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Tuning: Máquinas abrilhantadas refulgem ao sol

xicca

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Tuning: Máquinas abrilhantadas refulgem ao sol

Brilhou o sol, após bizarra e chuvosa véspera, para rebrilhar em cromados reluzentes. Nas jantes, nos retrovisores, nos escapes, enfim, em todo o abrilhantamento automóvel que faz do primeiro "Porto Motor Show" uma constelação na terra.

Tuning é... bom, tuning é uma paixão, para os que são adeptos da personalização dos carros, tantas vezes levada a limites que ainda conseguem surpreender. É muito dinheiro gasto - ou investido num gosto, honrem-se todos os pontos de vista - em coisas que o comum cidadão, o tal que nunca foi mordido pelo bicho, considerará supérfluas: os escapes cromados em quantidade assinalável, a pele que reveste o interior, o material desportivo assente em carros utilitários, as estonteantes aparelhagens sonoras, que fazem saltar todos os rebites se levadas à potência máxima, as instalações multimédia que combinam a TV com o frisson dos jogos electrónicos...

Tuning é, também, uma guerra com o legislador. José Carlos Silva é responsável da Bypower, empresa que está a promover o primeiro "Porto Motor Show" no espaço do "queimódromo" (ou pista de aviõezinhos, quando calha), ao Parque da Cidade, e insiste naquela que vem sendo, ao longo dos anos, a grande batalha dos adeptos da transformação/personalização de automóveis. "Precisamos de um 25 de Abril para o tuning", diz, reclamando da circunstância de todas as transformações estarem à margem da lei (tornam os proprietários sujeitos a multas de toda a ordem e impedem-nos de pôr investimentos colossais no seguro) e anunciando que está a ser preparada uma manifestação pacífica, no Porto, para exigir o fim das restrições.

Em Espanha, por exemplo, "no las hay". Júlio Pereira, jovem português que vive desde pequeno em terras galegas, à vista de Monção, pode circular à vontade com o pequeno Peugeot 206 em que já gastou 35 mil euros (sim, sete mil contos). Só em equipamento multimédia há ali 15 mil, e não falamos só da bateria de altifalantes que enche a desaparecida mala. Dentro do utilitário de origem francesa há, sem tirar nem pôr, oito monitores LCD, para filmes (o leitor de DVD está bem acondicionado no porta-luvas) ou jogos (lá temos a Playstation num recanto que estava mesmo a pedi-las).

Espectáculo, dizem eles, dirão também os cerca de 30 mil visitantes aguardados pela organização. Mais do que som, cromados, couraças ou bufadeiras, o show tem demonstrações de perícia ou concursos de t-shirt molhada, adequados ao calor que abençoou o evento, hoje a carburar das 10 às 19 horas. O Porto, que já está na rota dos aviões e dos carros antigos, escancara as portas, com alegria, a quem dá sainete à rodovia.



JN
27.07.08
 
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