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Caçador de asteróides faz astronomia no quintal
O único observatório astronómico português que se dedica à observação e estudo sistemático de asteróides e meteoros está localizado num quintal da aldeia de Linhaceira, a oito quilómetros de Tomar, e foi construído por um astrónomo amador . Rui Gonçalves alcança do seu quintal os mil milhões de estrelas identificadas, mais os 200 mil asteróides e cometas numerados. E os vizinhos já não estranham ver o professor a podar a macieira do quintal às duas da manhã, só para limpar os ramos que se encontram no campo visual do telescópio.
Com a designação internacional "938 - Linhaceira", do Minor Planet Center - International Astronomical Union, o observatório astronómico é bem conhecido mundialmente pelos astrónomos que se dedicam ao estudo de asteróides e meteoros.
O observatório foi construído por Rui Gonçalves, de 41 anos, professor de Física do Instituto Politécnico de Tomar que , há 23 anos, se dedica ao estudo dos corpos celestes. "Resultados da Astronomia de Quintal" foi o tema da sua palestra num recente encontro nacional de astrónomos amadores. Aqui, são feitas rigorosas medições astrométricas e fotométricas de asteróides (principal matéria de estudo), tal como cronometragem de ocultações produzidas por esses mesmos objectos celestes, entre outras observações.
O observatório da Linhaceira tem actualmente em funcionamento um sistema de monitorização nocturna de meteoros (vulgarmente conhecidos como "estrelas cadentes").
O gosto pela astronomia de Rui Gonçalves nasceu quando os pais lhe ofereceram uma luneta no 8.º ano de escolaridade. Depois de uma visita ao Planetário da Gulbenkian, ficou a conhecer o sócio nº1 da Associação Portuguesa de Astrónomos Amadores, Joaquim Garcia, já falecido, autor do livro "Como Construir o seu próprio telescópio".
Rui Gonçalves passou então a frequentar o observatório e a oficina de Joaquim Garcia, onde construiu o seu primeiro telescópio. "Em 1984, não havia como hoje a facilidade de ir a uma loja e comprar um telescópio, aliás nem havia lojas de telescópios e este equipamento era muito caro, pelo que tínhamos de ser nós a construir os equipamentos", recorda.
O astrónomo ainda guarda os dois telescópios que construiu e que utiliza nas astrofestas - a última foi em Serpa, de 8 a 10 de Agosto - mas no seu quintal tem outros dois telescópios, mais sofisticados e potentes.
O observatório, com tecto de correr e que à primeira vista parece uma arrecadação, inclui ainda a 'Templar 1', a única estação automática de detecção de meteoros em Portugal.
Licenciado e mestrado em Ciências Geofísicas pela Faculdade de Ciências de Lisboa, Rui Gonçalves está neste momento a fazer o doutoramento. |
JOÃO BAPTISTA, Santarém
DN

O único observatório astronómico português que se dedica à observação e estudo sistemático de asteróides e meteoros está localizado num quintal da aldeia de Linhaceira, a oito quilómetros de Tomar, e foi construído por um astrónomo amador . Rui Gonçalves alcança do seu quintal os mil milhões de estrelas identificadas, mais os 200 mil asteróides e cometas numerados. E os vizinhos já não estranham ver o professor a podar a macieira do quintal às duas da manhã, só para limpar os ramos que se encontram no campo visual do telescópio.
Com a designação internacional "938 - Linhaceira", do Minor Planet Center - International Astronomical Union, o observatório astronómico é bem conhecido mundialmente pelos astrónomos que se dedicam ao estudo de asteróides e meteoros.
O observatório foi construído por Rui Gonçalves, de 41 anos, professor de Física do Instituto Politécnico de Tomar que , há 23 anos, se dedica ao estudo dos corpos celestes. "Resultados da Astronomia de Quintal" foi o tema da sua palestra num recente encontro nacional de astrónomos amadores. Aqui, são feitas rigorosas medições astrométricas e fotométricas de asteróides (principal matéria de estudo), tal como cronometragem de ocultações produzidas por esses mesmos objectos celestes, entre outras observações.
O observatório da Linhaceira tem actualmente em funcionamento um sistema de monitorização nocturna de meteoros (vulgarmente conhecidos como "estrelas cadentes").
O gosto pela astronomia de Rui Gonçalves nasceu quando os pais lhe ofereceram uma luneta no 8.º ano de escolaridade. Depois de uma visita ao Planetário da Gulbenkian, ficou a conhecer o sócio nº1 da Associação Portuguesa de Astrónomos Amadores, Joaquim Garcia, já falecido, autor do livro "Como Construir o seu próprio telescópio".
Rui Gonçalves passou então a frequentar o observatório e a oficina de Joaquim Garcia, onde construiu o seu primeiro telescópio. "Em 1984, não havia como hoje a facilidade de ir a uma loja e comprar um telescópio, aliás nem havia lojas de telescópios e este equipamento era muito caro, pelo que tínhamos de ser nós a construir os equipamentos", recorda.
O astrónomo ainda guarda os dois telescópios que construiu e que utiliza nas astrofestas - a última foi em Serpa, de 8 a 10 de Agosto - mas no seu quintal tem outros dois telescópios, mais sofisticados e potentes.
O observatório, com tecto de correr e que à primeira vista parece uma arrecadação, inclui ainda a 'Templar 1', a única estação automática de detecção de meteoros em Portugal.
Licenciado e mestrado em Ciências Geofísicas pela Faculdade de Ciências de Lisboa, Rui Gonçalves está neste momento a fazer o doutoramento. |
JOÃO BAPTISTA, Santarém
DN