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Poluição de ozono aumenta a mortalidade

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Poluição de ozono aumenta a mortalidade


Análise dos efeitos deste poluente pode mudar saúde pública

A exposição, mesmo que por pouco tempo, aos actuais níveis de ozono em muitas cidades dos Estados Unidos, uma das medidas de poluição urbana, deverá provocar certo número de mortes prematuras, concluiu um relatório ontem divulgado pela Academia de Ciência Americana (AAC). Os investigadores concluem que devem ser estudadas futuras normas de ozono mais baixas e que a mortalidade resultante da poluição deve ser incluída nas avaliações dos custos médicos.

O relatório elaborado pelo Conselho de Investigação da AAC, a pedido da Agência de Protecção Ambiental dos Estados Unidos, poderá ter grandes consequências políticas e impacto no sistema de saúde americano. Os peritos analisaram vários estudos e concluíram que as normas de saúde pública prevêem um limite máximo de ozono acima da concentração a partir da qual existe risco para a saúde.

O ozono forma-se quando a luz solar provoca a reacção química entre oxigénio e hidrocarbonetos ou óxidos de azoto libertados por máquinas, e que ficam na atmosfera, não queimados. Este é um dos elementos fundamentais da poluição urbana conhecida por smog. A palavra inglesa contrai smoke e fog, ou seja, fumo e nevoeiro, uma espécie de nuvem espessa e escura que rodeia as cidades mais poluídas e que pode ser vista a olho nu. O ozono a baixas altitudes causa dificuldades respiratórias e complicações cardíacas. Entretanto, já havia vários estudos a ligar este gás com a mortalidade, mas as interpretações variavam.

Não confundir ozono de baixa altitude criado pela poluição com o ozono estratosférico, que em altitudes superiores a dez quilómetros forma uma camada que impede a passagem dos raios ultravioletas e, por isso, é essencial para a vida.

A investigação da AAC sobre a poluição urbana analisou grandes grupos populacionais, com a preocupação de encontrar novos padrões. Ficou claro que a susceptibilidade de cada pessoa não é idêntica e que os riscos aumentam para indivíduos doentes. O trabalho propõe áreas para aprofundar a pesquisa, nomeadamente a ligação a outros poluentes e o que acontece no Inverno, quando o nível do ozono é mais baixo.

Com base em investigações recentes, o comité concluiu que as mortes ligadas a contacto com ozono ocorrem sobretudo em pessoas que já sofrem de problemas respiratórios ou cardíacos. Uma das ideias da avaliação é a de que as mortes prematuras não serão apenas de indivíduos que já estariam a poucos dias da sua morte. Outro efeito da poluição é o de reduzir de forma dramática a qualidade de vida das pessoas.


LUÍS NAVES
DN
 
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