Picanço-real
IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS
O Picanço-real Lanius meridionalis é uma ave da ordem dos Passeriformes com cerca de 25 cm de comprimento. A subespécie Ibérica (meridionalis) apresenta dimensões e aspecto geral idênticos ao do Picanço-real do Norte da Europa L. excubitor. Todavia, os indivíduos das populações ibéricas são mais escuros. As suas partes superiores são acinzentadas. Quando observado à distância, as suas partes inferiores também parecem mais escuras, exceptuando o peito. Quando observado mais de perto pode-se frequentemente observar o peito, barriga e flancos tingidos de cor de rosa. Um supercílio estreito de cor branca contrasta com a máscara facial de cor preta e a colorida coroa (ardósia). Apresenta ainda uma mancha branca na asa restrita às primárias. Ambos os sexos são semelhantes e os juvenis são muito similares aos adultos sendo todavia, mais pálidos.
DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA
O Picanço-real L. meridionalis, é uma espécie residente no território nacional. Aparentemente, em algumas zonas da sua área de estudo, pode realizar movimentos de carácter local, como por exemplo, movimentos do tipo altitudinal.
ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO
A nível europeu as populações de L. excubitor/meridionalis têm vindo a diminuir nas últimas décadas sobretudo, na Europa Ocidental e Central, devido à degradação dos habitats, intensificação das práticas agrícolas. Em termos europeus é considerada uma espécie em declínio, sendo englobada na categoria SPEC 3 (SPEC corresponde a Species of European Conservation Concern - espécies que suscitam preocupações de conservação a nível europeu).
HABITAT
Difere do seu congénere norte europeu (L. excubitor) por preferencialmente nidificar em arbustos mais pequenos e de utilizar biótopos mais fechados e com maior densidade de arbustos e pequenas árvores do que aquele. Apesar disso, em Portugal, frequenta sobretudo habitats abertos, com árvores e arbustos dispersos, onde faz o seu ninho. É bastante eclético na escolha dos biótopos que frequenta que, vão desde áreas agrícolas, dunas, pastagens ou matos dispersos. Aparentemente, é mais abundante nas planícies da metade sul do país. À semelhança de outras espécies de picanços pode ser frequentemente observado em postes de telefone ou electricidade que utiliza como locais privilegiados de observação do seu território de caça.
ALIMENTAÇÃO
Pequeno predador que, alimenta-se de pequenos vertebrados e invertebrados. A composição da sua dieta pode variar bastante com a localização geográfica. Destacam-se os pequenos répteis, com particular destaque para os pequenos lagartos, pequenos roedores, aves, anfibios e uma série de invertebrados. À semelhança de outras espécies de picanços, os alimentos que não são imediatamente consumidos são "empalados" em árvores ou arbustos com picos ou em alternativa em vedações ou cercas com arame farpado.
REPRODUÇÃO
É uma espécie territorial, monogâmica, nidificando em árvores e arbustos, sendo os seus ninhos constituídos por uma taça com pequenos ramos e ervas. Realiza apenas uma postura, normalmente constituída por 5-6 ovos. O tempo de incubação varia entre os 13-16 dias. Em Portugal os primeiros ninhos com ovos podem ser encontrados pelo menos a partir do princípio de Abril.
MOVIMENTOS
Em Portugal é uma espécie sedentária.
LOCAIS DE OBSERVAÇÃO
Pode ser visto um pouco por todo o país, exceptuando algumas áreas do centro e norte litoral onde esta espécie encontra-se largamente ausente. De uma maneira geral evita áreas densamente urbanizadas e florestadas.
cumpts
pintas