Presidentes do Brasil, Argentina e Bolívia falham acordo sobre fornecimento de gás

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Energia: Presidentes do Brasil, Argentina e Bolívia falham acordo sobre fornecimento de gás

Brasília, 23 Fev (Lusa) - Os Presidentes do Brasil, Argentina e Bolívia não chegaram hoje a acordo sobre o problema do gás boliviano, insuficiente para atender a procura argentina, e decidiram criar um grupo de trabalho permanente formado pelos respectivos ministros da Energia.

Na reunião de hoje em Buenos Aires com Cristina Kirchner e Evo Morales, o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, não abriu mão de parte do fornecimento do gás boliviano ao Brasil em favor da Argentina, cuja crise de desabastecimento se agrava no Inverno.

Conforme o governo brasileiro já havia adiantado, a forma de ajudar os argentinos poderá ser o fornecimento de energia eléctrica e não do gás.

"Tanto quanto possível, vamos contribuir para minorar o desabastecimento argentino, sem repasse de gás, mas com repasse de energia, se tivermos energia para fornecer", afirmou o ministro brasileiro de Minas e Energia, Edison Lobão, à agência Brasil.

Segundo Lobão, a Argentina pediu ao Brasil um milhão de metros cúbicos de gás por dia, além de energia eléctrica, a mesma ajuda concedida em 2007.

Este ano, porém, o Brasil não flexibilizou, alegando precisar de todo o volume de gás contratatado na Bolívia pela Petrobras - 30 milhões de metros cúbicos por dia.

A actual produção de gás boliviana é de cerca de 40 milhões de metros cúbicos por dia e passará a 42 milhões de metros cúbicos este ano.

A procura dos mercados externo e interno é estimada em torno de 46 milhões de metros cúbicos diários.

O grupo de trabalho criado pelos três países para discutir o problema energético vai estudar, além da questão do gás, as possibilidades de novas fontes de produção de energia.

"Acho que essa política de solidariedade é extremamente importante para a gente garantir aos investidores que querem investir em nossos países a permanente possibilidade de produzir energia", disse o Presidente Lula da Silva aos jornalistas que o acompanharam na viagem à Argentina.

O Presidente Lula, que chegou à Argentina na quinta-feira à noite em sua primeira visita oficial deste ano ao país vizinho, defendeu a criação de uma estratégia energética comum para a América do Sul.

Na sexta-feira, Lula da Silva e a presidente argentina, Cristina Kirchner, assinaram um acordo de cooperação nuclear para a criação de uma empresa binacional de enriquecimento de urânio.

O acordo prevê o desenvolvimento de um reactor nuclear para atender as necessidades dos sistemas eléctricos dos dois países.

A avaliação do governo brasileiro é de que a questão energética não pode limitar-se à discussão sobre o gás boliviano.

CMC.

Lusa/Fim
 
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