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helldanger1
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O salto de aircooling para watercooling é muito grande. O salta de watercooling para peltiers ou waterchillers é também muito grande. Mas nada se compara ao salta para um sistema de Phase-Change Cooling.
Para fazer um artigo sobre Phase-Change Cooling tinha de ficar aqui a escrever, a escrever, a escrever...Por isso, o que se segue é apenas um super resumo sobre a ideia por detrás do Phase-Change Cooling.
Phase-Change => Mudança de fase. E como é que isto arrefece? A ideia fundamental é que quando um elemento muda do estado líquido para o estado gasoso, consome/absorve a energia circundante.
Soluções comerciais
Partindo desta base, surgiram sistemas como o SuperG e Vapochill da Kryotech e Asetek respectivamente, capazes de levar as CPUs até -40ºC e -20ºC (também respectivamente). O que eles fazem é utilizar um compressor que comprime de tal forma um gás (gás à temperatura ambiente) como o freon até ele atingir o estado líquido. Bem, à saída do compressor o freon ainda não está totalmente líquido e está também muito quente, por isso segue para um radiador a que se dá o nome de condensador para que ele arrefeça e entre de vez no estado líquido.
A fase seguinte é a fase da magia. Chegada a uma peça que dá pelo nome de evaporador e que assenta sobre a CPU, o freon passa por uma válvula ou tubo capilar que faz com que a sua pressão desça abruptamente. Nessa descida de pressão, ele vai voltar ao estado gasoso o que significa que vai também absorver uma grande quantidade de energia (calor da CPU). O freon volta então ao compressor iniciando um novo ciclo.
Parece uma coisa estilo NASA não parece? Nem por isso, é mais uma coisa que todos nos temos em casa. É assim que funciona o humilde frigorífico.
Esquema do sistema SuperG da Kryotech
Bong Coolers!!!
Aqui há uns tempos, uma onda de ENORME euforia varreu a comunidade watercooliana quando alguém se lembrou de usar o método de arrefecimento das centrais nucleares para arrefecer CPUs (não, não é gozo).
Muito sucintamente, aquilo que ficou conhecido por Bong Cooling consiste em arrefecer a água quente vinda do WB usando não um radiador, mas sim um Bong. Ok, já toda a gente percebeu? Hehehe, ok, agora a sério, um Bong é algo deste género:
Uma coisa é certa, se um radiador impressiona as visitas, um Bong dá-lhes um autêntico nó na cabeça!
Como (quase) se consegue ver no esquema, a água quente vinda da CPU entra na parte de cima do Bong onde, graças a um chuveiro (é mesmo um chuveiro! comprei o meu na secção de casa de banho do AKI !!) é dispersa em pequenas partículas. Ao descer pelo tubo (secção de canalização do AKI , vai encontrar ar frio que está a ser introduzido pela ventoinha. No ‘atrito’ entre a água quente descendente e o ar frio ascendente, a água não só é arrefecida como parte dela evapora.
É precisamente por causa da evaporação (mudança do estado líquido para estado gasoso) que os Bong Coolers encaixam na secção de Phase-Change Cooling, e é também nela que reside o segredo da sua grande performance. É que por muito pouco natural que possa parecer, já que não é mais do que um chuveiro metido num tubo, um Bong Cooler consegue arrefecer a água abaixo da temperatura ambiente; um Bong de topo consegue para aí 6ºC abaixo. O meu, coitadito, devido ao seu reservatório massivo lá conseguia os seus 2 a 3ºC abaixo do ambiente. Nota: os Bongs só conseguem ter a temperatura da água abaixo da temperatura ambiente se não estiverem a receber carga de calor do exterior, ie, se a CPU estiver desligada.
No entanto, a onda de euforia em torno dos Bongs acalmou assim que as pessoas começaram a aperceber-se dos seus problemas.
É que como agora estava-se a lidar com um sistema aberto e ainda para mais um sistema em que é suposto haver evaporação. Graças a isso, era necessário estar constantemente a reabastecer o Bong (o meu perdia 1 litro por dia); tinha de haver muito cuidado no líquido usado porque por exemplo o glicol e o metanol são tóxicos; as algas eram um quebra cabeças; eram pouco práticos devido ao muito espaço que ocupam; tornavam o ambiente um tanto ou quanto pesado (aumentava a humidade no ar); e não se podia ter o Bong a trabalhar com o PC desligado senão surgia condensação.
Apesar de ainda haver quem os use, hoje em dia os Bong Coolers são raros. A sua época foi uma época bestial em que se entrou numa nova era em que literalmente todos os dias aparecia alguém com uma nova ideia para os melhorar. Foi bom enquanto durou, e quem sabe, talvez um dia voltem...
cumpts
hell
Para fazer um artigo sobre Phase-Change Cooling tinha de ficar aqui a escrever, a escrever, a escrever...Por isso, o que se segue é apenas um super resumo sobre a ideia por detrás do Phase-Change Cooling.
Phase-Change => Mudança de fase. E como é que isto arrefece? A ideia fundamental é que quando um elemento muda do estado líquido para o estado gasoso, consome/absorve a energia circundante.
Soluções comerciais
Partindo desta base, surgiram sistemas como o SuperG e Vapochill da Kryotech e Asetek respectivamente, capazes de levar as CPUs até -40ºC e -20ºC (também respectivamente). O que eles fazem é utilizar um compressor que comprime de tal forma um gás (gás à temperatura ambiente) como o freon até ele atingir o estado líquido. Bem, à saída do compressor o freon ainda não está totalmente líquido e está também muito quente, por isso segue para um radiador a que se dá o nome de condensador para que ele arrefeça e entre de vez no estado líquido.
A fase seguinte é a fase da magia. Chegada a uma peça que dá pelo nome de evaporador e que assenta sobre a CPU, o freon passa por uma válvula ou tubo capilar que faz com que a sua pressão desça abruptamente. Nessa descida de pressão, ele vai voltar ao estado gasoso o que significa que vai também absorver uma grande quantidade de energia (calor da CPU). O freon volta então ao compressor iniciando um novo ciclo.
Parece uma coisa estilo NASA não parece? Nem por isso, é mais uma coisa que todos nos temos em casa. É assim que funciona o humilde frigorífico.
Esquema do sistema SuperG da Kryotech
Bong Coolers!!!
Aqui há uns tempos, uma onda de ENORME euforia varreu a comunidade watercooliana quando alguém se lembrou de usar o método de arrefecimento das centrais nucleares para arrefecer CPUs (não, não é gozo).
Muito sucintamente, aquilo que ficou conhecido por Bong Cooling consiste em arrefecer a água quente vinda do WB usando não um radiador, mas sim um Bong. Ok, já toda a gente percebeu? Hehehe, ok, agora a sério, um Bong é algo deste género:
Uma coisa é certa, se um radiador impressiona as visitas, um Bong dá-lhes um autêntico nó na cabeça!
Como (quase) se consegue ver no esquema, a água quente vinda da CPU entra na parte de cima do Bong onde, graças a um chuveiro (é mesmo um chuveiro! comprei o meu na secção de casa de banho do AKI !!) é dispersa em pequenas partículas. Ao descer pelo tubo (secção de canalização do AKI , vai encontrar ar frio que está a ser introduzido pela ventoinha. No ‘atrito’ entre a água quente descendente e o ar frio ascendente, a água não só é arrefecida como parte dela evapora.
É precisamente por causa da evaporação (mudança do estado líquido para estado gasoso) que os Bong Coolers encaixam na secção de Phase-Change Cooling, e é também nela que reside o segredo da sua grande performance. É que por muito pouco natural que possa parecer, já que não é mais do que um chuveiro metido num tubo, um Bong Cooler consegue arrefecer a água abaixo da temperatura ambiente; um Bong de topo consegue para aí 6ºC abaixo. O meu, coitadito, devido ao seu reservatório massivo lá conseguia os seus 2 a 3ºC abaixo do ambiente. Nota: os Bongs só conseguem ter a temperatura da água abaixo da temperatura ambiente se não estiverem a receber carga de calor do exterior, ie, se a CPU estiver desligada.
No entanto, a onda de euforia em torno dos Bongs acalmou assim que as pessoas começaram a aperceber-se dos seus problemas.
É que como agora estava-se a lidar com um sistema aberto e ainda para mais um sistema em que é suposto haver evaporação. Graças a isso, era necessário estar constantemente a reabastecer o Bong (o meu perdia 1 litro por dia); tinha de haver muito cuidado no líquido usado porque por exemplo o glicol e o metanol são tóxicos; as algas eram um quebra cabeças; eram pouco práticos devido ao muito espaço que ocupam; tornavam o ambiente um tanto ou quanto pesado (aumentava a humidade no ar); e não se podia ter o Bong a trabalhar com o PC desligado senão surgia condensação.
Apesar de ainda haver quem os use, hoje em dia os Bong Coolers são raros. A sua época foi uma época bestial em que se entrou numa nova era em que literalmente todos os dias aparecia alguém com uma nova ideia para os melhorar. Foi bom enquanto durou, e quem sabe, talvez um dia voltem...
cumpts
hell