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«O fio de Ariadne» reconstitui pensamento Pedro Amorim Viana

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«O fio de Ariadne» reconstitui pensamento Pedro Amorim Viana

O investigador João Guerreiro Vaz procura reconstituir o pensamento do filósofo Pedro Amorim Viana, falecido em 1901, na obra «O fio de Ariadne» que será apresentada sexta-feira no Porto.

Esta reconstituição «que corresponde a uma sistematização do seu pensamento em matérias como a arte, a importância da crítica e a literatura», é feita a partir da análise dos artigos de Amorim Viana que se encontravam dispersos em vários jornais e revistas, nomeadamente a revista portuense A Península, explicou à Lusa o investigador.

«Daí este título, "O fio de Ariadne" é o percurso que faço para reconstituir, sistematizando, o pensamento de Pedro Amorim Viana sobre vários assuntos», acrescentou.

Oriundo de uma família de Setúbal, Amorim Viana nascido em 1822, foi professor da Academia Politécnica do Porto de 1850 a 1883, «e revela uma grande actualidade em algumas questões».

«Essa actualidade revela-se no que pensava sobre a língua, numa altura em que debatemos o Acordo Ortográfico», salientou Guerreiro Vaz.


«Uma das suas ideias fundamentais era que a língua só podia subsistir através de uma ideia original que se baseava na constante criatividade», explicou Guerreiro Vaz.

Considerado um «teólogo laico», Amorim Viana «pensava os assuntos tendo sempre presente a ideia de Deus, não no sentido conservador, mas enquanto conceito», explicitou o ensaísta.

Guerreiro Vaz afirmou à Lusa que Pedro Amorim Viana foi uma das figuras de maior relevo do pensamento especulativo português do século XIX e o iniciador do ciclo contemporâneo da filosofia portuguesa.

Tendo deixado vários artigos dispersos em que expressa o seu pensamento e que agora João Guerreiro Vaz sistematizou, Amorim Viana publicou em 1866 o livro «Defesa do Racionalismo ou análise da Fé».

«Sampaio Bruno, apesar de ser um autodidacta, pode ser visto como uma dos seus continuadores, apesar de seu crítico também», referiu Guerreiro Vaz.

«O fio de Ariadne», editado pela Pé de Página, é apresentado sexta-feira à noite no Ateneu Comercial do Porto, este é o segundo título do autor, que em 2000 editou «Problemas de Filosofia no Século XVII».

Em declarações à Lusa João Guerreiro Vaz afirmou que «é difícil conseguir publicar ensaios em Portugal, por se destinarem a um público reduzido e os temas serem muito específicos».

Licenciado em Filosofia, e mestre em Filosofia do Conhecimento pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto com a classificação final de «Muito Bom», é professor do Ensino Secundário.

Colaborou na Revista da Faculdade de Letras do Porto e na Logos Enciclopédia Luso-Brasileira de Filosofia.

Diário Digital / Lusa
 
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