Carta de Ricardo Vieira ao Ministro da Administração Interna!
Excelentíssimo Senhor Ministro da Administração Interna Dr. Miguel Macedo!
Excelência:
Pareceu-me de boa intenção a estratégia da ACT para regular a actividade de Segurança Privada e combater a concorrência desleal. Prestei o contributo que me foi solicitado, fiquei alegre ao constatar que finalmente parecia haver uma verdadeira estratégia e afinal, a dita parece estar a incidir apenas sobre as empresas credíveis (as mesmas que inocentemente colaboraram).
Não bastava agora a falta de pagamento por parte dos clientes, a falta de financiamento junto da banca, ainda se verifica (em minha leitura) uma apetência do Estado em se financiar através das multas e coimas junto das empresas credíveis do sector (as mesmas que prontamente colaboraram), mas vem ai ainda um problema bem maior, a contratação centralizada Ministerialmente e com durações de 1 ano, em que o principal critério de adjudicação é o mais baixo preço, tudo isto, aliado ao esmagar nas contrações públicas colocou o sector à beira do abismo. Se nada for feito imediatamente, a Industria de Segurança Privada será dizimada e o país terá em mãos uma catástrofe social sem precedentes (recordo-o que a actividade emprega cerca de 42.000 profissionais).
Urge pois a abertura de novos mercados, nomeadamente a legalização da actividade de fiscalização dos transportes públicos, a fiscalização dos parquímetros ao abrigo das autoridades autárquicas, a segurança interna dos estabelecimentos prisionais e outros que possam de alguma forma suavizar os efeitos dantescos desta espiral recessiva.
Perguntará certamente Vossa Excelência: Porque está o Representante dos Profissionais preocupado com o Futuro das Empresas?
Eu respondo-lhe: Excelência, sem empresas não há postos de trabalho e sem boas empresas não há bons postos de trabalho, por isso e neste contexto, defender as empresas é defender os profissionais, pois que, estou convicto que se nada for feito com a Urgência que a situação impõe, larga maioria dos excelentes profissionais desta importante actividade muito em breve,ou estarão a passar fome ou ao serviço clandestino de pseudo-empresas que em nada credibilizam a actividade e os seus profissionais!
Certo que Vossa Excelência fará a leitura mais assertiva destas minhas palavras.
Com os meus melhores cumprimentos
Ricardo Vieira
(Presidente da Direção da ANASP).