Três novos Nobel da medicina são veteranos na luta contra os parasitas

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Um momento do anúncio do prémio




Um irlandês, um japonês e uma chinesa foram premiados por descobertas feitas nos anos 70 que revolucionaram tratamentos e salvaram milhões de vidas.




A descoberta do avermectin e do artemisinin, dois compostos que revolucionaram o tratamento das doenças parasitárias, incluindo a malária, já tem quase quatro décadas, mas o comité Nobel decidiu reconhecer agora esses trabalhos pioneiros dos anos 60 e 70 do século XX, atribuindo aos três cientistas que estiveram no centro dessas investigações o prémio Nobel da Medicina 2015. Eles são o irlandês William Campbell, o japonês Satoshi Omura, e a chinesa Youyou Tu, a primeira cientista da República Popular da China a ganhar o Nobel da Medicina e a 12ª mulher na história deste galardão.As terapias desenvolvidas pelos laureados deste ano "revolucionaram o tratamento de algumas das mais devastadoras doenças parasitárias", e deram "à humanidade meios poderosos para combater este tipo de doenças debilitadoras que afetam anualmente milhões de pessoas em todo o mundo", diz o comité Nobel no seu comunicado, sublinhando que isso resultou "numa imensa melhoria da saúde humana e numa enorme redução do sofrimento".William Campbell, 85 anos, ligado à Universidade de Drew, nos Estados Unidos, país onde sempre trabalhou em parasitologia, e Satoshi Omura, 80 anos, da universidade de Kitasato, em Tóquio, vão partilhar metade do prémio, pelos seus trabalhos na descoberta do avermectin, "cujos derivados reduziram drasticamente a prevalência" da cegueira dos rios e da filariose linfática, ou elefantíase tropical. Estas doenças são causadas por parasitas e atingem sobretudo os países em desenvolvimento. O mesmo acontece, aliás, com a malária, que afeta quase 200 milhões de pessoas por ano nos países pobres, causando 450 mil mortes anuais, na maioria crianças.Foi contra este flagelo que a cientista chinesa premiada desenvolveu um novo tipo de medicamento, o artemisinin (e seus derivados), que, apesar dos números que subsistem, ajudou a reduzir em 20% a mortalidade global por malária e, nas crianças em 30%, depois de o quinino e a cloroquina terem deixado de ser eficientes.Youyou Tu, de 84 anos, farmacologista da Universidade de Pequim, era até 2011 um nome desconhecido, apesar de o composto que ela e a sua equipa desenvolveram na República Popular da China ser há anos o medicamento mais utilizado contra a doença. O seu nome só acabou, aliás, por surgir à luz do dia porque um investigador americano em malária, Louis Miller, perguntou aos colegas chineses, numa conferência de malária, em Shangai, em 2005, quem era o autor da descoberta. "Fiquei chocado quando me disseram que não sabiam", contou Miller à New Scientist.




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