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Casa da Música relembra "Aniki Bobó"
O mais velho cineasta do Mundo ainda no activo completa 100 anos em Dezembro, mas a Casa da Música antecipou-se à data e programou um grande concerto para hoje, às 21 horas.
Além do próprio Manoel de Oliveira, estarão lá Fernanda Grilo e Horácio Silva, que assumiram os papéis de Teresinha e Carlitos no filme "Aniki Bobó", o ponto de partida para esta homenagem.
O espectáculo é dirigido pelo violoncelista e compositor Ernst Reijseger e resulta de um trabalho elaborado ao longo de vários meses, com a colaboração de cerca de 150 pessoas."Aniki Bobó segue o seu caminho" é como se designa a iniciativa, o culminar de um projecto iniciado em Janeiro e do qual resultou já um concerto em que Reijseger tocou violoncelo com professores das escolas envolvidas.
O que hoje se apresenta é como que um novo olhar sobre o filme estreado há 66 anos, envolvendo alunos de escolas vocacionais, músicos profissionais, bailarinos, mas também pessoas sem formação especializada, sobretudo crianças e jovens oriundos de vários bairros da cidade.
Segundo Paulo Rodrigues, responsável pelo Serviço Educativo da Casa da Música, "existe agora uma ligação muito mais forte com o filme do que anteriormente". Para este projecto, o recrutamento de alguns participantes começou na Ribeira, mas depois alargou-se a outros pontos do Porto, como as zonas do Lagarteiro e do Aleixo. "Encontrámos avós de dois ou três miúdos que entraram no filme como figurantes", disse aquele responsável, acrescentando que, desta vez, haverá 60 violoncelistas a entrar e a sair do palco, pelo que não será um concerto estático.
Durante o espectáculo, vai ser exibido um vídeo de Tiago Pereira, que conjugou excertos de "Aniki Bobó" com imagens actuais da cidade, dando, assim, uma perspectiva contemporânea à história que Manoel de Oliveira filmou no início dos anos 40. A componente da dança é orientada pelo coreógrafo e bailarino António Tavares.
Ernst Reijseger, que, há pouco tempo, conheceu o cineasta durante um jantar e até conseguiu pô-lo a dançar ("Ele tem ainda muita força física e mental", comentou, a propósito desse encontro), classifica o espectáculo como "um trabalho em progresso". Os músicos vão interpretar peças de sua autoria, mas também músicas com batidas de breakdance e excertos da banda sonora original, cujos arranjos para violoncelo são igualmente seus. A convicção do compositor é a de que "vai ser uma longa história, musical e visualmente".
"Aniki Bobó" foi a primeira longa-metragem de ficção de Manoel Oliveira, já então rotulado de "subversivo". O realizador inspirou-se no poema de Rodrigues de Freitas "Os meninos milionários", que tem como cenário a zona ribeirinha do Porto.
Apesar de Oliveira ter nascido a 11 de Dezembro de 1908, o nascimento foi registado como tendo ocorrido no dia seguinte, que acaba por ser a data oficial. Assim, a 12 de Dezembro deste ano, a Casa da Música volta a prestar-lhe homenagem, mas, dessa vez, associando-se ao programa comemorativo que a Cooperativa Árvore organizou para assinalar o centenário. Nesse dia, o Remix Ensemble e a Orquestra Nacional do Porto protagonizam um concerto que será igualmente evocativo dos 100 anos do nascimento dos compositores Olivier Messiaen (desaparecido em 1992) e Elliott Carter.
Isabel Peixoto
JN
O mais velho cineasta do Mundo ainda no activo completa 100 anos em Dezembro, mas a Casa da Música antecipou-se à data e programou um grande concerto para hoje, às 21 horas.
Além do próprio Manoel de Oliveira, estarão lá Fernanda Grilo e Horácio Silva, que assumiram os papéis de Teresinha e Carlitos no filme "Aniki Bobó", o ponto de partida para esta homenagem.
O espectáculo é dirigido pelo violoncelista e compositor Ernst Reijseger e resulta de um trabalho elaborado ao longo de vários meses, com a colaboração de cerca de 150 pessoas."Aniki Bobó segue o seu caminho" é como se designa a iniciativa, o culminar de um projecto iniciado em Janeiro e do qual resultou já um concerto em que Reijseger tocou violoncelo com professores das escolas envolvidas.
O que hoje se apresenta é como que um novo olhar sobre o filme estreado há 66 anos, envolvendo alunos de escolas vocacionais, músicos profissionais, bailarinos, mas também pessoas sem formação especializada, sobretudo crianças e jovens oriundos de vários bairros da cidade.
Segundo Paulo Rodrigues, responsável pelo Serviço Educativo da Casa da Música, "existe agora uma ligação muito mais forte com o filme do que anteriormente". Para este projecto, o recrutamento de alguns participantes começou na Ribeira, mas depois alargou-se a outros pontos do Porto, como as zonas do Lagarteiro e do Aleixo. "Encontrámos avós de dois ou três miúdos que entraram no filme como figurantes", disse aquele responsável, acrescentando que, desta vez, haverá 60 violoncelistas a entrar e a sair do palco, pelo que não será um concerto estático.
Durante o espectáculo, vai ser exibido um vídeo de Tiago Pereira, que conjugou excertos de "Aniki Bobó" com imagens actuais da cidade, dando, assim, uma perspectiva contemporânea à história que Manoel de Oliveira filmou no início dos anos 40. A componente da dança é orientada pelo coreógrafo e bailarino António Tavares.
Ernst Reijseger, que, há pouco tempo, conheceu o cineasta durante um jantar e até conseguiu pô-lo a dançar ("Ele tem ainda muita força física e mental", comentou, a propósito desse encontro), classifica o espectáculo como "um trabalho em progresso". Os músicos vão interpretar peças de sua autoria, mas também músicas com batidas de breakdance e excertos da banda sonora original, cujos arranjos para violoncelo são igualmente seus. A convicção do compositor é a de que "vai ser uma longa história, musical e visualmente".
"Aniki Bobó" foi a primeira longa-metragem de ficção de Manoel Oliveira, já então rotulado de "subversivo". O realizador inspirou-se no poema de Rodrigues de Freitas "Os meninos milionários", que tem como cenário a zona ribeirinha do Porto.
Apesar de Oliveira ter nascido a 11 de Dezembro de 1908, o nascimento foi registado como tendo ocorrido no dia seguinte, que acaba por ser a data oficial. Assim, a 12 de Dezembro deste ano, a Casa da Música volta a prestar-lhe homenagem, mas, dessa vez, associando-se ao programa comemorativo que a Cooperativa Árvore organizou para assinalar o centenário. Nesse dia, o Remix Ensemble e a Orquestra Nacional do Porto protagonizam um concerto que será igualmente evocativo dos 100 anos do nascimento dos compositores Olivier Messiaen (desaparecido em 1992) e Elliott Carter.
Isabel Peixoto
JN