Vou deixar-vos aqui um artigo que achei por bem colocar-lo aqui:
Schumachers portugueses...
Fim-de-semana à porta. Previsão: para não variar, muita festa e muito descanso. Será o último fim-de-semana que vou passar aqui antes de regressar ao meu país. É verdade, daqui a uma semana estou em Portugal. Mal posso esperar para estar com as pessoas que me são queridas(especialmente Tu…) e para matar saudades de tudo o que de bom há na minha terra.
Hoje de manhã, estava eu ainda a dormir no meu escritório, quando li uma notícia que me deixou surpreendido: “Apenas 19% dos condutores portugueses respeita o código da estrada”. Dezanove por cento? Tanto? Sinceramente, penso que o estudo abona em favor dos condutores portugueses. Com a quantidade de barbaridades que conseguimos observar nas estradas portuguesas, penso que dezanove por cento é, de facto, um número bastante elevado.
Os portugueses são uns ases do volante. Todos nós achamos que somos o Schumacher, mas que, por ironia do destino, não fomos escolhidos para a Fórmula 1. Assim, e num sinal de frustração, tendemos a colocar toda a nossa (im)perícia nas estradas portuguesas, decididos a mostrar que fizeram um erro em contratar o piloto alemão. O verdadeiro Schumacher sou eu! Fazemos as manobras mais espectaculares da Europa. Querem um exemplo? Aqui vai:
- Ultrapassar pela direita: o automobilista português gosta de ultrapassar. Este é o facto mais importante da sua vida: ultrapassar. Estar atrás dos outros, é o mesmo que ser um “chouriço”, um “nabo”. Se ultrapassa pela esquerda, pela direita, por baixo, por cima…isso não interessa. Tem é de ultrapassar. Se o condutor português quer ultrapassar, qualquer um dos lados serve, desde que haja uma nesguinha.
- Circular pela fila do meio nas auto-estradas: ora aqui está algo muito comum nas auto-estradas Tugas. A fila da direita é para tansos, está lá para enfeitar. Se posso ir na fila do meio, descansadinho da vida, porque raio hei-de ir para a fila da direita? Só o trabalho de ligar o pisca, virar um pouco o volante para a direita, desligar o pisca… xiça!
- Excesso de velocidade: respeitar o limite de velocidade é sinal de mariquice. Os portugueses vão sempre com o “pé na tábua”, explorando os limites do seu veículo. Quer tenham um bom carro, quer tenham um chaço a cair de podre, referem-se sempre ao veículo como “a minha máquina”. “A minha máquina dá os duzentos”. Temos orgulho em dizer que andamos em velocidade proibitivas, sempre acima do limite de velocidade, sempre mais rápido que os outros.
- Falar ao telemóvel, conduzir sobre o efeito de álcool, conduzir cansado e ensonado, os chamados “picansos” nas estradas e nos semáforos, etc., etc., etc.…
Cometemos as maiores asneiras do mundo e as desculpas são sempre as mesmas. As estradas estão num estado lastimoso, estão mal sinalizadas, o ensino de condução não é eficaz… Tenhamos juízo! Se todos reconhecermos que, com algum esforço, podíamos melhorar o nosso comportamento na estrada, Portugal não estava na cauda da Europa no que se refere a sinistralidade rodoviária.
“O termo civismo refere-se mais especificamente às atitudes e comportamentos que no dia-a-dia manifestam os diferentes cidadãos na defesa de certos valores e práticas assumidas como fundamentais para uma vida colectiva de modo a preservar a sua harmonia e melhorar o bem-estar de todos o seus membros. Cidadania e civismo fazem assim parte de um mesmo processo, inerente à vida em sociedade. Ambos os conceitos são verdadeiros suportes da vida social, já que uma sociedade na qual seus membros sejam indiferentes às questões da vida em comum não existe como tal.” (fonte: _http://pt.wikipedia.org/wiki/Civismo)
Antes de olharmos para os outros, que tal analisar o nosso próprio comportamento? Eu reconheço. Faço parte dos 81% que não cumprem o código da estrada. E vocês?
Beijinhos, Abraços e bom fim-de-semana.
Escrito por NMR