ANTEVISÃO 2009: Teatro de variedades
As provas nacionais de Velocidade têm o potencial para dar origem a grelhas muito coloridas e variadas. A Federação alterou a regulamentação do Campeonato de Portugal de Circuitos (mais conhecido como PTCC) e do Campeonato de Portugal de Clássicos - Circuitos, de modo a permitir a participação de outros tipos de automóveis, como forma de inverter uma potencial quebra de plantel, devido à crise económica.
ANTEVISÃO 2009: Teatro de variedades -
Nos S2000, César Campaniço e José Monroy continuam a tentar viabilizar o projecto para trazer dois Chevrolet Lacetti para Portugal. Se for este caso, o BMW de Campaniço poderá ser alugado a outro piloto. O Peugeot de João Figueiredo e os SEAT Leon Supercopa preparados na Veloso Motorsport continuam a ser candidatos às vitórias à geral.
A principal novidade do PTCC passa, no entanto, por uma nova definição de classes, com os Superprodução, S1600 e carros da antiga Copa Hyundai Coupé espanhola a serem adicionados à Categoria 3 (juntamente com os Grupo Nacional 2000), enquanto uma nova Categoria 4 permite a entrada de viaturas de Grupo N com turbocompressor e tracção às quatro rodas. Esta categoria destina-se a chamar às pistas modelos como o Mitsubishi Lancer Evolution ou o Subaru Impreza STi, constituindo uma nova classe de carros em liça pelo triunfo à geral, juntando-se aos actuais S2000 e SEAT Leon Supercopa.
Será preciso, no entanto, algum cuidado para impedir que a superioridade natural da tracção integral venha a fazer com que estes carros dominem as provas. Existe, ainda, a dúvida se há interesse em pilotos mais ligados aos ralis em tirar estes carros das garagens, uma vez que as classes S1600 e de Superprodução nunca tiveram adesão.
Categorias de apoio
O Campeonato de Portugal de Resistência e o Campeonato de Portugal de Clássicos - Circuito continuam a fazer parte da caravana da Velocidade, com as "glórias do passado" a acompanharem geralmente o PTCC, enquanto a Resistência possui um calendário separado.
A Resistência continua a sofrer de falta de adesão, pois tirando os Caterham (que poderão ou não voltar a ter troféu), apenas um pequeno grupo de entusiastas com protótipos e um GT continuam a marcar presença. Muitos dos pilotos que poderiam ter interesse nesta competição continuam dispersados pela Montanha e pelo Campeonato Espanhol de GT. Quanto aos Clássicos, espera-se que a redução das taxas de inscrição contribua para uma recuperação das grelhas tanto na competição principal como nos 1300.
Numa tentativa de melhorar as grelhas, são agora autorizados carros construídos até 1986, esperando-se que saiam das garagens modelos como o BMW M635 CSi, Volvo 240 Turbo ou Toyota Corolla AE86, mas os protótipos continuam banidos. Nos troféus, apenas existem planos concretos para a continuação da Fórmula Júnior, única competição nacional de monolugares, agora com o nome Portugal FR2.0, e para o Desafio Único, admitindo também uma competição para o Fiat Punto. O Troféu Caterham e as competições da Publiracing ainda não estão definidos.
César Campaniço: "Grupo N podem ser interessantes e trazer mais competitividade"
"Em Portugal, a busca por patrocinadores nunca sai do estado da crise, mas penso que a abertura regulamentar é positiva. Era apologista de mais S2000, mas não sou contra carros que podem ser interessantes e trazer mais competitividade ao PTCC como é o caso dos carros de Grupo N, principalmente se trouxer alguns nomes importantes do desportivo automóvel nacional. Do meu ponto de vista, isto poderá trazer algumas dificuldades acrescidas, pois estes carros podem ser muito potentes e saem melhor das curvas, pelo que poderei ter mais dificuldades nas ultrapassagens. Espero, também, que as verificações técnicas sejam mais apertadas, pois estes carros ultrapassam facilmente os 300 cv."
Luís Veloso: "O alargamento aos Grupos N é benéfico"
"O alargamento aos carros de quatro rodas motrizes só pode ser benéfico, podendo aparecer mais carros e aumentar o leque de participantes. Apenas acredito que é preciso algum cuidado para não liberalizar muito estes carros. Mesmo assim, não acredito que haja um grande aumento de participantes. Ninguém parece ter capacidade de fazer grandes investimentos, mas dos que já têm carros ninguém mostrou ter vontade de abandonar o PTCC. Infelizmente, com crise ou sem crise, continua a haver muita gente com o futuro por definir. Quanto a mim, além das corridas nacionais, vou continuar a preparar carros para Espanha. A Supercopa SEAT continua com um número elevado de inscritos e houve mais de 75 pré-inscrições para a Copa Peugeot, portanto para os que continuam a preferir correr em Espanha, com controlo de custos e melhores prémios, esta ainda é uma opção a ter em conta."AS