Reis da Suécia em Portugal e a Energia Renovável

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Reis da Suécia voltam a Lisboa 22 anos após a primeira visita


Visita de Estado dos reis da Suécia estende-se até quarta-feira

Os reis da Suécia, Carl XVI Gustaf e Silvia, voltam a pisar, hoje, solo lusitano, 22 anos após a primeira visita de Estado a Portugal. O monarca reencontrará o "amigo" Cavaco Silva, que então ocupava o cargo de primeiro-ministro, como anfitrião e presidente da República. Do encontro de 1986, os reis recordam um "belo país" à beira-mar, cada vez mais procurado pelos súbditos suecos para passar férias e jogar partidas de golfe. No ano passado, atraiu cerca de 140 mil suecos 115 mil turistas e 2700 em viagens de negócio. Carl XVI Gustaf lembra a "grande diversidade de vinhos" numa nação de pequena dimensão, enquanto a rainha Silvia guarda a memória dos "bonitos azulejos" nacionais.

"Os suecos olham para Portugal como um país de mar. Muitos foram à Expo 98. Penso que foi uma boa janela para o país. Lisboa é uma cidade muito bonita", recordou a rainha Silvia, em entrevista colectiva aos jornalistas portugueses no Palácio Real em Estocolmo. A preocupação com o Ambiente e o aproveitamento mais eficaz das energias renováveis (em especial, solar e eólica) servem de mote ao regresso a Portugal. O aquecimento global é um dos temas que domina a actual agenda política da Suécia, que enfrentou o Inverno mais quente dos últimos 250 anos.

Energia solar em destaque

Na visita de três dias a Lisboa, a Évora e a Monsaraz, os monarcas serão acompanhados pelos ministros do Ambiente e da Migração e Asilo Político, Andreas Carlgren e Tobias Billström respectivamente, e por um grupo de empresários suecos, com produtos e serviços na área ambiental.

Além da visita ao Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (agendada para amanhã à tarde) para conhecer os programas de aproveitamento de energias solar e eólica, a delegação sueca participará, depois de amanhã, num simpósio sobre energia renovável no Museu da Electricidade e visitará, na quarta-feira, a fábrica de componentes fotovoltaicos, Amândio José Lobo, em Évora.

"Vamos visitar uma fábrica de painéis solares para ver o que podemos aprender com Portugal. Temos equipas de investigadores na Universidade de Uppsala que estão a estudar, com grande qualidade, esta questão da energia solar, mas penso que podemos aprender mais ", considerou o rei Carl XVI Gustaf. Num momento em que se discute a construção de centrais nucleares em Portugal, a Suécia faz o percurso inverso, tendo decidido, há alguns anos, que não vai erguer novas instalações. O rei reconhece que a energia nuclear é um tema sensível no país nórdico, que já encerrou duas das 12 centrais existentes. "60% da nossa energia vem das 10 centrais nucleares [que continuam a ser alvo de investimentos de modernização]. Em simultâneo, estamos a apostar na energia eólica, que corresponde a 2% da energia usada no país", acrescenta o rei.

Rei conduz carro a etanol

Tal como a maioria dos seus súbditos, o monarca é bastante sensível às questões ambientais.

Grande parte dos suecos faz reciclagem e usa os transportes públicos nas grandes cidades (na capital Estocolmo, 75% das deslocações para o trabalho são feitas em transporte público). A compra de automóveis ecológicos tem crescido, sobretudo por causa dos incentivos nacionais e regionais, com domínio para os veículos movidos a etanol. Carl XVI Gustaf, que é um apaixonado por automóveis, figura entre os suecos que já conduzem carros movidos a etanol.

"Eu conduzo um carro amigo do Ambiente, porque quero preparar o futuro para a segunda geração de etanol. Entendo que a grande preocupação a nível ambiental será a questão dos transportes", sustentou o rei sueco, convencido de que, apesar o debate actual sobre a produção de etanol estar a ocupar demasiada terra, existem campos agrícolas suficientes para produzir comida e biocombustíveis.


Carla Sofia Luz, em Estocolmo
JN
 
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