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Características psicológicas das idades escolares

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TIN

Visitante
Encontra aqui uma análise das características psicológicas dos jovens em idade escolar.

O conhecimento dessas características permite uma acção educativa mais eficaz, pois orienta o educador, fazendo com que ele não perca a noção da realidade relativamente às condições naturais dos seus educandos, que constituem o ponto de partida para a educação.

Também um jovem pode lucrar com esse conhecimento, pois tem possibilidade de entender que aspectos da sua situação são coisas próprias da idade e que outros não passam de coisas que se devem emendar.

Os primeiros capítulos - a que chamámos "breves" - dão uma visão rápida das idades correspondentes e propõem concretizações educativas simples; os outros capítulos são mais pormenorizados e profundos.
 
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TIN

Visitante
A criança aos 4 anos

1. Desenvolvimento psicológico

1.1. Imaginação viva e em fluir contínuo


1.2. É a idade do "como" e do "porquê". Pergunta tudo e interessa-se por tudo.

1.3. Capta todas as coisas através da observação, mas esta não é educada nem concentrada, antes pelo contrário, é activa e transbordante.

1.4. Como não interioriza as regras de socialização da conduta, não as aceita.

1.5. Egocêntrica. Tenta que gire tudo à sua volta; para o conseguir, chama continuamente a atenção dos outros sobre si própria.

1.6. É lenta em aprender a aceitar as críticas.

1 . 7. Inconsistente nas suas actividades, devido à sua grande energia e expansividade.


1.8. Não delibera antes de agir nem organiza as suas conversas; actua e fala sem pensar.


1.9. É pródiga e superficial na sua actividade mental e na conversação.


1.10. Continuamente charlatã, faz perguntas sem sentido.


1.11. Trata-se de um período de inquietação constante que pode parecer uma regressão.


1.12. Na sua maneira de ser e actuar, as vezes, pode tornar-se uma criança pedante e pesada.


1.13. Usa muito pouco as expressões convencionais das relaç6es humanas.


1.14. Tem medo da escuridão e dos ruídos.



2. Âmbito escolar

2.1. Não é sensível às coisas inacabadas, por isso não se importa de deixar qualquer actividade por outra mais interessante.

2.2. Tem o conceito de um, dois e muitos.


2.3. Capta uma frase inteira, mas é incapaz de analisar as suas palavras.


2.4. Faz continuamente perguntas sem sentido.


2.5. A sua grande energia e a própria iniciativa devem ser empregues em jogos livres.


2.6. Tem pouca habilidade para os trabalhos manuais.


2.7. Possui afã por destruir a obra que empreendeu.


2.8. Está capacitada para actividades que impliquem ritmo, movimento, etc.


2.9. Desenha e pinta.


2.10. Começam os jogos sossegados em cima de uma mesa.


2.11. As suas criações nascem sem imitação nem predisposição, dá-lhes um sentido final.


2.12. Reage ante motivações interessantes.


2.13. Executa trabalhos depois de observar modelos concretos.



3. Actividades das pessoas implicadas na sua formação

3.1. A sua energia e actividade deve ser dirigida para jogos livres.


3.2. É necessário colocar-se ao seu nível, com uma motivação adequada, para que realize as ordens que se lhe dão.


3.3. Dar-lhe motivações interessantes para que realize coisas.


3.4. Não adoptar medidas extremas.


3.5. Ajudá-la a observar as coisas que a rodeiam.


3.6. Paciência e bom humor.


3.7. Habilidade para a orientar e se meter no seu mundo para o conhecer e aceitar.


3.8. É necessário que os pais ajudem a criança a desenvolver a sua consciência, tendo em conta que tanto o excesso de protecção como as atitudes de afastamento podem prejudicar o seu desenvolvimento.

3.9. As palavras são importantes, mas o seu valor é inferior ao exemplo.


3.9. O desenvolvimento da personalidade realiza-se melhor por meios indirectos do que pela força. É preciso ter isto sempre presente e, de modo especial, nesta idade cronológica e evolutiva.
 
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TIN

Visitante
A criança aos 5 anos

1. Desenvolvimento psicológico

1.1. Gosta da rotina porque faz sempre o mesmo.

1.2. É mais deliberativa que a criança de 4 anos. Pensa antes de falar.

1.3. É séria a respeito de si mesma e impressiona-a muito a capacidade de assumir responsabilidades.


1.4. Gosta de imitar os outros.


1.5. Encontra-se feliz no seu mundo, porque se sente cómoda consigo mesma e com o ambiente: encontrou o equilíbrio.


1.6. Grande observadora e imitadora do que observa.


1.7. Agrada-lhe fazer as coisas à sua maneira, mas também quer agradar ao adulto e fazer as coisas bem.


1.8. No que respeita à verdade, as histórias fantásticas e os exageros continuam.


1.9. Começa a distinguir o real do imaginário e às vezes sabe que está enganada.


1.10. Sonhos e pesadelos invadem muitas vezes o seu sono. Às vezes começa a falar enquanto está a dormir, nomeando algum membro da família.


1.11. Possui bom humor que se intensifica facilmente perante algo aliciante.


1.12. Começa a interiorizar o sentido da obediência, mas nela nem tudo é doçura e obediência.

1.13. Interesse por experiências imediatas. Realista. Empreende aquilo que está dentro das suas possibilidades.

1.14. Moderada, séria, dotada de capacidade de imitação da conduta dos adultos o que a ajudara no seu processo de socialização.

1.15. Tem medo da escuridão e dos ruídos.

2. Âmbito escolar

2.1. Maior estabilidade nas aulas. Princípio do ensino formal.


2.2. Usa a imaginação para pintar, criar, etc.


2.3. Quando se lhe dão os meios necessários, sabe trabalhar individualmente.


2.4. Não é comunicativa acerca da sua vida escolar.


2.5. É capaz de participar em actividades dirigidas: podem-se-lhe explicar actividades simples para que realize.


2.6. Nas actividades dirigidas incluem-se: a leitura, a escrita e os números (cálculo); estes últimos relacionados, inicialmente, com os seus jogos e interesses.


2.7. Maior concentração no seu trabalho.


2.8. Começa a cooperação entre as crianças.


2.9. Gosta de explicar o seu próprio trabalho para receber a aprovação dos adultos que estima.




3. Actividades das pessoas implicadas na sua educação

3.1. Ajudar a que demonstre a sua eficácia através de ordens simples e de pequenas ajudas.

32. Estimular, fomentar e orientar o seu bom humor.

3.3. Usar de sinceridade nas respostas que nos pede e exige.

3.4. Possui boa capacidade para se lhe ensinar a tocar instrumentos e criar composições simples.


3.5. Está numa fase em que a figura da mãe ocupa o centro do seu universo. Essa imagem será o meio que canalizara a sua formação e educação.


3.6. Entregar-lhe os objectos necessários para que trabalhe sozinha.


3.7. Procurar conhecer as características peculiares e individuais da criança, bem como as suas aptidões e carácter, para se poder orientar correctamente a sua personalidade e desenvolver as suas potencialidades.


3.8. Ajudá-la a concentrar-se durante algum período de tempo numa actividade para que aprenda a educar a sua atenção.

3.9. Apoiá-la e orientá-la continuamente em todos os campos e actividades.


3.10. Não levar muito a sério os seus "contos". Normalmente são o produto de não distinguir claramente o real do imaginário.

3.11. É uma etapa em que a criança está naturalmente aberta à actuação pedagógico-formativa dos pais e educadores.

3.12. A sua actividade e maturidade motriz capacita-a para a iniciação em determinados tipos de desportos.

3.13. É necessário que constantemente, em cada coisa que faz bem, seja elogiada e aplaudida.

3.14. Contar e ler-lhe histórias formativas que despertem a sua imaginação e a ajudem a fomentar o hábito da leitura.

3.15. Proporcionar-lhe, continuamente, experiências novas e concretas de acordo com a sua idade, pois está aberta a receber novos conhecimentos.
 
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TIN

Visitante
A criança aos 6 e 7 anos

1. Desenvolvimento psicológico

1.1. É o centro do seu próprio universo. Egocêntrica.


1.2. Sabe tudo e quer tudo; e quer fazer tudo à sua maneira.


1.3. É dominadora, obstinada e agressiva.

1.4. Emocionalmente é excitável e desafiadora.


1.5. Eticamente é pouco apta, devido à sua fase evolutiva, que lhe imprime a tentação de enganar, o que é mais notório no campo dos jogos.

1.6. Aceita a culpa com mais facilidade em coisas grandes do que pequenas.

1.7. Anseia o elogio e a aprovação

1.8. Reage lenta ou negativamente quanto a uma ordem, mas passado um bocado talvez a ponha em prática espontaneamente, como se se tratasse de ideia sua.


1.9. Possui dificuldade para decidir, vacila entre duas possibilidades.


1.10. Gosta de possuir grande numero de coisas mas não as cuida.


1.11. Possui um débil sentido da propriedade alheia, de modo que pega no que vê e deseja, independentemente de quem seja o proprietário.

1.12. Tem certa irresponsabilidade.

1.13. Está em plena adaptação a dois mundos: o de sua casa que lhe exige novas responsabilidades e o do colégio com todas as suas estruturas,. regras, etc.


1.15. Começa a ver-se e a conhecer-se a si própria; assim firma as bases para a sua autovalorização que culminará e amadurecerá nos 7 e 8 anos.


1.16. Capta mais coisas do que o que na realidade pode manejar.


1.17. Toca, mexe e explora todos os materiais.


1.18. As suas manifestações tensionais ou descargas chegam por vezes a um ponto limite, chegando por vezes a criança a perder o controlo.
1.19. Além destas manifestações limites, dão-se também descargas de energia por outras vias: agitação, roer as unhas, etc..

1.20. Deseja e precisa de ser a primeira, a mais querida.


1.21. Agrada-lhe contar histórias exageradas.


1.22. Dá verdadeiro interesse ao valor do dinheiro, como ganho e recompensa.


1.23. Tem medo dos ruídos, essencialmente aos elementos da natureza (chuva, trovão) assim como aos seres humanos e fantasmas.

1.24. Adora o elogio e não tolera a crítica.

1.25. Tem noção do bom e do mau, mas rudimentar, pois a relaciona ainda muito com actividades aprovadas ou desaprovadas pelos pais.


1.26. É extremamente dominante em relação às coisas que lhe pertencem.




2. Âmbito escolar

2.1. Gosta do professor e quer agradar-lhe. Quer o seu elogio, a sua atenção e ajuda.


2.2. Instintivamente, identifica-se com tudo o que sucede e está à sua volta, pelo que está capacitada para interiorizar novos conhecimentos e novas experiências pessoais e culturais.


2.3. A mentalidade comum dos 6 anos não está ainda preparada para uma instrução formal da leitura, escrita e aritmética. Só é possível tornar vivos estes capítulos associando-os com experiências vitais.


2.4. Os seus desenhos espontâneos são mais realistas. Capta o simples e o primitivo da natureza (casa, árvore, etc.).


2.5. Começa nela o processo de se cultivar. Já não se limita a reproduzir a cultura, mas faz uma nova apreciação de si mesma e reorganiza-se em relação a esta cultura.


2.6. Deseja seriamente estudar, apesar dos seus altos e baixos.


7 ANOS


3. Desenvolvimento psicológico

3.1. É mais consciente de si própria e está mais absorvida em si mesma. Aparenta viver "noutro mundo". Parece não ouvir o que se lhe manda. Está a tomar-se introvertida.


3.2. Desenvolve-se nela o sentido ético (distinção entre o bem e o mal), já não só nela, mas também nos outros.


3.3. Concretiza e interioriza mais a sua estrutura de espaço e tempo.


3.4. Medita mais antes de actuar pois é mais prudente, mais deliberativa (não medrosa).

3.5. Costuma aguentar o choro.

3.6. É sensível ao elogio e à crítica. Não sabe aceitar cumprimentos e não se tranquiliza quando é elogiada.


3.7. Anseia por agradar; tem consideração pelos outros.

3.8. Tem conduta menos agressiva. Poucos acessos de cólera e menos oposição às ordens.

3.9. Teme as situações novas que lhe costumam aparecer na escola.

3.10. Tem menos pesadelos. É a figura central dos seus sonhos.

3.11. Aumenta o interesse pelo dinheiro, e muitas pensam em economizar.




4. Âmbito escolar

4.1. Quer responsabilidade, especialmente na escola, mas preocupa-se com a ideia de não poder portar-se correctamente.


4.2. Deseja acabar uma tarefa já começada, mas não repara na sua capacidade para o fazer. Tem tendência a esperar muito dela própria.


4.3. É boa ouvinte; centrou a sua atenção pelo que está aberta a novos conhecimentos.


4.4. Preocupa-a a ideia de chegar tarde à escola e de não acabar os seus trabalhos.

4.5. Precisa duma palavra do professor para começar a mais simples tarefa.


4.6. Exige com impaciência a atenção e ajuda do professor.

4.7. Tende a procurar carinho no professor

4.8. Tem no mundo do colégio o mundo dos seus amigos.




5. Atitude das pessoas que a rodeiam e a formam

5.1. A mãe deve reconhecer e compreender o carácter passageiro desta conduta tão extremosa e agressiva da criança de 6 e 7 anos; deste modo a criança tomar-se-á mais dócil. O castigo nestes momentos não serve de nada. A criança terá com isto um arrependimento momentâneo mas a sua conduta não melhorara.


5.2. É uma criança que precisa de afecto e carinho constante: e está uma fase de ajustamento pessoal e social e todo o ajustamento leva implícito uma crise. E agora que o pai desempenha um papel importante: deve preocupar-se com ele, pedir-lhe ajuda em tarefas simples; viverem juntos os momentos de ócio, etc..


5.3. É também importante o papel do professor, que não substitui nem pouco mais ou menos a mãe, mas reforça, com um sentimento de maior segurança.


5.4. Há que dar-lhe responsabilidades de acordo com as suas possibilidades.

5.5. É necessária uma relação mútua e forte entre a família e a escola, sobretudo nesta idade.

5.6. É conveniente que pais e professor mantenham uma relação estreita, para conhecer o comportamento na escola.
 
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TIN

Visitante
A criança aos 8 e 9 anos

8 ANOS



1. Características psicológicas

1.1. Possui um grande afã de crescer e manifesta interesse pela sua anatomia interna.

1.2. A sua personalidade é mais expressiva, os seus gestos, são mais seus.


1.3. Sente-se consciente de si mesma como pessoa, reconhece algumas das diferenças em relação aos outros e expõe-nas. Pensa muitas vezes em "si mesma".


1.4. Costuma sentir-se centro de qualquer cena e dramatizar-se.


1.5. Quer que o adulto seja parte do seu mundo, com o que apresenta exigências e quer que se actue de acordo com as formas que ela determina.

1.6. Procura viver, no entanto, segundo as normas dos demais.

1.7. Sente-se mais identificada com a família e necessita dela - porque esta exerce, sobre ela, uma influência preponderante.


1.8. É sensível aos desacordos e antagonismos entre os membros familiares.


1.9. Necessita, por isso, que as relações recíprocas com as outras pessoas se encontrem em equilíbrio.




9 ANOS



2. Características psicológicas

2.1. Aos nove anos muda para melhor. Diminui a tensão e as asperezas anteriores. O seu comportamento é mais acessível e responsável.

2.2. É activa, tem numerosos interesses, como: trabalho escolar, alcançar êxitos em qualquer tarefa, fazer sempre coisas...

2.3. Está também atarefada com as suas preocupações.

2.4. Planeja com pormenor o seu futuro.

2.5. É muito sensível e afectam-na os problemas, especialmente os que provêm da amizade, preocupando-se às vezes vários dias.


2.6. Vai-se afirmando na sua personalidade e individualidade, o que as torna diferentes umas das outras.


2.7. O seu mundo imaginário é mais real que o verdadeiro.


2.8. É a idade dos tesouros pessoais, muito cuidados e muito próprios, das colecções , embora não sejam organizadas.


2.9. Emocionalmente, sente necessidade de pedir perdão, sobretudo aos 8 anos.


2.10. Aos 9 anos, no entanto, possuem um grande sentido da rectidão e da justiça, e querem que a culpa se distribua equitativamente.


2.11. Sente inclinação para entrar em conflito com os outros. Procura desculpas para justificar a sua atitude.




3. Atitude das pessoas implicadas na sua educação

3.1. É necessário aceitar a criança tal como é, em cada momento do seu desenvolvimento, para ajudá-la a formar a sua personalidade.

3.2. Conservar um clima de confiança fácil e mútua entre pais e filhos, que lhe dê segurança e equilíbrio.

3.3. Precisa de ajuda nas suas relações pessoais.


3.4. A mãe continua a desempenhar um papel muito importante na sua vida, embora o pai receba uma dose cada vez maior de afecto, se responde à criança de modo a adaptar-se a ela.


3.5. As tarefas que vinha realizando até esta idade interessam-lhe menos, daí a conveniência de lhe dar novas responsabilidades de maior categoria.


3.6. Sabe trabalhar com maior independência, mas precisa que lhe repitam as coisas com bastante frequência.


3.7. As recompensas são muito úteis nesta idade. Convém fazer-lhes ver o valor da recompensa, não só a do tipo monetário - uma vez que há outros recursos para ajudar a criança, sem que estes sejam fim em si mesmos.


3.8. O encargo de irmãos mais pequenos é positivo, se se ajuda a começar bem e se lhe dá pautas de actuação, manifestando mais tarde o agrado que nos produz o que fica bem feito.

3.9. Convém ter certas restrições quando realizam actividades, especialmente lúdicas, pois a sua propensão é para entrar em demanda com frequência.


3.10. Às vezes basta um olhar para corrigir a sua actuação, mas trabalha melhor com estímulos e motivações.

3.11. Convém ajudá-la, ainda, a organizar os seus tempos de ócio.

3.12. Ler com elas é importante; nesta idade sentem mais satisfação escutando uma leitura, do que lendo, mas convém estimulá-la pelo gosto à leitura própria desta idade.

3.13. Na sua vida escolar convém estimular o interesse que tem por tudo o que se relaciona com o colégio. Dar-lhe responsabilidades concretas.

3.14. A organização de excursões, visitas culturais, etc., têm duplo objectivo: por um lado, sentido pedagógico, e por outro, ocasião para uma relação pessoal.
 
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TIN

Visitante
A criança dos 10 aos 12 anos

10 ANOS


1. Características psicológicas

1.1. É a idade do grande equilíbrio na sua evolução, embora sendo etapa de transição. Mostra-se feliz, simpática, tranquila, amável, sincera, amigável.

1.2. Às vezes manifesta ataques de ira, mas sempre encontra um modo de desafogar a irritação - são momentos breves e superficiais.

1.3. O equilíbrio que manifesta, encontra-se livre de tensões e inclinado a uma fácil reciprocidade. Mostra-se independente e directa.

1.4. Possui grandes desejos de agradar aos outros.

1.5. Compreendem muito bem o próprio comportamento.

1.6. Observa-se, nesta fase, uma maior amplitude de gostos e interesses, que manifestam em todo o seu âmbito pessoal, familiar e social.
1.7. Têm grande capacidade de protecção, projectada, especialmente em crianças mais pequenas, animais, etc.


2. Âmbito escolar

2.1. A criança de 10 anos possui um grande poder de assimilação, gosta de memorizar, identificar ou reconhecer os factos, fazer classificações, etc.; no entanto custa-lhe mais conceptualizar ou generalizar.

2.2. Tem períodos de atenção curtos e intermitentes, daí que goste mais de falar, contemplar, ler e escutar, do que de trabalhar.

2.3. Sente pouca inclinação para o trabalho. Pode propor-se muitas tarefas, mas não persevera em nenhuma.

2.4. Experimenta grande prazer na actividade física: correr, trepar, saltar...

2.5. Gosta que a professora faça a programação das suas actividades e lhe recorde imediatamente se deixou algo fora do programa.

2.6. Podem arranjar desculpas para não ir ao colégio, se algo lhes corre mal, ou se receberam alguma reprimenda ou censura.

2.7. Sentem carinho pelos professores.

2.8. Manifestam períodos de concentração, alternando com outros de jogos esgotantes.



11 ANOS



3. Características psicológicas

3.1. Mostra-nos aos 11 anos, um passo mais no seu desenvolvimento: que é mais inquieta e charlatã.

3.2. Mostra maior actividade e prefere a companhia de outros, recusando a solidão.

3.3. Gosta de discutir, mas não deixa que discutam com ela.

3.4. Possui uma maneira de pensar mais concreta e específica. Parece embarcada numa procura activa do "eu" e encontra-o em conflito com o dos outros.

3.5. Tem um grande sentido de justiça e horror à fraude.

3.6. Impulsiva, embora lhe falte perspectiva.

3.7. Supercrítica, tanto em relação a si, como aos outros, mas não sabe aceitar as críticas dos outros.



4. Âmbito escolar

4.1. Aos 11 anos gastam as energias procurando o modo de eludir as tarefas.

4.2. Agrada-lhes a possibilidade de escolha e, oferecendo-lhe várias coisas para que seja ela mesma a escolher, leva a cabo diligentemente o trabalho.

4.3. O professor é o factor independente mais importante na vida escolar de uma criança de 11 anos.

4.4. No entanto prefere os professores exigentes e que tenham sentido de humor.

4.5. Um professor paciente, justo e simpático, não demasiado exigente, compreensivo, capaz de "tornar interessantes as coisas", e inimigo de gritar, são qualidades que atraem uma criança nesta idade

4.6. Agradam-lhe muito os desportos e jogos ao ar livre.

4.7. Os dados que melhor apreende, são os que se ensinam sob a forma de contos, em que uma acção leva inevitavelmente a novas acções.




12 ANOS


5. Características psicológicas

5.1. Denota maior equilíbrio, aceita os outros; vê-os, e também a si próprio, com mais objectividade, mas flutua de actividades pueris a outras mais maduras.

5.2. Possui um maior controlo de si própria.

5.3. É capaz de inibir os seus temores, com novos rasgos de humor e tendendo a mostrar-se extrovertida, exuberante e entusiasta.

5.4. Encontra-se nas primeiras etapas da adolescência.

5.5. Mostra-se menos insistente, mais razoável, mais companheira dos seus, mais altruísta.

5.6. Não gosta que o considerem uma criança, tem um grande desejo de crescer.

5.7. Denota um grande avanço no seu pensamento conceptual quanto à preocupação pelo valor de termos como justiça, lei, vida, lealdade, delito, etc.

5.8. Possui um autêntico sentido do que é lógico.

5.9. O seu rasgo dominante é o entusiasmo expansivo e a capacidade de tomar a iniciativa.

5.10. Sensível aos sentimentos dos demais a às atenções e interesses das pessoas que a rodeiam.

5.11. A sua nova visão das coisas inclui uma capacidade de amadurecimento.



6. Âmbito escolar

6.1. Os 12 anos são de maior objectividade e amadurecimento, perspectivas mais amplas para as coisas.

6.2. É entusiasta e impaciente, embora às vezes se mostre um tanto amorfa no pensamento e na acção.

6.3. O seu maior e mais importante problema é o trabalho escolar.

6.4. É comum a realização do diário íntimo e pessoal.

6.5. Mostra-se mais reflexiva perante os diferentes problemas e procura solucioná-los sozinha.

6.6. É muito responsável na organização do seu tempo e no cuidado dos seus próprios objectos.


7. Atitudes das pessoas implicadas na sua educação

7.1. Convém despertar-lhe o interesse com um estímulo suficiente, já que gosta de aprender.

7.2. É a idade óptima para o uso de material gráfico, e meios audiovisuais, o que é um meio eficaz para a sua educação e formação.

7.3. Convém dedicar tempo às actividades ao ar livre.

7.4. Os pais hão-de manter elasticidade nas suas exigências (especialmente aos 10 anos); devem dar conta de que a criança desempenha melhor o trabalho, quando o realiza junto a um adulto compreensivo.

7.5. As raparigas em geral, pelas suas características psicológicas, refugiam-se no seu mundo interior e requerem maior perspicácia e penetração por parte dos pais e educadores.

7.6. As relações com os outros passam por diferentes etapas; daí que os mais velhos não devam intervir, já que resolvem as situações por si mesmas.

7.7. Convém ter confiança nelas, para fomentar o sentido de responsabilidade.

7.8. Dar-lhes oportunidade para desenvolverem actividades em grupo, e maior liberdade à medida que vão crescendo.

7.9. Havemos de manter um clima de alegria, autoridade e respeito à sua volta, fomentar a sua originalidade.

7.10. Nestas idades são sensíveis à informação social, o que não pode manter-nos alheados desta inquietação; devemos, sim, ajudá-los a organizar o seu pensamento.

7.11. Fomentar o exercício de aptidões que gozam de aprovação social serve um duplo fim: fortalece o respeito e a confiança em si mesmo, importante na adolescência, e a protecção ante possíveis transtornos de tipo social (delinquência, etc.).

7.12. Deve-se educar as crianças formando a sua personalidade para se enfrentar com o futuro e de modo que cheguem a ser o que devem ser, de forma consciente e madura.
 
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TIN

Visitante
Aos 13 e 14 anos

PRÉ-ADOLESCÊNCIA


1. No aspecto psicológico

1.1. A adolescência supõe uma mudança rotunda na sua pessoa

1.2. Grande instabilidade, com antinomias como: alegria-tristeza, responsabilidade-inconsciência, timidez-audácia, solidão-afecto, passando de umas a outras com grande facilidade.

1.3. Por isso manifesta em algumas ocasiões reacções imprevisíveis.

1.4. Precisa de conselho, mas foge dele. "Quase todos os adolescentes se revoltam contra as proibições da família, mostram-se ansiosos e indecisos, perturbados e com falta de confiança neles próprios, procuram a segurança que lhes dá o grupo de indivíduos da mesma idade , tendem ao snobismo e a excluir os que não são membros do grupo. Anseiam pela aprovação daqueles que são mais velhos do que eles".

1.5. A sua conduta mostra-se por vezes agressiva.

1.6. É pouco efusiva com a família, mas sofre, no entanto, uma intensificação da sua capacidade afectiva, parecendo que o seu coração se esponja.

1.7. É altruísta e pode comprometer-se em mil objectivos diferentes.

1.8. Possui um grande afã de independência, que conduz à separação do adolescente daqueles que exerceram algum domínio sobre ele.

1.9. Brusquidão e rebeldia perante toda a limitação e travagem.

1.10. Tendência a destacar a sua personalidade perante os outros, não pelo cultivo de qualidades mas pela imitação de personagens famosas, companheiros ou professores que possuem as qualidades que ela gostaria de ter.

1.11. Adopta atitudes extravagantes, é excêntrica no vestir; tudo isto são modos de chamar a atenção, juntamente com formas anti-sociais de conduta.

1.12. Manifesta falta de inclinação pelo trabalho.

1.13. Deseja o convívio com os adultos com antagonismo em relação à família, amigos e sociedade em geral.

1.14. Sentimentos de auto-importância; enfrenta-se em igualdade física relativamente aos mais velhos, esperando que lhe concedam os privilégios e direitos que eles têm.

1.15. Tem uma confusa desordem de impressões, imagens e novos sentimentos, pois recebe cada dia múltiplas impressões e tem que aprender um maior numero de coisas pela sua própria conta, o que lhe é difícil.

1.16. Esconde os complexos de inferioridade, ignorância e insegurança que às vezes tem com reacções de desembaraço, altivez ou timidez, com o que pretende sobrevalorizar-se perante os seus semelhantes e atrair a sua atenção.

1.17. É a fase do nascimento da intimidade.

1.18. Na amizade há uma grande variabilidade; são pouco duradouros os laços amistosos, apesar de precisar das amizades.


2. Atitude das pessoas implicadas na sua educação

2.1. O adolescente precisa especialmente de compreensão e carinho à sua volta, aceitação da idade crítica em que se encontra e ajuda para se aceitar e se compreender a si próprio.

2.2. Precisa de motivação: convém procurar as mínimas ocasiões para lhe estimular o desenvolvimento espiritual, intelectual e emocional.

2.3. Convém fazê-lo sentir-se responsável, ainda que para o ser cometa erros e enganos. É a melhor idade para adquirir o sentido da responsabilidade.

2.4. Precisa de orientação ou direcção: temos de lhe proporcionar meios adequados para satisfazer rectamente as necessidades iniludíveis.

2.5. À luz da maturidade, perecem-nos claros e às vezes absurdos os seus problemas, porque os sabemos considerar objectivamente, coisa que o adolescente não consegue fazer. Daí a importância de nos pormos no seu lugar e de não julgarmos ou não compararmos os seus problemas aos nossos, sob o nosso ponto de vista, porque ao fazê-lo simplificamo-los e não os consideramos como os grandes problemas que são para ele.

2.6. Temos de o ajudar a formar a sua personalidade, a ser livre, num clima de compreensão, amor, sacrifício, comunidade de bens e solução das necessidades dentro da família. Esta tem uma grande força para o conseguir.

2.7. Ajudá-lo a integrar-se na vida e no ambiente social que o rodeia. Chegar a educá-lo integralmente.

2.8. Convém que o adolescente possa pôr as suas dúvidas, de qualquer género, a alguém que não se escandalize sem motivo suficiente, que admita que as coisas acontecem por inadvertência ou falta de experiência, sem porém permitir que volte a repetir-se aquilo que não está de acordo com as leis morais ou da sociedade.

2.9. Temos de facilitar o clima propício para a sua auto-estima, autonomia, integração e transcendência, através da sua própria experiência; assim, ajudaremos o adolescente a dar sentido à sua vida e a conquistar a sua própria maturidade.
 
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TIN

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Na adolescência

1. No aspecto psicológico

1.1. O adolescente nesta etapa vive no seu mundo interior. Para conhecer a própria personalidade, as suas ideias e ideais, compara-se com o mundo dos outros.

1.2. Dá impressão de apatia devido a preocupação repousada e reflexiva pelos próprios estados anímicos.

1.3. Esta interiorização abarca também as esferas intelectuais, filosóficas e estéticas, enchendo a sua vida com estas teorias.

1.4. As características mais próprias deste período, são:

a) Crescente consciência e conhecimento do "eu".

b) Nascimento da independência.

c) Adaptação progressiva aos núcleos sociais da família, escola e comunidade em geral.

1.5. O espirito de independência cresce rapidamente, mas é imaturo ainda e manifesta-se com brusquidão e agressividade.

1.6. Independência e liberdade são a sua constante exigência.

1.7. Opõe-se, portanto, a que o tenham sujeito ou lhe perguntem sobre os seus assuntos, projectos, amigos com quem anda, ou a que se imiscuam na sua vida privada.

1.8. É capaz de albergar sentimentos de rancor, vingança e violência, embora de modo esporádico e sejam pouco duradoiros.

1.9. Manifesta uma grande preocupação por pormenores e gestos que observa na pessoa a quem imita e idealiza.

1.10. Interessa-lhe e procura conhecer a própria personalidade, mas é mais observador em relação à dos outros, tanto dentro como fora do núcleo familiar.

1.11. Aos 16 anos, o adolescente é já um pré-adulto, possui uma mente mais segura, porque está melhor ordenada e controlada.

1.12. Manifesta uma maior confiança em si mesmo e uma autonomia mais arraigada.

1.13. Em geral, domina perfeitamente as próprias emoções, possuindo um maior equilíbrio.

1.14. Valoriza mais os motivos pessoais dos outros, sejam colegas ou adultos, e pensa mais neles, pois apercebe-se de que o segredo da sua própria felicidade se encontra relacionada com a vida dos outros.

1.15. Sente-se mais livre e independente do que aos 15 anos, por isso já não o preocupa tanto esta exigência.


2. Conduta social em relação com a vida escolar

2.1. Aos 15 anos, em geral, manifestam uma atitude hostil para com a escola, vão contra as exigências e normas rígidas.

2.2. Revoltam-se às vezes contra a autoridade, em geral, não individualmente mas em grupo.

2.3. Entre os 15 e os 16 anos, começam-se a interessar novamente pelo estudo sempre que for interessante e vital para a sua experiência o conteúdo instrutivo, como por exemplo a Religião, as Ciências Sociais, etc.

2.4. Integram-se na comunidade escolar, participando nas actividades que a escola oferece.

2.5. Às vezes a vida escolar converte-se em válvula de escape, em meio para afrouxar as ataduras familiares.

2.6. No âmbito escolar, põem-se de manifesto certas diferenças individuais, académicas e sociais, relacionadas com a capacidade de liderança, o talento e as atitudes intelectuais.



3. Atitudes das pessoas implicadas na sua educação

3.1. É necessária uma atitude de abertura e de conhecimento das fases desta idade, para evitar atitudes inadequadas para com os filhos, o endurecimento da autoridade e o não reconhecer ao adolescente qualquer tipo do direito. Isto, unido à conduta do próprio adolescente, provoca choques violentos.

3.2. Deve-se aceitar a emancipação progressiva dos filhos, e incluso favorecê-la, para os ajudar a serem livres e a manifestarem-se como tais.

3.3. A existência da crise tem a sua origem num problema afectivo, por isso temos de favorecer no adolescente a criação de vínculos familiares, ambientais, ... (amor a Deus, à Pátria ...).

3.4. Devem sentir-se realizados numa actividade ou numa coisa, aspirando sempre a algo, isto é, devem ter um ideal, fé. Também é importante o relacionarem-se com a família, o grupo, etc...

3.5. Convém saber que estas crises passam com o tempo e que tudo volta a normalizar-se, o que não significa que se deixe de actuar e não se procure orientar positivamente o desenvolvimento dessas crises de modo a que não deixem conflitos na personalidade do jovem.

3.6. É muito inseguro, procura a orientação e o conselho de pessoas alheias à sua vida familiar; assim, os educadores encontram um campo propício para uma acção de formação mais profunda.

3.7. Precisam de uma mão compreensiva para os ajudar no esforço de esclarecer e definir os seus pensamentos e estados anímicos, coisa que é difícil para ele e o faz cair em estados depressivos.

3.8. Às vezes convém tratá-lo com a mesma frieza ou indiferença com que se comporta, para que repare na sua própria atitude.

3.9. As formas mais extremas de desafio exigem um guia habilidoso, bem como prudência nas medidas de controle mais estritas que se pretendam utilizar.

3.10. Temos de passar a ser "observadores participantes" na vida dos adolescentes.

3.11. Devemos ajudá-los a encontrar a forma de se expressarem nas diversas actividades, e procurar que o ensino seja estimulante e interessante, senão podem cair no desleixo e na apatia perante o estudo.

3.12. Recordando as tensões e inquietações da nossa própria adolescência, estaremos em condições de ajudar os jovens e de sermos mais compreensivos para com eles.

3.13. Devemos inculcar-lhes o respeito pelos pontos de vista alheios e o sentido da realidade.
 

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GF Prata
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Obrigado por tanta informação verdadeiramente útil, para todos os pais e aspirantes e não só, pois assim compreende-se os filhos nas suas etapas de crescimento....vota_gforum
 
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