PSI-20 afunda mais de 2% com todas as cotadas em queda
O mercado accionista nacional voltou hoje a viver uma sessão “negra”. A praça de Lisboa terminou com uma queda superior a 2% e voltou a registar o pior desempenho entre as congéneres europeias. Todos os títulos que compõem o índice fecharam em terreno negativo e 10 cotadas tocaram mínimos superiores a 52 semanas.
O PSI-20 desceu 2,45% para os 9.004,24 pontos, com as 20 cotadas que o compõem a descer. Também os restantes índices europeus recuaram, mas terminaram com perdas muito inferiores. Desde o início do ano, o índice já acumula uma desvalorização de 30,8% e só esta semana perdeu 6,77%, tendo terminado em alta em apenas uma sessão.
Na sessão de hoje, o PSI-20 quebrou mesmo a barreira dos 9 mil pontos, para cotar nos 8.991,10 pontos, mínimos de Fevereiro de 2006.
Nas últimas sessões, as quedas têm sido generalizadas, afectando as bolsas europeias, asiáticas e americanas. A pesar no sentimento dos investidores têm estado vários factores, numa altura em que se aproxima a apresentação de resultados semestrais das empresas. As incertezas quanto à “saúde” da economia mundial mantêm-se, a inflação atinge valores recorde e aumenta as preocupações de que os bancos centrais de todo o mundo serão obrigados a subir as suas taxas de juro.
Por outro lado, o petróleo tem atingido nas últimas semanas máximos históricos consecutivos e já hoje superou os 142 dólares por barril, em Londres e em Nova Iorque.
Na sessão de hoje, todos os títulos fecharam no vermelho, mas aquele que registou uma maior descida foi a Zon Multimédia que recuou 8,09% para os 5,45 euros, o valor mais baixo desde Abril de 2003.
A Altri desvalorizou 5,49% para os 2,41 euros, um mínimo desde Julho de 2006. Seguiram-se a Teixeira Duarte e o Banco Comercial Português (BCP). A construtora recuou 4,76% para os 1,00 euros, depois de ter chegado a negociar nos 0,98 euros, um mínimo de 2005. O banco depreciou 4,76% para os 1,40 euros, o valor mais baixo desde Agosto de 2003.
Ainda no sector financeiro, o BPI desceu 1,11% para os 2,67 euros e o Banco Espírito Santo (BES) recuou 1,64% para os 10,18 euros. Ambos os bancos tocaram em mínimos. A instituição liderada por Fernando Ulrich tocou num mínimo de Dezembro de 2003 nos 2,59 euros. Já o banco conduzido por Ricardo Salgado chegou a negociar nos 10,10 euros, o valor mais baixo desde Agosto de 2005.
No sector da construção, a Soares da Costa, que na próxima semana abandona o PSI-20 para “dar lugar” à EDP Renováveis, desceu 1,35% para os 1,46 euros. A Mota-Engil caiu 3,77% para os 4,34 euros.
No dia em que chegou a transaccionar nos 4,33 euros, um mínimo de 2005, a Cimpor recuou 2,83% para os 4,47 euros enquanto a Brisa perdeu 2,59% para os 7,53 euros, recuando pela oitava sessão consecutiva. A concessionária de auto-estradas tocou num mínimo de Março de 2006 nos 7,30 euros, continuando a ser penalizada pela nota de investimento emitida pela Merril Lynch.
No sector energético, a Energias de Portugal (EDP) cedeu 1,19% para os 3,33 euros, a Galp Energia depreciou 1,47% para os 14,04 euros, não reagindo à revisão da JPMorgan que subiu o “target” para 18,00 euros, recomendando aos investidores a compra para aproveitar a fraqueza das acções.
A Redes Energéticas Nacionais (REN) caiu 0,70% para os 2,84 euros. Também a REN atingiu um mínimo nos 2,74 euros, um valor abaixo daquele que serviu de referência para a entrada no mercado de capitais, e que foi pago pelos investidores, há cerca de um ano.
Apesar de o Jornal de Negócios ter avançado que a Portugal Telecom ganhou o concurso da Televisão Digital Terrestre (TDT), as acções da operadora desvalorizaram 1,66% para os 7,11 euros.
Na família Sonae, a “holding” cedeu 3,68% para os 0,785 euros, após ter tocado no valor mais baixo desde Setembro de 2005, a cotar nos 0,77 euros. A Sonaceom perdeu 3,10% para os 2,19 euros e a Sonae Indústria desvalorizou 3,21% para os 2,71 euros.
Fora do PSI-20 destaque para o Banif, cujas acções terminaram a sessão a valer 1,87 euros, o que representa uma subida de 5,06%. Contudo, durante a sessão chegaram a valer 1,73 euros, o valor mais reduzido desde Outubro de 2005.
Fonte Inf.-
Jornal de Negócios
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