Polémica entre filmes de Ferrara e Herzog aquece ambiente em Veneza

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Bad Lieutenant» volta a aparecer 17 anos depois
O ambiente do Festival de Cinema de Veneza aqueceu esta quarta-feira com presença de Abel Ferrara. Não pela exibição do documentário de ficção «Napoli, Napoli, Napoli», mas pela polémica com Werner Herzog por causa do título (e do tema) «Bad Lieutenant».

O «Bad Lieutenat» («Polícia sem Lei»), de 1992, realizado por Ferrara tem Harvey Keitel no papel de um polícia corrupto e viciado no jogo e nas drogas que tenta a redenção quando tem de investigar o homicídio de uma rapariga.

Quando surgiu este ano o filme de Werner Herzog «Bad Lieutenant: Port of Call New Orleans», com Nicolas Cage a desempenhar o papel de um polícia corrupto no cenário pós-furacão Katrina, a reacção de Ferrara não demorou: «Quero que estas pessoas morram no Inferno».

O filme de Herzog já foi exibido (em competição) em Veneza (onde o alemão ainda revelou «My Son, My Son, What Have Ye Done», também deste ano) e quando Ferrara apareceu para apresentar o seu «Napoli, Napoli, Napoli», o cineasta nova-iorquino voltou a não deixar passar em claro a situação.

Ferrara salientou que a sua «querela é com os produtores» e não com Herzog ou com Cage. «Não tenho problemas com o Werner. Com o Nicolas? Nunca poderia ter problemas com um actor. Como realizador sinto-me com um pai de todos os actores ou como um seu irmão», afirmou o norte-americano à Reuters.

«Esse filme [Bad Lieutenant/Polícia Sem Lei] foi feito quando ninguém ganhou um tostão, nada.. Agora volta-se trás e usa-se essa imagem de marca... para fazer um filme em que se ganha milhões de dólares», afirmou Ferrara referindo-se especificamente a uma «pessoa» que esteve «envolvida» nos dois filmes: «Isso é inaceitável.»

Quando confrontado no início do festival sobre a relação entre os dois filmes, Herzog reconheceu que o título se deveu-se à pressão de um dos seu produtores com vista a «uma espécie de franchise, mas o realizador alemão acrescentou que tentou distanciar-se do filme de 1992 colocando «Port of Call New Orleans» no título.

«Não tenho qualquer problema» com o criticismo de Ferrara foi o que Herzog reforçou dizendo que «gostava que o Abel Ferrara visse» o seu filme. «Se eu souber que ele vê o meu, prometo que vejo o dele», disse o alemão convidando o norte-americano para conversar enquanto tomam um uísque.

Ferrara já lhe respondeu: «Não bebo uísque, bebo cerveja. Bebo Budweiser.»
iol
 
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