Resíduo da indústria do papel mais carvão gera combustível de alto valor

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Adicionar um pouco de carvão ao licor negro - o principal e ambientalmente mais problemático resíduo da indústria de papel e celulose - pode resultar em produtos úteis e em um aproveitamento energético e economicamente muito mais interessante.
Aproveitamento do licor negro
De acordo com uma pesquisa feita na Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos, a adição de carvão ao licor negro permite sua sintetização em gás, uma opção técnica e economicamente muito mais vantajosa do que sua simples queima. O combustível gerado pode ser até mesmo utilizado para alimentar os motores dos caminhões da frota da empresa.
Licor negro é um rejeito da indústria de papel, formado pela lignina da madeira, por uma mistura de compostos químicos utilizados no processo produtivo, e água. "O licor negro é normalmente queimado em uma caldeira de recuperação," explica o professor Andre Boehman. "Mas ele tem muito mais valor energético como gás de síntese, que pode ser utilizado para a fabricação de outros combustíveis."
Éter dimetil - DME
O gás de síntese é um combinação de hidrogênio e monóxido de carbono e pode ser produzido de várias fontes orgânicas, as biomassas. O produto final que os pesquisadores estão buscando obter é o éter dimetil (DME), largamente utilizado para queima para aquecimento doméstico e até como gás de cozinha.
Do ponto de vista do aproveitamento industrial, contudo, há outras opções. A pesquisa já resultou, por exemplo, no primeiro ônibus movido a éter dimetil. Os testes mostraram que pode ser mais barato utilizar a mistura de carvão e licor negro para produzir gasolina ou diesel, mas o DME não é tão mais caro e pode ser uma opção melhor na medida em que sua queima é muito mais limpa do que os combustíveis tradicionais.
Processo de conversão
Uma pequena quantidade de carvão deve ser adicionada ao licor negro, que é então processado na presença de vapor e uma pequena quantidade de oxigênio para converter os compostos orgânicos em hidrogênio e monóxido de carbono.
Por meio de um processo chamado Fischer Tropsch, esses produtos intermediários têm sido normalmente transformados em um produto parecido com o petróleo, que deve então ser refinado para se extrair a gasolina ou o óleo diesel.
Os pesquisadores sugerem que o processo de produção do DME exige menos energia para funcionar e gera um produto mais valioso, com um potencial de utilização crescente e mais ambientalmente correto.
 
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