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Paraplégico denuncia injustiças
Ao segundo dia, José Lima, o homem que está a atravessar o País em cadeira de rodas para reclamar igualdade de oportunidades para os deficientes, recebeu a primeira recompensa. Estava a entrar no Porto e foi abordado por um jovem arquitecto que lhe fez uma promessa: “A partir agora nunca mais faço um projecto sem pensar em si.”
José Lima está consciente de que não vai conseguir milagres com a sua aventura, mas se conseguir mais compromissos como este, que ajudem a abolir as barreiras arquitectónicas e a melhorar o acesso dos deficientes ao mercado de trabalho, regressa a casa com o sentido de dever cumprido. “Basta que a consciência dos portugueses mude em relação aos deficientes para me sentir recompensado”, disse ontem, após ter cumprido a oitava etapa, entre Pombal e Leiria.
A viagem iniciou-se no dia 1 deste mês, em Viana do Castelo. A uma média de 40 quilómetros por dia, deverá ficar concluída no dia 21, com a chegada a Faro. Pelo caminho, estão previstas paragens em 21 municípios, com o objectivo de sensibilizar autarquias e cidadãos para os problemas dos deficientes motores.
“Estou inscrito num centro de emprego há três anos e não consigo colocação. Sou chamado para entrevistas, mas quando chego de cadeira de rodas os gestores dizem que a empresa não tem condições para me receber e mandam-me embora”, relata José Lima, de 52 anos.
Habilitado com um curso superior de Electrónica, sofreu um acidente em 1997 quando vistoriava um elevador e ficou paraplégico. A partir daí, tem-se empenhado em denunciar as injustiças que afectam as pessoas com deficiência.
Editou dois livros, prepara a publicação de mais dois e fez-se à estrada na sua cadeira de rodas com dois objectivos. “Denunciar a hipocrisia dos governantes” em relação à falta de cumprimento da legislação sobre barreiras arquitectónicas e demonstrar que um deficiente motor “não é nenhum deficiente intelectual”.
Hoje, José Lima parte de Leiria em direcção a Torres Novas. Quando chegar ao fim, terá feito mais de 730 quilómetros.
PERFIL
José Lima tem 52 anos, nasceu em Ponte de Lima e reside em Viana do Castelo. Formou-se no estrangeiro em Electrónica Industrial e teve “uma vida maravilhosa” até ao acidente que sofreu em Dezembro de 1997. É divorciado e tem um filho de 20 anos. Criou uma microempresa de componentes electrónicos para elevadores, foi distinguido pelo Ministério do Trabalho, mas teve de abandonar o projecto em 2003 a conselho dos médicos. Desde então, tem procurado um emprego compatível com as suas limitações físicas, mas sem êxito. Queixa-se da falta de coragem dos empresários.
Fonte:Correio da Manhã
Ao segundo dia, José Lima, o homem que está a atravessar o País em cadeira de rodas para reclamar igualdade de oportunidades para os deficientes, recebeu a primeira recompensa. Estava a entrar no Porto e foi abordado por um jovem arquitecto que lhe fez uma promessa: “A partir agora nunca mais faço um projecto sem pensar em si.”
José Lima está consciente de que não vai conseguir milagres com a sua aventura, mas se conseguir mais compromissos como este, que ajudem a abolir as barreiras arquitectónicas e a melhorar o acesso dos deficientes ao mercado de trabalho, regressa a casa com o sentido de dever cumprido. “Basta que a consciência dos portugueses mude em relação aos deficientes para me sentir recompensado”, disse ontem, após ter cumprido a oitava etapa, entre Pombal e Leiria.
A viagem iniciou-se no dia 1 deste mês, em Viana do Castelo. A uma média de 40 quilómetros por dia, deverá ficar concluída no dia 21, com a chegada a Faro. Pelo caminho, estão previstas paragens em 21 municípios, com o objectivo de sensibilizar autarquias e cidadãos para os problemas dos deficientes motores.
“Estou inscrito num centro de emprego há três anos e não consigo colocação. Sou chamado para entrevistas, mas quando chego de cadeira de rodas os gestores dizem que a empresa não tem condições para me receber e mandam-me embora”, relata José Lima, de 52 anos.
Habilitado com um curso superior de Electrónica, sofreu um acidente em 1997 quando vistoriava um elevador e ficou paraplégico. A partir daí, tem-se empenhado em denunciar as injustiças que afectam as pessoas com deficiência.
Editou dois livros, prepara a publicação de mais dois e fez-se à estrada na sua cadeira de rodas com dois objectivos. “Denunciar a hipocrisia dos governantes” em relação à falta de cumprimento da legislação sobre barreiras arquitectónicas e demonstrar que um deficiente motor “não é nenhum deficiente intelectual”.
Hoje, José Lima parte de Leiria em direcção a Torres Novas. Quando chegar ao fim, terá feito mais de 730 quilómetros.
PERFIL
José Lima tem 52 anos, nasceu em Ponte de Lima e reside em Viana do Castelo. Formou-se no estrangeiro em Electrónica Industrial e teve “uma vida maravilhosa” até ao acidente que sofreu em Dezembro de 1997. É divorciado e tem um filho de 20 anos. Criou uma microempresa de componentes electrónicos para elevadores, foi distinguido pelo Ministério do Trabalho, mas teve de abandonar o projecto em 2003 a conselho dos médicos. Desde então, tem procurado um emprego compatível com as suas limitações físicas, mas sem êxito. Queixa-se da falta de coragem dos empresários.
Fonte:Correio da Manhã
