Surfcasting de competição - Equipamento mínimo

Fonsec@

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Muita gente que se quer iniciar na competição de Surfcasting me pergunta que material é indispensável para começar, para ir às provas e não passar por umas vergonhas no que toca a ficar apeado a meio da competição com falta disto ou daquilo.
Vou tentar dar umas luzes sobre este assunto sem pretender ilustrar duma maneira definitiva o arsenal que um pescador ao mais alto nível leva sempre para as provas, não é ai que pretendo chegar, até porque a vertente económica deve ser levada com cuidado.
Vou tentar explicar e mostrar alguns minimos indispensáveis de material e até como possivelmente complementar aquilo que já poderá ter.
Não vou falar de marcas nem de modelos, vou antes de mais falar de objectivos e de acções que se pretendem obter com o equipamento escolhido.

Em primeiro lugar quero marcar um ponto muito importante, leve o indispensável, nem mais nem menos. O peso total é muito importante se vai atravessar uma praia com tudo às costas, muitas vezes temos de fazer vários quilometros na areia até à nossa posição no sector designado. Pode parecer preguiça mas não é, às vezes o tempo até pode parecer curto para preparar o material se chegarmos extenuados ao nosso local de prova. O cansaço fisico convém estar no minimo possivel antes do primeiro lançamento, pois dai em diante vai haver uma degradação significativa da condição fisica.

Sendo assim, vou passar a falar do material propriamente dito.
As canas
No surfcasting nacional iniciamos a nossa acção de canas a partir dos 60gr. para cima. Por isso, idealmente vamos escolher canas que sejam optimizadas para as acções mais baixas (beachledgering) e para as acções médias e pesadas.
minimos01.gif

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fig.1
Por exemplo, numa escolha possivelde 3 canas, teriamos de pegar numa que trabalhe bem dos 60gr. aos 120gr. Uma outra dos 100gr. aos 160gr. E finalmente numa para o trabalho pesado dos 150gr aos 250gr. (fig.1)
Estes valores não são para decorar mas para ter uma ideia e perceber o raciocinio. Com estas três canas e como as acções tambem tem interseccões poderiamos trocar uma cana se a indicada se partisse ou tivesse problemas.
Outro truque usado por alguns pescadores é usar canas com várias ponteiras, fazendo assim mais acções com menos canas. No entanto, e nesta ultima situação convem lembrar que nem sempre a cana parte na ponteira e que por isso não vamos para a praia com apenas uma cana e dezenas de ponteiras.
Finalmente, lembro quem possa não saber que apenas uma cana pode estar em acção de pesca, estando as outras completamente montadas, sem o estralho, prontas a substituir a principal caso haja problemas.

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Shimano Beastmaster Surf Quiver é um exemplo de cana
com ponteiras extras, neste caso três


(Mais avançado) Complementar as canas que levamos para a praia pode dar pano para mangas, sempre tendo em conta que cada cana a mais é mais peso às costas. Por exemplo, podemos levar uma cana com 6,7 ou 8 metros para lançar rabeiras de grande dimensão. Outra ideia é levar uma cana de lançamentos de 3,9m para lançar estralhos de um/ dois anzois para muito longe, etc...
Os carretos
Os carretos são quase indissociáveis das canas. Estão normalmente na mesma proporção e atendendo sempre ao equilibrio do conjunto cana/carreto, não usamos carretos demasiado pesados em canas mais ligeiras, por exemplo.
Voltando ao exemplo de cima, onde tinhamos três canas. Uma possivel escolha de carretos seria levar 2 carretos com várias bobines de fio diferentes (já lá vamos...), ou três carretos, sendo um deles mais indicado para a cana mais ligeira de beachledgering.
Dois carretos é o minimo dos minimos, pois um pode avariar e temos sempre de ter uma substituição. As varias bobines servem para mudar o tipo de linha consoante a pesca que vamos fazer, dai que a escolha de um carreto que tenha no mercado a possibilidade de comprar bobines a vulso é importante. No caso dos três carretos, usar um carreto mais ligeiro para a cana mais ligeira seria o aconselhavel se os outros carretos fossem desiquilibrados para essa cana.

minimos03.jpg

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Shimano Super Aero Technium Mg - Um super carreto para
lançamentos distantes

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Surfcasting de competição - Equipamento mínimo (continuacao)

(Mais avançado) Levar mais bobines para cada carreto é sempre boa ideia. Não convém levar novidades por estrear para a competição, testar sempre tudo em casa e usar o mais fiável. Carretos com bobine alta e cónica lançam normalmente mais. Bobines de teflon largam o fio mais depressa.
As linhas
As linhas são um mundo em si. Sendo que aqui corro muito o risco de fazer algumas escolhas pessoais e as opiniões variam de pescador para pescador. Na linha do carreto nas competições de surfcasting uso linha entre o 0,25mm e o 0,20mm. O motivo prende-se com o facto das competições serem disputadas com peixe dito pequeno em que esta linha é mais que suficiente e assim também a distancia de lançamento. Se aparecer por acaso peixe grande então é uma questão se o saber trabalhar bem.
O shockleader é indispensável em cada bobine que temos. Montar o shockleader é uma tarefa para fazer em casa em todas as bobines que podemos usar, nunca ir para a praia com tarefas que podem ser feitas em casa.
(Mais avançado) Alguns pescadores levam no seu arsenal bobines com entrançado de dimensão reduzida, por exemplo 10mm. A ideia é tentar lançar mais longe. Lembro que para principiantes o entrançado requer algum treino, a linha tem muito menos elasticidade e a de má qualidade ensopa e provoca seio...
Os anzois
Lembro-me de um treino que fiz com o campioníssimo José Afonso e que no fim ele deu uma olhada ao meu equipamento e nos anzois fez alguns reparos. Eu, por facilidade de iscar escolhia uma marca com astes mais compridas. Ele, usava uma panóplia interminável de anzois para cada um dos tipos de peixe que poderiam aparecer no local escolhido. É claro que ele é que estava certo.
Sendo assim, passo a contar algumas ideias a reter sobre anzois:

Anzois com argola são preferiveis na praia aos de patilha, pelo motivo que minimizamos o tempo de empate no local. O nó palomar é muito fácil de fazer e em competição o tempo é de suma importância O anzol de argola também estraga menos o isco quando passamos o isco pelo anzol para a linha nas iscadas grandes.

surfcasting-materialminimo-4.gif

Existem milhares de marcas de anzois no mercado,
convem perguntar ao seu lojista qual as aconselhadas
para o surfcasting


Usar um anzol com cor indicada para o isco usado. Anzois escuros para os vermes. Anzois prateados para a sardinha. Os anzois vermelhos tem a chamada componente "Bleeding" e funciona como atractor a algumas profundidades (baixas). A titulo de curiosidade lembro que alguns anzois da pesca embarcada são cor-de-rosa exactamente pelo facto de servirem para iscar camarão.

Os tamanhos dos anzois são em geral pequenos, pelos mesmos motivos da escolha da dimensão das linhas. Não mensiono numeração por estar variar de marca para marca. Os anzois são normalmente três por montagem e já vão instalados, contudo convém levar "suplentes" para o caso de algum ficar perdido e termos de o trocar sem mudar a montagem.

(Mais avançado) Anzois com aste comprida devem ser usados para peixes que "serrem" a linha, como as salemas. Há que defenda o uso de anzois com "bait holder", para segurar melhor o isco nos lançamentos violentos.
As montagens
Este é outro tema que só por si dava muitos artigos. Por isso mesmo vou apenas referir quantidades a levar, bem como algumas variedades que possam ser usadas.
Eu costumo pensar nas montagens a usar como os jogadores numa equipa de futebol que o treinador põe e tira da maneira que quiser e de acordo com a corrente do jogo. Dai que quanto maior for a escolha melhor. Rabeiras, semi-rabeiras, simples de três anzois, de dois, de um, com flutuadores, com missangas, etc... há uma infinidade de possibilidades que servem claro sempre um determinado propósito e que usadas em conformidade podem fazer toda a diferença.
Em relação ao número a levar eu diria que o minimo dos minimos será sempre pelo menos três de cada tipo. Num total nunca inferior a pelo menos 12 (este artigo é sobre minimos)... mais é sempre melhor!!!
Mas porquê estes números? Bem, três de cada porque se a pesca estiver a correr bem com um determinado tipo, convém ter substitutos iguais em caso de se estragar. É obvio. O número total de 12 como minimo pode ser considerado curto por muitos pescadores... é verdade, e pode ser julgado assim porque numa competição de 4/5 horas (o normal) dá para arruinar 3 por hora e representam 12/3=4 tipos de montagens diferentes. Como disse antes, mais é melhor...

(Mais avançado) Mais quantidades do mesmo é bom. Mais variações também é bom... variar nos tipos de linha, nos anzois, nas cores das missangas, etc...
As chumbadas
Muito cuidado aqui! As chumbadas devem ser o elemento que mais influencia directamente o peso que levamos para a praia. É muito bom levar muitas, porque podemos escolher mas também pode ser um problema...acreditem!
A técnica a usar é mais ou menos como as montagens, levar 2 ou 3 de cada peso e de cada formato. Como temos acções dos 60gr. até aos 250gr. temos de escolher mais ou menos o que levar, não vale a pena levar de 10 em 10 gr. Assim, podemos levar por exemplo de 60-80-100-120-150...175...200...220/250. Se multiplicarmos por 3x e decidirmos levar piramides, bolas, em sino, em aranha, etc... mesmo assim já é muito peso. Usar uma certa racionalização das escolhas, mas nunca arriscar faltar aquele chumbo só porque era pesado trazer para a praia...

surfcasting-materialminimo-5.gif


Alguns formatos de chumbadas


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(Mais avançado) Aqui os craques não brincam. levam todas as possibilidades possiveis e é aos baldes. Que o digam os responsáveis federativos quando a nossa selecção vai lá fora.

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