Os primeiros amigos

estela

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No início, a curiosidade por outros bebés vem misturada com ciúme, rivalidade e competição. Mas a descoberta da cumplicidade vem logo a seguir. Os primeiros amigos são fundamentais no processo de socialização.


Durante o primeiro ano, concentrado nas habilidades físicas, o bebé prefere a companhia dos pais a qualquer outra. Adapta-se aos cuidados da ama, educadora, ou avó, e até pode apreciar alguma interacção pontual com outros familiares e amigos, mas nada de muito continuado ou duradouro.
No segundo ano, a socialização toma uma importância maior. Descobrir o mundo é também descobrir o prazer de se relacionar com os outros, de os fazer rir e de rir com eles, de partilhar experiências.
A linguagem ajuda-o a fazer a ponte e o bebé descobre o prazer de provocar reacções, conversar, comunicar. Mas neste processo, tudo dependerá também da sua personalidade. Ser mais expansivo, comunicativo, aberto ao exterior são características que proporcionam uma socialização mais fácil, pacífica, quase instintiva.
Para as crianças mais tímidas ou reservadas, o processo pode ser mais demorado, o que não significa que isso acarrete algum problema. O importante é não forçar a criança, dar-lhe tempo e respeitar o seu ritmo. Se não quer dar beijinhos a um desconhecido, se não vai para o colo da tia assim que ela aparece, se se esconde atrás das pernas da mãe ou se mergulha no calor do seu pescoço assim que um estranho se aproxima, o pior que se pode fazer é dar muita importância ao caso.

Pequenos sedutores
Nestas fase, as crianças precisam e apreciam o processo de «sedução», como se de um jogo se tratasse. Perante alguém que não conhecem bem, aparecem e escondem-se, sorriem e viram a cara e, passado pouco tempo, já estão ao colo ou a brincar com o sedutor/seduzido.
A ansiedade da separação pode estar no seu auge - entre os 9 e os 18 meses. A criança só se sente segura com os pais e os avós e tem medo que desapareçam de repente, mas com o tempo, vai ganhar segurança, sobretudo quando as suas rotinas não estão a ser quebradas.
Quanto às outras crianças, mais velhas ou da mesma idade, vai demorar algum tempo até que haja uma verdadeira interacção. Até podem estar ao lado um do outro, mas dois bebés com um ano vão brincar cada um por si e não um com o outro. Olham-se com curiosidade, podem cumprimentar-se, fazer uma festa, mas depois cada um vai à sua vida.
Daí para a frente, contudo, entre os 18 meses e os dois anos, vão começar a descobrir o prazer de «brincar com» outras crianças, sobretudo se estiverem integrados numa creche. Podem ficar muito tempo a observar as outras crianças, a ver o fazem o como fazem.
Partilhar os brinquedos, contudo, ainda é complicado nesta fase. Pode também haver alguns comportamentos mais violentos, mas que têm mais a ver com uma incapacidade de comunicar do que outra coisa. À medida que conseguem exprimir-se melhor em palavras, a violência diminui.
Aos três anos, vão ser capazes de fazer verdadeiros amigos. Daqueles que não se esquecem. Pelo menos até ao dia seguinte.

Como ajudar o seu bebé a fazer amigos e a ser amigo
# Durante o primeiro ano do bebé, não se feche em casa, nem feche a sua casa aos amigos e família. A pretexto de respeitar os horários do bebé ou do cansaço acumulado, muitos pais não proporcionam ao bebé momentos de convívio com outros adultos e crianças. Esse convívio é saudável e favorece a socialização.

# Ser egoista é normal. Os bebés estão centrados neles próprios, por isso têm dificuldade em partilhar. A partir dos dois anos, devemos mostrar-lhes como é iomportante dar a vez e partilhar. Mas este é um processo que levará o seu tempo. Não se exaspere e dê a volta aos conflitos de forma pacífica.

# Elogie o seu filho sempre que tiver uma atitude generosa com outra criança. Do mesmo modo, elogie esse tipo de atitudes que outras crianças tenham com ele.

# Comportamento agressivo, como bater em outras crianças ou morder é comum. Afinal é a forma instintiva de resolver os conflitos. Mas se se tornar um padrão muito constante e prolongado no tempo, converse com a educadora e com o pediatra para tentar perceber as razões que o levam a comportar-se dessa forma. Insegurança, medo, ansiedade em alguma fase complicada podem estar na base da questão. Um psicólogo pode ajudar a definir estratégias para lidar com o problema.
 
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