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Pedida colaboração de Portugal para investigar nau na Namíbia
Portugal foi contactado para colaborar na identificação do espólio subaquático descoberto ao largo da Namíbia, e que provavelmente era transportado por um navio português, naufragado no século XVI, disse hoje à Lusa fonte oficial portuguesa.
Segundo João Pedro Cunha Ribeiro, subdirector do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), a sua instituição, em conjunto com o Ministério da Cultura, «está a diligenciar esforços para responder às solicitações dos arqueólogos locais».
O contacto foi feito através do Consulado de Portugal na Cidade do Cabo pelo arqueólogo sul-africano Dieter Noli, contratado pelo consórcio NAMDEB, formado pelo Governo namibiano e pela empresa diamantífera De Beers.
«É um contacto no sentido de nós podermos colaborar no estudo do processo e podermos diligenciar para que esta informação seja uma mais-valia para o conhecimento daquilo que é a gesta dos Descobrimentos e a arqueologia náutica que lhe está associada», destacou.
A descoberta foi divulgada em comunicado de imprensa da De Beers no passado dia 30 de Abril, mas ocorreu a 01 de Abril, no decorrer de uma expedição de prospecção de diamantes.
«Recebemos hoje a informação de que o arqueóogo Dieter Noli contactou o nosso Consulado na Cidade do Cabo», revelou Cunha Ribeiro à Lusa.
«A informação chegou-nos via Ministério dos Negócios Estrangeiros», acrescentou.
Cunha Ribeiro adiantou que o pouco que ainda se conhece da descoberta representa «uma valia patrimonial para a qual nós temos de saber responder. Neste momento estamos a ponderar, em colaboração obviamente com o Ministério da Cultura, qual vai ser o contacto que vamos estabelecer e qual a resposta que vai ser dada à solicitação que nos foi feita».
Para o subdirector do IGESPAR, as informações disponíveis apontam para que, a partir de fotografias de parte do tesouro descoberto, em que se vêem várias moedas, designadamente uma moeda de ouro de Dom João III, o naufrágio tenha ocorrido depois de 1525.
«Será portanto um naufrágio do segundo quartel do século XVI, numa altura em que a região era fundamentalmente frequentada por naus portuguesas e fundamentalmente por naus da carreira da Índia», afiançou.
A explicação assenta no Tratado de Tordesilhas, que as coroas portuguesa e espanhola assinaram em 1494 e que permitiu dividir o mundo em duas áreas de influência.
«Enquanto os espanhóis andavam a explorar o continente americano e a América Latina, nós estávamos a trabalhar no outro lado», explicou.
Mas não existem garantias, segundo Cunha Ribeiro, de que a nau encontrada ao largo da Namíbia seja portuguesa.
«Tanto mais que até sugestivamente há lá moedas espanholas, o que não quer dizer nada, porque naquela altura valia mais pelo metal, muito mais do que pelo valor facial. Com toda a probabilidade trata-se de um barco português, ainda que sujeito a confirmação», frisou.
A resposta portuguesa à solicitação poderá passar pelo envio de uma expedição científica, mas não há anda certezas.
«Essa é uma das hipóteses. Estamos a ver se entramos em contacto directo com os nossos colegas namibianos, porque uma expedição destas obriga a uma logística», disse.
O achado ocorreu numa zona concessionada à NAMDEB, a 12 quilómetros da fronteira namibiano-sul-africana, completamente interdita, pelo que «nunca se poderia lá ir a não ser com uma organização das autoridades locais».
«Não estamos aqui a disputar, a saber se aquilo é nosso ou não. Vai além disso, para a salvação do património. E temos todo o interesse em colaborar com as autoridades locais para salvar um património que é nosso, não em sentido material, mas em sentido sentimental», ressalvou.
No passado dia 02, em declarações à Lusa, o arqueólogo Francisco Alves disse que os destroços achados representavam uma «grande descoberta».
«Como arqueólogo penso que é uma grande descoberta. E tenho um palpite, muito alicerçado e com base em tudo o que veio ao de cima na Internet, de que efectivamente é um navio português», salientou.
«Mas não é a caravela do Bartolomeu Dias. Isso é perfeita especulação», vincou.
Segundo as poucas notícias disponíveis, entre as quais uma fotografia de algumas moedas que fazem parte do espólio descoberto na passada semana ao largo da Namíbia, está a prova da nacionalidade portuguesa dos proprietários do navio.
«A moeda que mostram, embora seja o reverso, foi identificada por um colega meu, Paulo Alexandre Monteiro. É indiscutivelmente uma moeda de Dom João III, que foi cunhada a partir de Outubro de 1525», destacou Francisco Alves.
«Essa moeda de ouro chama-se 'português' e era uma das mais prestigiantes moedas da época. A moeda mostrada corresponde a 10 cruzados de ouro», acrescentou.
Fonte:Lusa
Portugal foi contactado para colaborar na identificação do espólio subaquático descoberto ao largo da Namíbia, e que provavelmente era transportado por um navio português, naufragado no século XVI, disse hoje à Lusa fonte oficial portuguesa.
Segundo João Pedro Cunha Ribeiro, subdirector do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), a sua instituição, em conjunto com o Ministério da Cultura, «está a diligenciar esforços para responder às solicitações dos arqueólogos locais».
O contacto foi feito através do Consulado de Portugal na Cidade do Cabo pelo arqueólogo sul-africano Dieter Noli, contratado pelo consórcio NAMDEB, formado pelo Governo namibiano e pela empresa diamantífera De Beers.
«É um contacto no sentido de nós podermos colaborar no estudo do processo e podermos diligenciar para que esta informação seja uma mais-valia para o conhecimento daquilo que é a gesta dos Descobrimentos e a arqueologia náutica que lhe está associada», destacou.
A descoberta foi divulgada em comunicado de imprensa da De Beers no passado dia 30 de Abril, mas ocorreu a 01 de Abril, no decorrer de uma expedição de prospecção de diamantes.
«Recebemos hoje a informação de que o arqueóogo Dieter Noli contactou o nosso Consulado na Cidade do Cabo», revelou Cunha Ribeiro à Lusa.
«A informação chegou-nos via Ministério dos Negócios Estrangeiros», acrescentou.
Cunha Ribeiro adiantou que o pouco que ainda se conhece da descoberta representa «uma valia patrimonial para a qual nós temos de saber responder. Neste momento estamos a ponderar, em colaboração obviamente com o Ministério da Cultura, qual vai ser o contacto que vamos estabelecer e qual a resposta que vai ser dada à solicitação que nos foi feita».
Para o subdirector do IGESPAR, as informações disponíveis apontam para que, a partir de fotografias de parte do tesouro descoberto, em que se vêem várias moedas, designadamente uma moeda de ouro de Dom João III, o naufrágio tenha ocorrido depois de 1525.
«Será portanto um naufrágio do segundo quartel do século XVI, numa altura em que a região era fundamentalmente frequentada por naus portuguesas e fundamentalmente por naus da carreira da Índia», afiançou.
A explicação assenta no Tratado de Tordesilhas, que as coroas portuguesa e espanhola assinaram em 1494 e que permitiu dividir o mundo em duas áreas de influência.
«Enquanto os espanhóis andavam a explorar o continente americano e a América Latina, nós estávamos a trabalhar no outro lado», explicou.
Mas não existem garantias, segundo Cunha Ribeiro, de que a nau encontrada ao largo da Namíbia seja portuguesa.
«Tanto mais que até sugestivamente há lá moedas espanholas, o que não quer dizer nada, porque naquela altura valia mais pelo metal, muito mais do que pelo valor facial. Com toda a probabilidade trata-se de um barco português, ainda que sujeito a confirmação», frisou.
A resposta portuguesa à solicitação poderá passar pelo envio de uma expedição científica, mas não há anda certezas.
«Essa é uma das hipóteses. Estamos a ver se entramos em contacto directo com os nossos colegas namibianos, porque uma expedição destas obriga a uma logística», disse.
O achado ocorreu numa zona concessionada à NAMDEB, a 12 quilómetros da fronteira namibiano-sul-africana, completamente interdita, pelo que «nunca se poderia lá ir a não ser com uma organização das autoridades locais».
«Não estamos aqui a disputar, a saber se aquilo é nosso ou não. Vai além disso, para a salvação do património. E temos todo o interesse em colaborar com as autoridades locais para salvar um património que é nosso, não em sentido material, mas em sentido sentimental», ressalvou.
No passado dia 02, em declarações à Lusa, o arqueólogo Francisco Alves disse que os destroços achados representavam uma «grande descoberta».
«Como arqueólogo penso que é uma grande descoberta. E tenho um palpite, muito alicerçado e com base em tudo o que veio ao de cima na Internet, de que efectivamente é um navio português», salientou.
«Mas não é a caravela do Bartolomeu Dias. Isso é perfeita especulação», vincou.
Segundo as poucas notícias disponíveis, entre as quais uma fotografia de algumas moedas que fazem parte do espólio descoberto na passada semana ao largo da Namíbia, está a prova da nacionalidade portuguesa dos proprietários do navio.
«A moeda que mostram, embora seja o reverso, foi identificada por um colega meu, Paulo Alexandre Monteiro. É indiscutivelmente uma moeda de Dom João III, que foi cunhada a partir de Outubro de 1525», destacou Francisco Alves.
«Essa moeda de ouro chama-se 'português' e era uma das mais prestigiantes moedas da época. A moeda mostrada corresponde a 10 cruzados de ouro», acrescentou.
Fonte:Lusa