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Duas amostras e um empate

Fonsec@

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Uma das coisas que mais me motiva para estar presente em provas com profissionais americanos é a certeza de que sempre se aprende algo. Um bom pescador aprende em qualquer jornada de pesca, mas estar a ver pescar estes senhores é outra coisa. Eles são os criativos da pesca que praticamos e sempre arriscam novas aproximações de velhas técnicas, novas técnicas ou inventam mesmo novas amostras que, mais ano menos ano, estão ao nosso dispor no mercado.
Tem havido verdadeiras revoluções nas amostras, nos empates, nas técnicas e nas formas de apresentação ao longo da vida da pesca do achigã com iscos artificiais. Quem não se lembra de inovações como a Slug-go, o Fin-S, o Senko? Nem seria possível falar de todas…
De cada vez que vou a um Clássico vejo coisas novas e, este ano, não foi excepção. Para mim não faz qualquer sentido ver essas coisas e guardá-las para mim e, logo que cheguei, comecei a mostrar a alguns amigos, primeiro, depois, em duas acções de formação, que já dinamizei entretanto, exemplifiquei e, agora, acho que é tempo de vos dar conta de duas amostras e um empate que vi por lá e que, sem dúvida, podem ajudar a alargar o leque das vossas opções nos dias de pesca que estão para vir.
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O Toad buzz
No Verão do ano passado chegou a Portugal, às lojas de pesca, uma amostra da Zoom que se chama Horny Toad e que ninguém sabia ao certo para que servia. Dois dias depois de chegar aos EUA fui pescar com Art Ferguson, um amigo profissional que faz serviço de guia no sistema de lagos onde ia decorrer o Clássico (o Kissimmee chain of lakes). Pela manhã, para os primeiros lançamentos, deu-me uma cana de 7 pés heavy com uma dessas amostras e disse-me: «trabalha isto à superfície como se de um buzzbait se tratasse»… Aí fez-se luz! Não deixei de ficar espantado, mas percebi, então, para que servia aquele corpo pesado. De facto, passava maravilhosamente pelas coberturas densas de erva em que estávamos a pescar, facilitando lançamentos razoáveis.
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Exemplo de como se deve animar um Toad
Quando, no dia de treino, acompanhei Kevin Wirth e vi essa montagem numa das suas canas, com a diferença de usar fio entrançado, o que parecia normal uma vez que aquela vegetação densa pode sobrecarregar o peso do peixe e partir qualquer nylon. Não o achei muito entusiasmado a pescar com o empate em causa, apesar de ter visto alguns bons ataques que, obviamente, não ferrou por estar a treinar a apenas dois dias do início da prova.
No primeiro dia de prova tive o privilégio de acompanhar, pela segunda vez, um dos meus ídolos – Larry Nixon – e já não me espantou que ele iniciasse o dia de pesca precisamente com o mesmo tipo de amostra, lançando e recolhendo como se fosse um buzzbait. O seu primeiro peixe, um belo exemplar de mais de dois quilos, atacou essa amostra, embora pescada de uma forma diferente. O que se passou foi que na primeira passagem o achigã falhou a amostra e, na segunda passagem, Larry parou o corrico um pouco antes deixando a amostra afundar… Só ouvi o silvar da cana a cortar o ar e, passados alguns segundos o peixe estava nas suas mãos. Porém, Larry apercebeu-se que tinha de pescar mais lento e mudou para um senko com que apanhou todos os outros exemplares.
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No segundo dia de prova acompanhei um amigo – Ron Shuffield –, um profissional que conheci em 1998 e com quem sempre mantive contacto nestes anos todos, tendo tido o prazer de me encontrar com ele em Espanha, na Eurobass Cup de 2005. E lá estava o mesmo empate. Só que, para Ron, este era o seu empate de confiança. Usava o Cane Toad, da Gambler, numa cana de flipping e linha entrançada também. Iniciou o dia com um peixe a rondar os dois quilos e terminou-o com mais dois neste empate: um com perto de três e outro com bastante mais de três. De facto esta amostra/técnica foi a que capturou os melhores exemplares que vi serem pescados neste Clássico de 2006. Não se esqueça de experimentar, especialmente no meio de ervas, mas em água aberta também nos dias e/ou nas horas de menor luminosidade.
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Fonsec@

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Duas amostras e um empate (continuacao)

Fazendo um pouco de história, ninguém me tira da cabeça que este fabuloso isco é uma evolução, mais em técnica que em forma, da que Michael Iaconelli usou para vencer o Clássico de 2003, no Delta do Mississippi, quando usou um isco de plástico mole, Dragin’ Swim Worm da Mann’s, como um buzzbait.
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O Chatterbait da Rad Lures
Esta é mais uma revolução, pelo menos no entender de Rick Morris, que ficou em segundo lugar neste Clássico. Trata-se de um jig com uma lâmina que funciona mais como pála e que obriga o conjunto a nadar de uma forma ondulante que imita muito bem um peixe.
Rick Morris usou-a como se fosse um spinnerbait e o segundo lugar confirma o que diz a respeito da amostra.
Trata-se de um isco artificial recentemente lançado no mercado, que ainda não chegou a Portugal, pelo menos ao nível comercial, e que promete muito. Não haja dúvidas de que em breve constituirá mais uma forma de enganar os achigãs nas nossas jornadas de pesca. Para já estão indisponíveis, uma vez que a produção não consegue satisfazer a explosiva procura, mas, já sabemos como estas coisas evoluem, depressa os haverá por todo o lado, até porque não são muito difíceis de fazer. Por outro lado, os outros fabricantes de amostras já estão a copiar como podem, para não ser exactamente igual devido aos registos da marca e da patente. A Gambler já tem o seu Swim Blade e não tarda a ser seguida por outras…
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Outro dos empates que quase todos os pros tinham montado era o «pesado Texas», com pesos dos 28 aos 45 gramas, que serve para forçar a penetração de um isco de plástico mole, por norma a imitar um lagostim, por entre as compactas áreas de plantas flutuantes, como os jacintos-de-água. Esta é uma técnica a que cá não damos grande importância, um tanto por falta destas massas verdes e um tanto por falta de imaginação, uma vez que o empate serve para outras coisas se soubermos adaptar.
Kevin Wirth, no dia de treino, capturou, sem querer, um belo exemplar com quase três quilos que se ferrou por si mesmo. Foi até um tanto estranho ver a luta de um pescador a tentar perder um peixe em vez de o tentar capturar… Por fim, lá teve de o trazer até ao barco para o libertar.
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Não pude, porque sou muito curioso, deixar de olhar para alguns dos empates em exposição noutros barcos à saída, à chegada, e na passagem pela eclusa que liga o Lake Toho aos restantes do sistema. Reparei que um dos concorrentes tinha um empate diferente com o anzol invertido e o peso em baixo, mas não percebi de imediato como se montava, foi já depois de estar por cá que, num tópico de um Fórum que visito com frequência – spainbass –, alguém se mostrava baralhado com uma montagem… Aí percebi o que tinha visto. O empate é feito com um peso especial que tem um clip que o vai prender no anzol depois de ter penetrado a parte terminal do isco. O que proporciona é uma posição pronta a ferrar desde que entra na água, não sendo necessário obrigar o empate a voltar-se para cima para ferrar. Pode parecer um ligeiro avanço, mas na realidade é mais um acerto de performance que pode fazer toda a diferença. Trata-se de uma espécie de «Texas pesado invertido»
Havia já uma série de iscos de plástico mole desenvolvidos para o empate tradicional, agora a Sizmic lançou um mais apropriado, o seu Jungle Toad, que promete também dar origem a mais um avanço na indústria. Pessoalmente, já experimentei com os lagostins da Yamamoto e funciona muito bem. Dê asas à sua imaginação. Experimente.
 
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