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O advogado do sucateiro Manuel Godinho, o único arguido preso do processo Face Oculta, classificou hoje de "valentíssima trapalhada" a questão das escutas que envolvem o primeiro-ministro.
"É um problema complicado que suscita reflexão. São as escutas que não têm interesse para o processo, foi ordenada a sua destruição e a ordem não foi executada. É uma valentíssima trapalhada", declarou Artur Marques à entrada do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, onde hoje começou a fase de instrução do processo Face Oculta.
Para este advogado, a fase de instrução, na qual o juiz decide quem vai e acusado de que crimes a julgamento, "é inútil e só serve para atrasar os processos".
Artur Marques garantiu que Manuel Godinho não vai estar presente nesta fase, nem vai prestar declarações.
O advogado mostrou-se esperançado que "o julgamento comece a acabe ainda este ano" e opinou que, caso a acusação do Ministério Público se mantenha para os 36 arguidos, estes devem ser julgados nas varas criminais de Lisboa.
O defensor de Manuel Godinho disse ainda que tem pendente um pedido sobre a prisão preventiva do seu cliente há sete meses por razões de saúde, dizendo mesmo que este "corre perigo de vida".
O prazo para a entrega do relatório de avaliação do estado de saúde do arguido termina esta quarta-feira, cabendo ao juiz a revogação ou não desta medida de coação.
O prazo máximo da prisão preventiva de Manuel Godinho termina a 28 de Fevereiro e até lá o juiz Carlos Alexandre tem de decidir quem leva a julgamento.
O processo Face Oculta investigou alegados casos de corrupção e outros crimes económicos de um grupo empresarial de Ovar que integra a O2-Tratamento e Limpezas Ambientais, a que está ligado Manuel Godinho.
Jornal de Notícias