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Parkinson: antidepressivo pode ser eficaz sem piorar sintomas motores
Mais da metade dos pacientes que receberam as drogas paroxetina e venlafaxina tiveram melhora sem prejudicar os sintomas motores do Parkinson
A depressão é um dos principais fatores de piora na qualidade de vida de pacientes com Parkinson
A depressão é um dos principais fatores de piora na qualidade de vida de pacientes com Parkinson (Thinkstock)
Portadores da Doença de Parkinson depressivos sempre enfrentaram um problema: os remédios para depressão funcionavam, mas frequentemente pioravam os problemas motores característicos da doença. Uma nova pesquisa, publicada na edição online do Neurology, periódico da Academia Americana de Neurologia, traz notícias animadoras. Remédios para depressão disponíveis hoje no mercado podem ajudar pacientes com Parkinson sem agravar os sintomas da doença.
Saiba mais:
DOENÇA DE PARKINSON
A doença degenerativa e progressiva do sistema nervoso tem uma evolução lenta e costuma aparecer entre os 50 e 79 anos. Ela é caracterizada por tremores nos músculos quando eles estão em repouso, lentidão nos movimentos voluntários e rigidez. Estima-se que a doença afete cerca de 1 em cada 100 pessoas com mais de 65 anos. As causas do Parkinson ainda são desconhecidas e seu tratamento é feito com o uso de medicamentos. A progressão da doença, no entanto, ainda é inevitável.
Segundo Irene Hegeman Richard, neurologista da University of Rochester Medical Center e coordenadora do estudo, a depressão é o fator negativo número um que afeta a qualidade de vida de pessoas com Parkinson. "Ela causa muito sofrimento nos pacientes. A boa notícia é que quando a depressão é tratada adequadamente, muitos dos sintomas se tornam mais manejáveis." Irene ressalta ainda que é importante diferenciar a condição depressiva do paciente. "A depressão é causada por processos subjacentes da doença, que também causam problemas com movimento e equilíbrio."
Pesquisa — Embora as gerações mais antigas de antidepressivos sejam eficazes no tratamento da doença, elas têm grandes efeitos colaterais. A equipe de pesquisadores decidiu, então, testar gerações mais modernas das drogas. Para o levantamento, foram chamados 115 voluntários de 20 lugares diferentes dos Estados Unidos, Canadá e Porto Rico. Todos tinham Parkinson e depressão.
Os participantes foram divididos em três grupos: o primeiro recebeu a droga paroxetina; o segundo, venlafaxina (ambos são da classe dos inibidores seletivos da receptação de serotonina). O terceiro grupo recebeu placebo. Em média, os voluntários que tomaram paroxetina apresentaram 59% de melhora, e aqueles que receberam venlafaxina, 52%. Os voluntários que receberam placebo tiveram uma melhora de 32%. Em linhas gerais, as duas drogas foram bem toleradas e não acarretaram nenhuma piora na função motora.
"Depois do tratamento para a depressão, os pacientes e suas famílias geralmente veem uma melhora dramática em semanas ou meses. Eles passam a ter mais energia, dormem melhor. E, muitas vezes, há uma grande sensação de alívio", diz Irene. Segundo a especialista, às vezes é difícil diagnosticar a depressão nesses pacientes, porque alguns sintomas se sobrepõem a outros do Parkinson. Pessoas com Parkinson, por exemplo, são menos animadas, têm uma voz menos expressiva e muitos têm dificuldades para dormir — e ainda assim podem não estar deprimidos.
Fonte: deficiente-forum