Os Instrumentos da Bruxaria

xatux

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Set 30, 2007
Mensagens
1,918
Gostos Recebidos
0
Os Instrumentos da Bruxaria


Fossem de que nacionalidade fossem, as bruxas, segundo parece, usaram todas uma parafernélia anóloga para conseguir objectivos semelhantes. Talvez mais do que qualquer outra coisa, são estes elementos comuns, na sua maior parte baseados no mito, estereótipos clericais e confissões extraidas sob tortura, que serviram para imprimir de maneira tão viva a imagem da bruxa na imaginárioo ocidental.

Os tratados sobre bruxaria, por exemplo, estão repletos de histórias de bruxas cavalgando vassouras. Nas transcrições dos séculos XVI e XVII de julgamentos de bruxas, abundam as referências a esta tradição, que parece ser antiga – talvez mesmo pró-cristã. Assim, Henri Boguet, caçador de bruxas francês dos finais do século XVI, escreveu que Françoise Secretain confessou que, para se dirigir ao sabat, colocava um pau branco entre as pernas, murmurava depois algumas palavras e era transportada pelos ares até à assembleia de Feiticeiros. A bruxa escocesa Isobel Gowdie foi mais longe na sua confisssão, a ponto de revelar a formula a que recorria para fazer voar uma vassoura feita de um caule: Cavalo e Hattock, cavalga e vai / Cavalo e pellattis, ho! ho!

Acessórios igualmente familiares eram a comprida capa preta com capuz e o caldeirão fervente. A capa, embora de origem antiga, parece não ter desempenhado qualquer função especial para além de ajudar a bruxa a conservar o anonimato, mas o caldeirão era um lugar-comum para praticar actos de magia. A partir das repugnantes misturas preparadas no caldeirão, a bruxa podia fabricar venenos letais, bem como poções e unguentos encantados. Anne Marie de Georgel, bruxa francesa do século XIV, de Toulouse, admitiu que confeccionava um preparado composto de ervas, partes de cadáveres de homens e animais e farrapos de vestuário retirados a um homem enforcado. O registo do seu julgamento não mencionava o propósito desta mistura, mas não é dificil de perceber que os seus objectivos tivessem sido malignos.

As ervas que entravam na preparação destas misturas maléficas eram provavelmente colhidas quando a Lua se encontrava em quarto minguante. Quando estava lua cheia, as ervas eram colhidas para efeitos salutares.

Para os seus sabats, ou reuniões, as bruxas necessitavam de velas. No seu julgamento, realizado em 1616, o bruxo Barthlemy Minguet, de Brocy, França, descreveu uma cerimónia: [Quando] os adoradores se preparam para a oferenda, seguram nas suas mãos velas negras de breu que lhes são dadas pelo Diabo. Integrava-se também no ritual do sabat o desenho de um circulo mágico, traçado no chão pela ponta de uma faca mágica.

Para guardar misturas que lançavam feitiços, uma bruxa podia usar uma garrafa normal ou um jarro. Em Londres, depois da II Guerra Mundial, foram encontrados vários desses jarros enterrados nas fundações de casas velhas. Continham cabelo humano entrançado com pregos de metal, aparas de unhas e fragmentos de tecido com forma de coração trespassados com alfinetes.

Outro elemento da parafernelia das bruxas foi encontrado em 1886. De acordo com uma notícia publicada num jornal, alguns construtores do Sommerset, Inglaterra, descobriram numa sala secreta uma corda de 1,5 m de comprimento na qual haviam sido inseridas penas de ganso, corvo ou gralha. Quando interrogado, um idoso habitante da aldeia sugeriu que o achado era uma grinalda de bruxa, um objecto usado para lançar maldições.

 
Topo