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Observado primeiro caso de canibalismo numa população selvagem

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[h=2]Observado primeiro caso de canibalismo numa população selvagem de uma das espécies de primatas mais pequenas do mundo[/h]
Microcebus_murinus180.jpg

Um adulto de Microcebus murinus, um lémure que dá pelo nome de Gray mouse Lemur ou seja lémure-rato-cinzento foi observado a comer uma fêmea adulta da mesma espécie, um comportamento extraordinário não só porque se desconhecia que esta espécie praticasse o canibalismo no meio selvagem, como também porque o alvo não era uma cria ou juvenil mas sim um indivíduo maduro, algo nunca antes registado em primatas não-humanos.


Uma investigadora alemã publicou recentemente na revista American Journal of Primatology um artigo sob a forma de comentário em que dá a conhecer o primeiro caso de canibalismo numa população selvagem de uma das espécies de primatas mais pequenas do mundo.
Trata-se do lémure Microcebus murinus, cujo nome nome em inglês é Gray Mouse Lemur, que pode ser traduzido como lémure-rato-cinzento, e o caso, que se deu na zona Ocidental de Madagáscar, remonta a outubro de 2010.
O canibalismo, ou seja, a ingestão partes do corpo de um animal da mesma espécie é um comportamento que ocorre nos mais variados grupos de animais, desde invertebrados a humanos, em diferentes contextos que incluem o sexual, o cultural (em humanos) e o infanticídio.
No caso particular dos primatas, os registos de canibalismo, que dizem respeito a espécies como os chimpanzés, os gorilas ou os orangotangos, passam sempre pela ingestão da carne de um indivíduo imaturo, nomeadamente crias.
O caso que agora foi dado a conhecer destaca-se não só por ser o primeiro registo, na Natureza, de canibalismo na espécie de lémure em causa - que não ingere, normalmente, carne de mamíferos -, mas também por envolver um animal adulto ingerindo outro animal da mesma classe etária.
O episódio foi observado por Anni Hämäläinen, da Universidade de Göttingen, na floresta de Kirindy, no decorrer de um estudo dos padrões de atividade da espécie através da monitorização de um conjunto de animais que foram equipados com um colar de telemetria para serem facilmente localizáveis.
Durante uma das suas saídas de campo noturnas ao localizar o sinal emitido pela coleira de uma fêmea adulta, a investigadora deparou-se com o corpo da fêmea, já morta, a ser ingerido por um macho adulto da mesma espécie.
Uma necrópsia feita por um veterinário não permitiu identificar a causa da morte da fêmea de Microcebus murinus, não se tendo podido determinar se a fêmea foi morta pelo macho.
O facto de o canibalismo ter sido já, ainda que raramente, observado em indivíduos de Microcebus murinus em cativeiro, leva a autora do estudo a sugerir que este comportamento também deve ocorrer ocasionalmente no meio silvestre, em contexto de escassez de alimentos.
Por outro lado, a autora afirma que a sua observação sugere que o canibalismo não têm de se restringir, em Primatas, aos casos de infanticídio e que pode ser motivado por razões nutricionais resultando vantajoso para os animais que o praticam.
Microcebus%20murinus_2.jpg


Aceda ao artigo científico disponibilizado na íntegra de forma gratuita aqui


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