebé, um comportamento adequado por parte do adulto na hora de deitar, pode ajudar a suprir alguns problemas que poderiam vir a manifestar-se mais tarde. Opte por uma rotina calma e afectuosa na hora de deitar, repetida todas as noites da mesma maneira, para lhe proporcionar a segurança de que ele necessita.

Insista num ritual para deitar, fazendo sempre as coisas pela mesma ordem: banho, refeição, brincadeira, canção, por exemplo.
















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Dicas para o sono do bebé

Estabelecer bons hábitos de sono do bebé deve ser uma prioridade para os pais. O bebé necessita de aprender a adormecer sozinho. A transição de adormecer com a mãe para o conseguir adormecer sozinho leva algum tempo. Além disso, quanto mais cedo o bebé dormir sozinho mais tempo para descansar terão os pais.

Para incutir bons hábitos de sono no bebé, experimente várias técnicas até descobrir a que funciona melhor para si e para ele. Não tenha medo de confiar nos seus instintos.

Para estabelecer o sono do bebé é importante criar rotinas e associar a noite ao sono. Quanto mais cedo o bebé associar a hora de ir para a cama ao sono, menos resistência mostrará à hora de ir dormir.

Aqui estão algumas técnicas para adormecer o bebé:

Imediatamente antes de colocar o bebé no berço, o pai deve colocá-lo ao ombro e embalá-lo um pouco. Deve falar com ele suavemente. Como a voz masculina é mais grave que a feminina, acalma mais os bebés e eles adormecem mais facilmente depois de a ouvirem durante algum tempo.

Outra opção, que funciona se o bebé esteve muito activo durante o dia e está demasiado excitado para ir para a cama. Tudo o que tem a fazer é colocar o bebé no porta-bebés e andar com ele durante meia-hora antes da hora de dormir. Faça as suas tarefas domésticas normalmente. Estar junto a um dos pais e ser ligeiramente embalado antes de dormir vai facilitar a transição de acordado para estar a dormir.

Finalmente, se já esgotou as outras opções, pode sempre tentar este método. Alguns pais já devem estar familiarizados com ele, como último recurso. Coloque o bebé no carro e conduza durante um bocado até ele se deixar dormir. Embora não seja a mais conveniente, esta técnica funciona sempre.

Obviamente, nenhum pai ou mãe quer sair de carro todas as noites e conduzir até o bebé adormecer. Nem carregá-lo no porta-bebé pela casa. A ideia, é começar com estas técnicas um pouco drásticas e ir-se lentamente libertando delas.
Deve lembrar-se de que é uma transição para um bebé pequeno. Ele nunca dormiu sozinho antes. Ele simplesmente não sabe como transitar do estado acordado para adormecido. Ao empregar estas técnicas estará a ensinar-lhe lentamente a fazê-lo, e à medida que vão sendo retiradas ele aprenderá bons hábitos de sono, e tanto você como ele podem dormir noites descansadas.

O Autor:
Brandon C. Hall
















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