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Vamos pagar mais pela nossa saúde

florindo

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Um estudo do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) revela que o Serviço Nacional de Saúde entrou numa lógica "insustentável" em termos de despesa pública e sugere um novo modelo de financiamento, que passa por maior comparticipação.


Um novo paradigma na forma de pensar e financiar os cuidados de saúde foi defendido, ontem, sexta-feira, pelo economista Augusto Mateus, coordenador do estudo "Sustentabilidade e competitividade na saúde em Portugal", feito pelo ISEG a pedido do Health Cluster Portugal. O economista defende que o Estado deve passar a financiar os resultados, em vez das condições de prestação de cuidados de saúde, por entender que o actual modelo "dá uma grande rigidez ao sistema e não estimula a excelência". Pelo contrário, se o Estado financiar a procura, "vai dar às instituições de saúde meios financeiros em função do valor que elas dão aos utentes" e, com isso, "estimular a excelência".

Além desta alteração da forma de financiamento, o economista admitiu ao JN que face à actual situação demográfica do país - com uma população cada vez mais envelhecida - "não há outro caminho que não seja haver uma maior responsabilização dos cidadãos" pelo pagamento da saúde, seja pela via dos seguros ou pela revisão do sistema de comparticipações para a Segurança Social.

O economista defende que a sustentabilidade do SNS passa por uma articulação entre o público, o privado e o social. "O Estado tem um enorme papel de regulação. Deve ser prestador de cuidados apenas naquilo em que é insubstituível e não no que é insuficiente. Se usasse mais as Misericórdias e os novos investimentos privados em articulação com o sistema público teria muito mais capacidade de sucesso", defendeu, admitindo que a "racionalização" do SNS pode passar pelo encerramento de serviços.

Mateus diz que o estudo ontem apresentado - que inclui dez medidas concretas - pretende "ajudar a fazer um debate que deve ser feito" em Portugal. "Não é possível não agir", avisou. Luís Portela, presidente do Health Cluster Portugal, reconhece que nem todas as propostas são pacíficas, mas congratula-se pelo facto de haver um consenso sobre a necessidade de haver uma reforma profunda do sistema de saúde em Portugal.

O estudo propõe o reforço do investimento em investigação e desenvolvimento e da sua internacionalização, por entender que também tem um papel na sustentabilidade do SNS.

Na abertura do encontro, a ministra da Saúde, Ana Jorge, anunciou que está a ser preparado um movimento de criação de novos centros hospitalares de modo a "aumentar a eficiência da gestão" e a "gerar poupanças significativas".

JN
 
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