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Pediatras vão atender jovens até 18 anos em 2010
Hospitais de todo o País já estão a adaptar os serviços e a recrutar recursos humanos para dar resposta ao aumento de utentes pediátricos. A maior das regiões espera dar resposta à recomendação em 2010, o que vai beneficiar cerca de 300 mil jovens
No próximo ano, os hospitais do Serviço Nacional de Saúde vão começar a atender jovens até aos 18 anos nos serviços de pediatria. A medida foi confirmada ao DN pelas Administrações Regionais de Saúde, que estão a proceder às respectivas alterações dos serviços e a reforçar os recursos humanos disponíveis. Actualmente, as unidades "já davam resposta até aos 14/15 anos", refere ao DN a Alta Comissária da Saúde, Maria do Céu Machado. Em 2007, havia 326 087 jovens entre os 15 e os 17 em Portugal.
Maria do Céu Machado salienta que, até agora, os adolescentes eram um pouco "terra de ninguém. Os pediatras não os tratavam, mas depois os médicos dos adultos também achavam que não deviam ser eles a tratá-los", frisa.
O alargamento do atendimento pediátrico é uma recomendação universal e integrou, em Novembro, a Carta Hospitalar e de Cuidados Pediátricos em Portugal, produzida pela Comissão Nacional de Saúde da Criança e Adolescente. Apesar de este órgão ser apenas consultivo do Ministério da Saúde, fonte da tutela garantiu que "o alargamento do atendimento será realizado por todas as Administrações Regionais de Saúde", apesar de ainda não haver dados sobre o investimento que a medida irá implicar.
A Administração Regional de Saúde do Norte, tal como a do Centro, é uma das que está mais adiantadas na aplicação das recomendações. Fernando Araújo, vice-presidente da ARS, diz que o processo já teve início há dois anos. "A idade tem sido aumentada progressivamente a cada ano. Em 2008, todos os hospitais começaram a receber jovens até aos 16; em 2009, já englobámos os de 17 e, em 2010, teremos resposta até aos 18 anos nas consultas, internamentos e nas urgências".
Cumprindo os requisitos da carta, os hospitais estão a fazer obras nos serviços de pediatria, a criar quartos para os adolescentes e a recrutar mais profissionais. "Temos apostado na formação mais voltada para os problemas da adolescência, que já aumentou 50%. Temos aumentado as vagas para internos e estamos a contratar mais especialistas".
Maria do Céu Machado recorda que há um problema de recursos humanos, mas, ao mesmo tempo, diz que este alargamento é essencial "para a própria subsistência dos serviços de pediatria, que têm perdido utentes devido à redução da natalidade".
Na carta, defende-se outros princípios como o atendimento de crianças e jovens no hospital de dia (e não de noite), a redução de camas de enfermaria e o reforço dos cuidados intensivos e dos cuidados em ambulatório (menos internamento). A adequação da informação às faixas etárias - completamente diferentes entre os 0 e os 18 anos - bem como o cumprimento de normas como a possibilidade de terem um acompanhamento, um animador e até professores no âmbito do internamento foram incluídas na carta. Há ainda distinção entre serviços de pediatria gerais e especializados.
Na região de Lisboa, apesar de não haver horizontes temporais bem definidos para a aplicação das medidas, "a meta será semelhante (2010)", refere Manuela Lucas, a responsável pelo Departamento de Saúde Pública. "As unidades estão a ser adaptadas e cremos que não haverá muita falta de especialistas nesta região".
Rosa Matos, a presidente da ARS do Alentejo também acredita que "até ao final do ano haja condições para avançar. Hoje já atendemos os doentes crónicos até esta idade nos serviços de pediatria de toda a região, ou quando algum jovem o pede expressamente, mas queremos alargar a resposta pelo menos no internamento", diz. Mas a região, admite, "tem muitos problemas devido à carência de recursos humanos".
Maria do Céu Machado refere, por fim, que tem de se apostar na melhor articulação entre níveis de cuidados (primários e hospitalares), devendo caber aos centros de saúde a maior parte das respostas a estes utentes. Os jovens que o pretendam podem optar por ir a serviços de adultos.
DN
Hospitais de todo o País já estão a adaptar os serviços e a recrutar recursos humanos para dar resposta ao aumento de utentes pediátricos. A maior das regiões espera dar resposta à recomendação em 2010, o que vai beneficiar cerca de 300 mil jovens
No próximo ano, os hospitais do Serviço Nacional de Saúde vão começar a atender jovens até aos 18 anos nos serviços de pediatria. A medida foi confirmada ao DN pelas Administrações Regionais de Saúde, que estão a proceder às respectivas alterações dos serviços e a reforçar os recursos humanos disponíveis. Actualmente, as unidades "já davam resposta até aos 14/15 anos", refere ao DN a Alta Comissária da Saúde, Maria do Céu Machado. Em 2007, havia 326 087 jovens entre os 15 e os 17 em Portugal.
Maria do Céu Machado salienta que, até agora, os adolescentes eram um pouco "terra de ninguém. Os pediatras não os tratavam, mas depois os médicos dos adultos também achavam que não deviam ser eles a tratá-los", frisa.
O alargamento do atendimento pediátrico é uma recomendação universal e integrou, em Novembro, a Carta Hospitalar e de Cuidados Pediátricos em Portugal, produzida pela Comissão Nacional de Saúde da Criança e Adolescente. Apesar de este órgão ser apenas consultivo do Ministério da Saúde, fonte da tutela garantiu que "o alargamento do atendimento será realizado por todas as Administrações Regionais de Saúde", apesar de ainda não haver dados sobre o investimento que a medida irá implicar.
A Administração Regional de Saúde do Norte, tal como a do Centro, é uma das que está mais adiantadas na aplicação das recomendações. Fernando Araújo, vice-presidente da ARS, diz que o processo já teve início há dois anos. "A idade tem sido aumentada progressivamente a cada ano. Em 2008, todos os hospitais começaram a receber jovens até aos 16; em 2009, já englobámos os de 17 e, em 2010, teremos resposta até aos 18 anos nas consultas, internamentos e nas urgências".
Cumprindo os requisitos da carta, os hospitais estão a fazer obras nos serviços de pediatria, a criar quartos para os adolescentes e a recrutar mais profissionais. "Temos apostado na formação mais voltada para os problemas da adolescência, que já aumentou 50%. Temos aumentado as vagas para internos e estamos a contratar mais especialistas".
Maria do Céu Machado recorda que há um problema de recursos humanos, mas, ao mesmo tempo, diz que este alargamento é essencial "para a própria subsistência dos serviços de pediatria, que têm perdido utentes devido à redução da natalidade".
Na carta, defende-se outros princípios como o atendimento de crianças e jovens no hospital de dia (e não de noite), a redução de camas de enfermaria e o reforço dos cuidados intensivos e dos cuidados em ambulatório (menos internamento). A adequação da informação às faixas etárias - completamente diferentes entre os 0 e os 18 anos - bem como o cumprimento de normas como a possibilidade de terem um acompanhamento, um animador e até professores no âmbito do internamento foram incluídas na carta. Há ainda distinção entre serviços de pediatria gerais e especializados.
Na região de Lisboa, apesar de não haver horizontes temporais bem definidos para a aplicação das medidas, "a meta será semelhante (2010)", refere Manuela Lucas, a responsável pelo Departamento de Saúde Pública. "As unidades estão a ser adaptadas e cremos que não haverá muita falta de especialistas nesta região".
Rosa Matos, a presidente da ARS do Alentejo também acredita que "até ao final do ano haja condições para avançar. Hoje já atendemos os doentes crónicos até esta idade nos serviços de pediatria de toda a região, ou quando algum jovem o pede expressamente, mas queremos alargar a resposta pelo menos no internamento", diz. Mas a região, admite, "tem muitos problemas devido à carência de recursos humanos".
Maria do Céu Machado refere, por fim, que tem de se apostar na melhor articulação entre níveis de cuidados (primários e hospitalares), devendo caber aos centros de saúde a maior parte das respostas a estes utentes. Os jovens que o pretendam podem optar por ir a serviços de adultos.
DN