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Notícias Von der Leyen destaca potencial do lítio em Portugal (e não só)

Lordelo

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu hoje a remoção de obstáculos para aproveitar o potencial de atividades como 'startups' de inteligência artificial ou do lítio em Portugal e do corredor do Lobito em Angola.


Intervindo em Bruxelas na conferência de alto nível sobre "Um ano após o Relatório Draghi", que admitia a necessidade de investimentos avultados para a competitividade económica da União Europeia (UE) face aos Estados Unidos e à China, Ursula von der Leyen apontou que "ainda existem muitos obstáculos".


"Uma 'startup' de IA de Portugal ou da Roménia deve poder crescer sem problemas em todo o nosso continente e, atualmente, isso muitas vezes não acontece", pelo que "o nosso mercado único está longe de estar completo", apontou, precisando que as barreiras internas equivalem a tarifas de 45% sobre os bens e a uma tarifa de 110% sobre os serviços.


Depois de o relatório do antigo primeiro-ministro italiano Mario Draghi ter elencado como principais desafios a inovação, a descarbonização e os elevados preços da energia, Ursula von der Leyen advogou também a aposta nas matérias-primas críticas da UE "em prol da segurança económica", garantindo apoio financeiro e licenças em tempo útil a iniciativas como "o processamento de lítio em Portugal".


Quanto à energia, e quando mais de 70% da eletricidade europeia provém de fontes com baixas emissões de carbono, a líder do executivo comunitário prometeu apostar em interligações elétricas, pedidas há muitos anos pela Península Ibérica, uma ilha energética na UE.


"Muitas vezes, não dispomos das interligações necessárias ou não utilizamos de forma eficiente as que temos, [mas] agora, começámos a abordar esta questão [...] e muitos projetos já estão em curso" como o "projeto da baía de Biscaia, que duplicará a capacidade entre França e Espanha", exemplificou.


"Além disso, iremos propor um pacote de redes e uma nova iniciativa de autoestradas energéticas, que irá centrar-se em oito estrangulamentos críticos nas nossas infraestruturas energéticas", apontou ainda.


Em termos da diversificação das parcerias, numa altura em que a UE enfrenta tensões comerciais agora mitigadas com importantes parceiros como os Estados Unidos, Ursula von der Leyen disse querer "uma rede de projetos estratégicos em todo o mundo", que inclui o "corredor estratégico de Lobito para o cinturão de cobre de África", em Angola,


"Tudo isto com a nossa abordagem europeia distintiva. Outras potências estão apenas interessadas na extração, [mas] nós construímos indústrias de transformação locais e cadeias de valor porque é assim que reforçamos a nossa própria segurança", adiantou.


Especificamente no que toca ao comércio, a responsável garantiu "vontade política" para concluir um acordo com a Índia antes do final do ano e avançar com a África do Sul, Malásia, Emirados Árabes Unidos e outros.


Ursula von der Leyen apelou ainda ao "sentido de urgência em toda a agenda de competitividade" da UE para avançar com "medidas urgentes para enfrentar necessidades urgentes".


A líder do executivo comunitário defendeu ainda "uma Europa mais independente em matéria de defesa", admitindo porém que "isso não se concretizará da noite para o dia".


No seu relatório publicado em setembro de 2024 e encomendado um ano antes, Mario Draghi estimou em 800 mil milhões de euros as necessidades anuais de investimento adicional na UE face aos concorrentes China e Estados Unidos, o equivalente a mais de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) comunitário e acima do Plano Marshall.


Segundo dados agora divulgados pela organização europeia de lóbi Conselho Europeu para a Inovação Política (EPIC, na sigla inglesa), do total de 383 recomendações apresentadas, apenas 11,2% (43 medidas) foram totalmente cumpridas.

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