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"Teatro São João não sobrevive sem novo modelo"

florindo

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Ministra da Cultura defende que as mudanças previstas na gestão financeira de ambos os teatros nacionais vão permitir injectar mais dinheiro na programação e critica Diogo Infante e Ricardo Pais pelas posições recentes


Bastou o anúncio da integração do Teatro Nacional São João (TNSJ), no Porto, e do Teatro Nacional D. Maria II (TNDM II), em Lisboa, na estrutura financeira do OPART (Organismo de Produção Artística) para que ondas de protesto varressem o sector cultural. Em entrevista ao JN, a ministra da Cultura afirma não compreender as dúvidas e assegura que a medida tem por objectivo a racionalização de meios. Embora abra a porta ao diálogo, Gabriela Canavilhas tece críticas severas a Ricardo Pais, a quem acusa de estar por detrás dos protestos, e a Diogo Infante, que terá mudado de opinião mal se apercebeu dos protestos.


A anunciada perda de autonomia financeira do TNSJ e TNDM II tem causado forte contestação. A medida é mesmo para avançar?
Espero que a poeira acalme e as pessoas se apercebam que o que se passa não é nada de mais. Tenho uma preocupação séria com o TNSJ. Sem uma intervenção destas, deixa de ter dinheiro a médio a prazo. Sem o modelo proposto, o TNSJ não sobrevive a uma nova redução do orçamento, porque já está no limite das suas capacidades orçamentais. Não faço disto um cavalo de batalha. Se causar problemas, encontrar-se-á outra maneira. Não quero fundir os teatros à pressa. Por isso apontei a Primavera como prazo.

Mesmo no seio do PS a questão não é pacífica. Como viu a reacção de desagrado dos vereadores do PS da Câmara do Porto?
Só vem mostrar que o PS é um partido de debate aberto. Mas convém não esquecer que um dos deputados da assembleia municipal em causa é filho de Ricardo Pais, o que diz muito sobre o envolvimento directo de uma pessoa que é um ícone da cultura e do teatro portuense...


Os defensores do actual modelo dizem que a perda de autonomia financeira é o primeiro passo e que a seguir vem o fim da autonomia artística. Aceita a crítica?
A perda da autonomia financeira é um mito. Todos os anos, o TNSJ gere a dotação atribuída pelo Terreiro do Paço. No futuro, vai ser a mesma coisa. A única diferença é que a dotação vai para o OPART, que a distribui pelos teatros. Cada um vai gerir a dotação da mesma maneira. Com uma obrigação salutar: as estruturas comuns vão ter que ser optimizadas. Neste momento, existem 14 contratos para manutenção de elevadores nos diferentes teatros. Não faz sentido! Não há necessidade de triplicar serviços básicos. Pretendemos partilhar os serviços comuns com um único objectivo: pôr dinheiro na programação.

Quando um dos próprios directores dos teatros abrangidos por esta medida, como é o caso de Diogo Infante do D. Maria II, isso não significa que algo está errado?
Ele foi das primeiras pessoas que ouvi neste processo. Nessa altura, não teve nenhuma reacção negativa. Após este mês em que começou a surgir contestação - a onda é tal que a quantidade de surfistas vai aumentando sempre... -, resolveu expressar dúvidas.


Repudia a ideia de que o TNSJ pode perder a ligação ao Porto?
Totalmente. Tenho ouvido comentários extraordinários a esse respeito: "Não queremos deixar morrer o TNSJ". Não faz sentido. Vai continuar tudo igual: o espaço, a imagem, as pessoas, relação com as escolas. No fundo, vejo com um certo carinho estas manifestações, porque é sinal que se importam com o seu teatro.


O processo assemelha-se ao ocorrido com o Coliseu, há uma década e meia.
Gostava apenas de saber quantas destas pessoas que se manifestaram frequentam agora o Coliseu...

JN
 
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