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Espécies piscícolas existentes em Portugal

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Nome vulgar: ABLETE
Nome científico: Alburnus Alburnus
Família: Cyprinidae
Ordem: Cypriniformes


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Origem e distribuição


A Ablete, conhecida desde o século XIX, é uma espécie indígena muito frequente em grande parte da Europa à excepção da Irlanda e Escócia, e estendendo-se até às zonas ocidentais do Mar Cáspio e Montes Urais.
Em Portugal é reconhecida a sua existência em algumas regiões mas em reduzido número. Na Albufeira da Barragem do Caia, onde recentemente foi introduzida por pescadores desportivos, a Ablete parece estar-se adaptando perfeitamente e já surge com certa regularidade em algumas zonas.

Características e habitat

A Ablete é um peixe cuja presença serve de indicador positivo da qualidade da água que habita.
De pequeno tamanho e com um aspecto prateado, tem um corpo alongado, a boca oblíqua ao alto com a maxila inferior a ultrapassar a superior, possui uma barbatana anal maior que a dorsal, as barbatanas são praticamente transparentes e possui uma linha lateral ao longo do corpo.
Possui uma medida que varia entre os 8 e 15 cm. e com um peso de 20 a 50 gr., podendo excepcionalmente atingir os 20 cm. e pouco mais de 200 gr.
Habita em todos os sectores das ribeiras e albufeiras que possuem águas calmas, claras e bem oxigenadas. A Ablete movimenta-se em grupos numerosos e em águas de superfície e meio-fundo e prefere as áreas junto às margens que têm protecção ou onde haja suficiente vegetação.
É um peixe que pode ser utilizado como isco para outras espécies como o Achigã ou o Lúcio.

Alimentação e reprodução

A Ablete alimenta-se fundamentalmente de larvas e insectos que vão caindo na água, sobretudo a formiga de asa, de detritos vegetais e também de pequenos moluscos e algas. Os recém-nascidos alimentam-se de plancton.
Esta espécie tem uma esperança de vida calculada em pouco mais de 7 anos e a sua maturidade sexual é atingida aos 2/3 anos de idade. O período de reprodução da Ablete situa-se entre Abril e Junho e sempre em locais de águas calmas e de preferência junto à vegetação ou mesmo em fundos com pequena gravilha, quando a temperatura da água atinge os 14/15ºC., podendo cada fêmea conseguir na postura até cerca de 2000 ovos, ficando estes aderentes às plantas aquáticas e com uma incumbação de 2 a 3 semanas. Durante o período de reprodução os machos apresentam-se cobertos de tubérculos nupciais no dorso e flancos e as suas barbatanas adquirem uma coloração alaranjada.

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Nome vulgar: ACHIGÃ
Nome científico: Micropterus Salmoides
Família: Centrarchidae
Ordem: Perciformes


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Origem e distribuição

O Achigã, um dos grandes e combativos predadores de água doce e muito apreciado na alimentação humana, é originário do sul do Canadá e norte dos Estados Unidos da América e foi introduzido na Europa no final do século XIX, sendo hoje uma das principais espécies existentes em quase todos os países e que desperta a paixão de milhões de pescadores em todo o mundo.
Em Portugal, reconhecida a sua existência desde o início do século XX, o Achigã teve uma excelente adaptação e espalhou-se rapidamente por todas as bacias hidrográficas do país, particularmente a sul do Rio Tejo, sendo hoje já considerado um dos predadores que mais tem contribuído para uma clara diminuição de outras pequenas espécies, nomeadamente nas albufeiras.

Características e habitat

Possui um corpo altivo e alongado, uma cabeça grande e de boca larga e com numerosos e minúsculos dentes, justificadamente agressiva, possui um dorso e cabeça de coloração verde escuro ou oliváceo, com flancos dourados, ventre branco, a linha lateral tem uma fiada de manchas castanhas ou negras, bem visível nos adultos e o opérculo tem duas barras escuras e uma mancha preta. Tem uma barbatana dorsal dividida em duas partes, tendo a primeira raios espinhosos, tendo ainda na boca uma maxila inferior proeminente e mais saliente do que a superior.

Alimentação e reprodução

O Achigã adulto é um predador muito voraz, alimentando-se preferencialmente de outros peixes e crustáceos e também de insectos aquáticos.
Os mais novos têm a sua alimentação baseada em insectos, crustáceos e moluscos enquanto que os alevins se alimentam de plancton.
Durante o período de reprodução, de Abril a Junho, o macho tem um comportamento territorial, protegendo o ninho até os novos terem 3 a 4 semanas de idade. Após este período, permanece em cardumes pouco numerosos durante mais 2 ou 3 meses.
A desova ocorre quando a temperatura da água atinge os 16 a 18ºC, cada fêmea deposita entre 4.000 e 10.000 ovos em locais de fraca corrente e pouca profundidade, em ninhos feitos pelos machos sobre camadas de pedras, cascalho, areia ou entre raízes aquáticas, ficando os ovos aderentes ao substracto do ninho, o qual é bem guardado e onde procura agitar-se constantemente para melhor oxigenação dos ovos. Após a postura, a companheira é expulsa do ninho, chegando mesmo a ser caçada, podendo ainda o macho atrair outra fêmea.

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Nome vulgar: BARBO
Nome científico: Barbus Steindachneri (Bocagei)
Família: Cyprinidae
Ordem: Cypriniformes


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Origem e distribuição

O Barbo é uma espécie autóctone da Península Ibérica, sendo um dos principais peixes em Portugal e um dos mais excitantes para a pesca desportiva. Esta espécie apresenta variações no nosso país, dando origem às designações de Barbo do Norte, com o nome científico Barbus Bocagei, a norte do Rio Tejo, o Barbo Steindachneri que habita em grandes populações nas bacias hidrográficas do Tejo e Guadiana, e ainda, mas em reduzido número, os de nome Barbo de Cabeça Pequena (Microcephalus) e Barbo do Sul (Sclateri) nas restantes regiões situadas no sul de Portugal.

Características e habitat

É um peixe muito combativo na sua defesa e com grande aptidão para percorrer as maiores profundidades dos rios e lagos. Apresenta tipicamente um corpo alongado tipo cilíndrico e musculado, com o ventre mais largo, tem o focinho pontiagudo e a boca com lábios grossos onde possui os tão característicos dois pares de barbilhos bem desenvolvidos que servem de órgãos de gosto e tacto. O último raio simples da barbatana dorsal é ossificado e denticulado, o qual é utilizado para tentar libertar-se do fio de pesca que o prende. Tem um dorso de cor acastanhada e olivácea e com os flancos e ventre mais claros.
É essencialmente um peixe de fundo e de águas bem oxigenadas, vivendo em grupos nos sectores médios dos rios e ribeiras de correntes moderadas e de águas não demasiado frias, e também em algumas albufeiras. Utiliza preferencialmente as pedras e vegetação junto às margens para se refugiar.
Esta espécie tem uma medida que varia entre os 20 e os 80 cms., podendo ir até aos 10 kgs. de peso.

Alimentação e reprodução

O Barbo define-se como uma espécie omnívora e também detritívora, alimentando-se de restos de plantas, moluscos, crustáceos, insectos e os detritos que se vão depositando nos fundos. Pequenos peixes também podem entrar na sua alimentação.
Na época da reprodução, de finais de Abril a Junho/Julho, os machos exibem umas pontuações brancas à volta do focinho designados de tubérculos nupciais. Realiza a desova no final da Primavera ou já durante o Verão, com uma capacidade de cerca de 8.000 ovos em média, em zonas de fundos pedregosos e arenosos e de águas pouco profundas mas ricas em oxigénio.

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Nome vulgar: BOGA
Nome científico: Chondrostoma Polylepis
Família: Cyprinidae
Ordem: Cypriniformes


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Origem e distribuição


A Boga é uma espécie quase restrita ao centro-oeste da Península Ibérica, sendo em Portugal muito vulgar nas bacias hidrográficas do norte a Chondrostoma Duriense, e no centro e sul até à bacia do Sado a de nome Chondrostoma Polylepis Steindachner, também chamada de Boga de boca direita, sendo esta muito apreciada na pesca desportiva de competição. Na Albufeira do Caia, junto à localidade de Arronches, encontra-se um dos maiores e mais importantes viveiros naturais desta espécie que infelizmente e por incúria das autoridades da administração central e local nada se tem feito para a sua protecção. No nosso país estão referenciadas outras três variantes: a Boga portuguesa (Chondrostoma Lusitanicum), a Boga de boca arqueada (Chondrostoma Lemmingii) e a Boga do Guadiana (Chondrostoma Willkommii).
Esta espécie é um bom exemplo da falta de legislação adequada e actualizada, e também de uma deficiente fiscalização (mais preocupada com as crianças não possuidoras de licença), para enfrentar não só as graves consequências de contaminação que progridem nas nossas águas mas também a insensatez humana na preservação das fauna e flora que nos rodeia.

Características e habitat

Possui um corpo fusiforme e alongado, com um focinho proeminente, a boca inferior e sem barbilhos, e um lábio inferior com uma placa de bordo cortante para raspar as algas e invertebrados aderentes à gravilha dos fundos. As barbatanas têm uma coloração avermelhada.
Vive habitualmente em locais de água com alguma corrente e pode apresentar medidas até um máximo de cerca de 30 centímetros e um peso que normalmente não ultrapassa as 400/500 gramas.
É uma espécie com uma longevidade à volta dos 10 anos e torna-se adulta aos 2/3 anos de idade.

Alimentação e reprodução

A sua alimentação baseia-se em invertebrados, particularmente de moluscos, larvas de insectos e ainda de vegetais, em especial de pequenas algas.
A Boga efectua migrações logo no início da Primavera para executar a desova a montante dos cursos de água corrente com pouca profundidade e de fundos de areia e cascalho, onde cada fêmea deposita entre 1.000 e 7.000 ovos. Durante a reprodução os machos apresentam minúsculos tubérculos nupciais por todo o corpo.
Entre os ciprinídios, a Boga é normalmente o primeiro a executar o processo de reprodução.

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Nome vulgar: CABOZ (de água doce)
Nome científico: Salaria Fluviatilis
Família: Blennidae
Ordem: Perciformes


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Origem e distribuição


Esta espécie de água doce encontra-se na maioria dos países banhados pelo Mar Mediterrâneo, com as suas populações em nítida regressão, sendo já considerada uma espécie rara e ou em perigo de extinção.
Em Portugal, o Caboz de água doce aparece apenas na bacia hidrográfica do Guadiana onde, para além do próprio Rio Guadiana, existe ainda nos seus afluentes como o Xévora, Degebe e outros. Em 1981, na Albufeira do Caia, pude comprovar a veracidade de sua existência nestas águas através de uma feliz captura que fiz de um lindo exemplar com quase 10 cm.

Características e habitat


É um peixe de pequenas dimensões, com um corpo alongado, um pouco comprimido lateralmente, sem escamas e com bastante mucosidade. Tem uma cabeça grande onde se destaca um pequeno tentáculo sobre cada olho e com uma boca cujos maxilares estão providos de dentes. As barbatanas dorsal e anal são grandes ao longo do corpo, tendo este uma coloração geral acastanhada com manchas transversais mais escuras e desenhos sinuosos.
Habita preferencialmente em locais com águas limpas e fundos pedregosos onde procura esconder-se. É um peixe muito vulnerável a qualquer alteração prejudicial ao seu habitat.
Excepcionalmente consegue ultrapassar o tamanho de 15 cm.

Alimentação e reprodução

É considerada uma espécie carnívora, alimentando-se sobretudo de larvas de insectos, crustáceos e alevins.
A sua reprodução realiza-se entre Maio e princípios de Agosto. O macho exerce uma forte custódia durante a desova, protegendo as suas fêmeas, as quais podem depositar quase sempre debaixo das pedras uma média de 400 a 600 ovos por cada e numa única vez em cada ano.

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Nome vulgar: CARPA
Nome científico: Cyprinus Carpio
Família: Cyprinidae
Ordem: Cypriniformes


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Origem e distribuição

A Carpa é originária da Europa Oriental e Ásia Ocidental e foi introduzida pelos romanos na Europa Ocidental onde se conheceu a sua grande expansão na Península Ibérica a partir da Idade Média. Em Portugal existem actualmente numerosas populações em praticamente todas as bacias hidrográficas à excepção das situadas a norte do Rio Douro, onde são em menor número.
Desta robusta e magnífica espécie estão ainda catalogadas quatro variedades: a Carpa comum ou selvagem, a Carpa espelho, a Carpa dourada ou vermelha e a Carpa couro, que se diferenciam entre si pela altura do corpo, coloração, tamanho e disposição das escamas e lábios.
É sem dúvida a espécie mais procurada pelo pescador desportivo, originando a sua pesca uma atitude de culto, uma verdadeira paixão que se enraizou em muitos países e se contagiou pelo mundo.

Características e habitat


É uma espécie muito corajosa e combativa, com um pujante corpo alongado, coberto de escamas grandes, tem a cabeça massiva e de forma triangular com uma boca terminal proeminente e com dois barbilhos, um de cada lado da boca, a barbatana dorsal é longa e com raios, sendo o primeiro mais forte e dentilhado. Apresenta um dorso castanho esverdeado, com flancos dourados e o seu ventre tem uma coloração amarelada.
A Carpa tornou-se uma espécie tipicamente de albufeiras e cursos de água com corrente fraca e muita vegetação. Tem o hábito de nas águas pouco profundas se fossar no fundo a fim de provocar turvação e costuma vir à superfície para aspirar o ar. Possui ainda uma enorme capacidade para águas salobras assim como uma impressionante resistência fora de água, conhecem-se casos de exemplares que sobreviveram após mais de 1 hora sem água.
Em alguns locais e beneficiando de determinadas situações naturais a Carpa consegue atingir cerca de 1 metro de comprimento e com um peso que poderá oscilar entre os 30 e os 35 kgs., existindo já diversos registos próximos dos 40 kgs.

Alimentação e reprodução


É uma espécie omnívora de regime alimentar muito variado, alimentando-se de invertebrados, plantas e algas, ovos de batráquios e outros peixes, tem uma preferência especial por larvas de insectos, crustáceos e moluscos, chegando mesmo, ocasionalmente, a comer outros alevins e pequenos peixes.
A Carpa atinge o estado de adulto por volta dos 4 anos e tem o hábito de se reproduzir com grande frenesim em locais de pouca profundidade e com abundante vegetação aquática ou submersa, quando a temperatura da água chega aos 18º/19ºC., de Abril a Junho, por vezes até finais de Julho. As fêmeas executam várias posturas durante a época de reprodução, a qual pode libertar a extraordinária média de 250.000 ovos/kg., 5 a 8 dias mais tarde nascem os primeiros alevins que se alimentam de plancton.
A Carpa possui uma longevidade que pode superar os 20 anos, havendo quem considere poder ir muito mais além mas por enquanto sem sustentação científica.

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Nome vulgar: ENGUIA
Nome científico: Anguilla Anguilla
Família: Anguillidae
Ordem: Anguilliformes


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Origem e distribuição

Esta espécie foi ao longo dos séculos penetrando em quase todos os estuários da maior parte dos países europeus incluindo Portugal. No nosso país a enguia pode ser encontrada em praticamente todos os cursos de água doce. Só em meados do século XX se reconheceu cientificamente o verdadeiro ciclo biológico desta espécie. Nascendo no Oceano Atlântico, no Mar dos Sargaços, entre as Bahamas e Bermudas, como larvas (leptocéfalas) são arrastadas ao longo de um período de 2 a 3 anos pelas correntes oceânicas até às costas europeias onde inicia uma outra etapa da sua metamorfose, já como pequenas enguias ou enguias de vidro (transparentes) vão subindo ao longo dos rios e ribeiras onde adquirem o estado adulto para mais tarde regressarem de novo à origem onde se reproduzirão e morrerão.

Características e habitat


É uma espécie marinha com uma fascinante história migratória e com um ciclo de vida em água doce e outro no mar. Possui um corpo muito alongado e cilíndrico, com aparência serpentiforme, de dorso esverdeado e ventre claro, com escamas minúsculas e ovais e uma barbatana dorsal que se une à caudal e anal e com as peitorais curtas. Apresenta um focinho pequeno e cónico com 2 pares de narinas e de boca larga onde a maxila inferior ultrapassa a superior, ambas com pequenos dentes muito fortes e aguçados.
Tem uma enorme versatilidade quer de se deslocar em qualquer curso de água quer de viver em águas bem ou mal oxigenadas, procurando sempre os obstáculos para se proteger ou camuflar, desenvolvendo grande parte da sua actividade à noite. Possui ainda a capacidade de poder sair da água e movimentar-se nas margens mais húmidas, chegando mesmo a utilizar esta particularidade para se introduzir num outro meio aquático mais próximo.
A fêmea é maior que o macho, atingindo normalmente medidas que vão dos dos 30 cm. a 1 m., excepcionalmente poderão chegar a 1,5 m. com pesos que atingem os 3 ou 4 kg., no entanto já existem registos de mais de 5 kg.
Calcula-se que a Enguia tem um limite de idade superior a 20 anos, embora em média a fêmea possa viver até aos 18 anos e o macho até aos 14/15.

Alimentação e reprodução


A Enguia é um peixe omnívoro, e sobretudo carnívoro, muito voraz. Após entrar no ciclo de água doce alimenta-se de pequenos peixes, crustáceos, anfíbios, grandes larvas, etc., tudo que seja animal vivo, morto ou mesmo em decomposição.
Após um longo ciclo de vida em água continentais, entre 5 e 12 anos, no início do Outono a Enguia empreende o regresso ao Mar dos Sargaços, onde tem lugar a reprodução, sendo a postura feita a profundidades que vão dos 300 aos 600/700 metros, quando a temperatura estabiliza nos 16ºC ou 17ºC. Cada fêmea pode reproduzir o impressionante número de 1 milhão de ovos ou até mais. A incumbação dura mais ou menos 30 dias e após a eclosão das larvas estas ficam dissimuladas em pequenas algas em deriva e logo arrastadas pela chamada corrente do Golfo que cruza o oceano.

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ESCALO
Nome científico: Leuciscus Pyrenaicus
Família: Cyprinidae
Ordem: Cypriniformes


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Origem e distribuição

O Escalo, incorrectamente designado em algumas regiões do nosso país por Bordalo, este com o nome científico de Rutilus Alburnoides, é uma espécie endémica da Península Ibérica, existindo em quase todas as bacias hidrográficas portuguesas, estando oficialmente referenciados o Escalo do Norte - Leuciscus Carolitertii, e o do Sul - o Leuciscus Pyrenaicus, designações atribuídas de acordo com o seu habitat natural a norte ou a sul do Rio Mondego. Outros nomes científicos desta espécie como o Leuciscus Leuciscus e Leuciscus Cephalus, este mais vulgar no Norte da Europa, são igualmente referenciados pelos investigadores, daí uma certa confusão na exacta localização e distribuição de todas as suas variantes.
Este peixe apresenta uma distribuição preferencial pelas ribeiras localizadas no interior.

Características e habitat

É um peixe com pequenas dimensões chegando a alcançar como comprimento máximo cerca de 25 cm. e um peso que poderá ir até mais ou menos 1 kg. como máximo, embora haja um registo considerado máximo mundial de mais de 2,5 kgs. Possui um corpo alongado e comprimido nos flancos, de cabeça grande com focinho cónico e uma boca pequena com o maxilar superior cobrindo ligeiramente o inferior.
Apresenta uma coloração que varia entre o cinzento-acastanhado e o castanho-esverdeado, com tons de algum azul e ou prateado, tendo uma banda negra dos flancos e as escamas possuem uma ligeira mancha escura.
O seu habitat é muito variado mas assenta habitualmente em águas correntes tanto nas planícies como nas montanhas, tendo uma grande resistência a águas de baixa oxigenação na época do Verão.

Alimentação e reprodução


A sua alimentação baseia-se em insectos, crustáceos e até alevins.
É uma espécie que faz a sua reprodução em plena Primavera executando a desova nos locais de correntes quase nulas e entre as pedras ou cascalho e alguma vegetação submersa junto às margens.
O Escalo é um dos peixes que mais poderá vir a sofrer com a crescente poluição que a mão humana vai largando nas ribeiras para além de ser um peixe muito cobiçado por outras espécies que têm vindo a ser introduzidas.

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Nome vulgar: GÓBIO
Nome científico: Gobio Gobio
Família: Cyprinidae
Ordem: Cypriniformes


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Origem e distribuição

O Góbio encontra-se na maioria dos países europeus, à excepção da Noruega e norte da Finlândia e Suécia, e existe em boa parte da Ásia até ao Mar Negro. Tudo indica que foi introduzido na Península Ibérica no início do século XIX onde se aclimatizou perfeitamente e logo se distribuiu pelos principais cursos de água.
Em Portugal aparece com regularidade nas bacias hidrográficas do Douro, Vouga, Mondego, Tejo e Guadiana, aqui em menor quantidade.

Características e habitat


É uma espécie habitual dos fundos dos cursos médios de águas com corrente mas também se adapta às águas dos lagos bem oxigenadas e com muitos nutrientes orgânicos, sendo a sua existência um bom indicador da qualidade da água.
Possui um corpo alongado, cinzento amarelado ou verde acastanhado ou azulado e ligeiramente cilíndrico na parte da frente, com uma cabeça longa e de olhos grandes, tendo uns espessos lábios em que o superior tem dois barbilhos. Possui escamas grandes e um ventre mais achatado e com os flancos prateados, apresentando ao longo do corpo uma linha longitudinal marcada por manchas negras ou azuladas em formas arredondadas.
Geralmente tem um comprimento que varia entre os 6 e os 12 ou 15 cm. e um peso até 30/40 gr. Como máximo já foram capturados exemplares com pouco mais de 20 cm. e 160 gr.

Alimentação e reprodução

A alimentação do Góbio, omnívora, baseia-se em larvas, pequenos crustáceos e moluscos, ovos de peixe e todo o tipo de micro-organismo que encontra no cascalho dos fundos. É um peixe sempre activo na busca de alimentos.
Quando atinge a maturidade aos 2/3 anos faz a reprodução entre Maio e Julho ou princípios de Agosto quando a temperatura da água chega aos 18ºC. Cada fêmea faz várias posturas, de 1.000 a mais de 2.000 ovos, em locais pouco profundos, correntosos e pedregosos ou com vegetação suficiente para os ovos aderirem, os quais têm uma incumbação que pode durar até às 3 semanas. Quando as condições naturais o permitem os alevins têm um crescimento rápido.

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Nome vulgar: LÚCIO
Nome científico: Esox Lucius
Família: Esocidae
Ordem: Esociformes


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Origem e distribuição

O Lúcio, poderoso para o pescador desportivo e temível para qualquer outra espécie, é um peixe largamente distribuído por todo o hemisfério Norte, desde o continente americano até ao asiático passando pela maior parte dos países europeus. Foi introduzido na Península Ibérica, em Espanha, no Rio Tejo, do qual se expandiu para alguns dos outros rios portugueses, como o Guadiana e o Xévora, ocorrendo em menor quantidade em alguns dos principais rios situados a norte do país.

Características e habitat

Quando adulto o Lúcio é um peixe solitário, bastante voraz no seu ambiente natural e muito vigoroso na luta pela sobrevivência. Possui um corpo bem alongado, tendo uma cabeça e boca grandes, esta provida de várias fiadas de dentes pontiagudos e cortantes, cerca 700 dentes. Os olhos situam-se no alto da cabeça em posição que que lhe dão um amplo campo de acção visual. Normalmente apresenta-se com uma tonalidade verde-acastanhada com manchas amarelas douradas nos flancos, possuindo a grande capacidade de mimetismo, podendo assim adoptar a coloração do meio onde vive. As barbatanas são poderosas no seu trabalho propulsor, tendo a dorsal e a anal muito próximas da barabatana caudal. A maxila inferior ultrapassa a superior, sendo as suas faces ventrais perfuradas por 5 poros cefálicos de cada lado.
O Lúcio habita em albufeiras e cursos de água calmos e com obstáculos, normalmente em locais pouco profundos e sendo na maior parte das vezes encontrado nas zonas de junção dos afluentes com o rio principal.
Esta magnífica espécie pode exibir um tamanho limite à volta dos 150 cms. e um peso máximo em mais de 30 kgs. e possui uma esperança de vida que ronda os 25 anos.

Alimentação e reprodução

É por excelência um predador de água doce, alimentando-se de outras espécies mais pequenas ou mesmo de qualquer animal ou até ave que caia na água, as presas são preferentemente atacadas em movimento e por emboscada. Chegando mesmo a atacar e devorar os da sua própria espécie.
Tanto os machos como as fémeas vivem solitários, reunindo-se em pequenos grupos de 2 ou 3 machos e 1 fémea ao se aproximar a época de reprodução. A desova, de 10.000 a 20.000 ovos/kg. por fêmea, realiza-se entre Fevereiro e Abril, quando as temperaturas da água atingem valores entre os 7 e os 10ºC., em áreas pouco profundas e com muita vegetação. A eclosão das novas crias dá-se ao fim de mais ou menos 15 dias.
O Lúcio é uma espécie com crescimento muito rápido.

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Nome vulgar: PARDELHA
Nome científico: Rutilus Arcasii
Família: Cyprinidae
Ordem: Cypriniformes


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Origem e distribuição

Considerada uma das espécies mais antigas da Europa e com o nome comum de Pardelha, este peixe habita quase exclusivamente na Península Ibérica onde foram catalogadas duas espécies, a Arcasii e a Lemmingii, sendo esta diferenciada por possuir as escamas mais pequenas. Ambas as espécies aparecem em determinados locais das principais bacias hidrográficas a norte do Rio Guadiana, sendo mais vulgar a Arcasii no Tejo, Douro e Minho e a Lemmingii tanto no Rio Tejo como no Guadiana.

Características e habitat

É um pequeno e pacífico ciprinídeo cujo tamanho máximo raramente ultrapassa os 15 cm., com o corpo alongado e levemente comprimido, com a cabeça pequena e uma boca terminal ligeiramente inclinada para baixo. Tem característicamente a base das barbatanas peitoral e pélvica avermelhadas e possui uma linha lateral muito marcada.
Para se refugiar dos predadores tem o seu normal habitat nas zonas superiores dos cursos de água, embora a espécie Lemmingii apareça mais nos cursos médios, mas ambas preferem as águas limpas e bem oxigenadas incluindo pequenos lagos ou albufeiras desde que providos com locais de densa vegetação aquática.

Alimentação e reprodução


Convivendo em grupos, a sua alimentação baseia-se em pequenos invertebrados, algas e plancton, não excluindo mesmo algumas ovas.
A sua reprodução ocorre entre o final da Primavera e os primeiros dias do Verão, depositando os seus ovos amarelados e pegajosos nas plantas submersas.
A Pardelha é uma das espécies em risco já que se encontra ameaçada quer pelo aumento das populações das espécies predadoras quer pelas infra-estruturas de regadio que se vão construindo.

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Nome vulgar: PEIXE-GATO
Nome científico: Ictalurus Melas
Família: Ictaluridae
Ordem: Siluriformes


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Origem e distribuição

Esta espécie, considerada uma das mais indesejáveis, é originária da América do Norte, sul do Canadá, e ao que tudo indica foi introduzida na Europa, mais concretamente em França, no final do século XIX. Actualmente parece encontrar-se em plena fase de expansão pela Península Ibérica. Em Portugal a informação sobre a existência do Peixe-Gato é praticamente nula, mas os pescadores desportivos já conhecem alguns aspectos da sua morfologia através de capturas que têm vindo a ser feitas ultimamente no Rio Guadiana, embora ainda em número não muito apreciável.

Características e habitat

É um peixe com uma boca bastante larga com pequenos dentes e donde se destacam oito barbilhos bastante desenvolvidos. Com um corpo desprovido de escamas e ligeiramente viscoso possui cores escuras em tons acastanhados ou ligeiramente esverdeados no dorso e claros no ventre. Nas barbatanas peitoral e dorsal tem um forte e aguçado raio espinhoso que nos pode ferir e causar sensações dolorosas, por isso se torna necessário algum cuidado no seu manuseamento após a sua captura.
É uma espécie que se adapta perfeitamente à poluição da água e tem forte resistência a elevadas variações térmicas, preferindo os fundos de águas calmas. Provavelmente será o peixe de água doce com maior capaciade para poder sobreviver várias horas fora de água, existem mesmo testemunhos que apontam para mais de 3 horas sem água.
Geralmente apresenta-se com um comprimento de 15 a 25 cm. e um peso até 400 gr. Excepcionalmente poderá ir até aos 45 cm. com um peso não superior a 1,5 kg.

Alimentação e reprodução

Sendo um predador considerado muito voraz, a sua alimentação baseia-se naturalmente em pequenos peixes, ovos de outras espécies, pequenos crustáceos, etc.
Torna-se adulto entre os dois e três anos e a sua reprodução ocorre entre final de Abril e princípio de Junho, logo que a temperatura da água ronde os 18º. Pode reproduzir até cerca de 13.000 ovos, os quais são sempre bem protegidos pelo casal durante a incumbação, período que normalmente tem a duração de 8 a 10 dias.

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Nome vulgar: PEIXE VERMELHO
Nome científico: Carassius Auratus
Família: Cyprinidae
Ordem: Cypriniformes


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Origem e distribuição

Este esbelto peixe, de carácter exótico, tem a sua origem nos países asiáticos do Turquemenistão e Mongólia. Segundo fontes científicas foi importado por alguns países da Europa Central e França no século XVII, donde se expandiu para a Península Ibérica. Actualmente julga-se que esta sub-espécie está aumentando as suas populações em muitas regiões do mundo. No nosso país o Peixe-Vermelho encontra-se presente, embora em pequena quantidade, em diversos rios e albufeiras das bacias do Douro, Vouga, Mondego, Tejo, Guadiana e Sado.

Características e habitat

Apresentando muitas semelhanças com o Pimpão (Carassius Carassius), distingue-se principalmente pela viva coloração a que lhe dá o nome vulgar de que é conhecido, apesar de em alguns meios ter outras tonalidades em virtude das suas características policromáticas, as quais têm sido aproveitadas pelo homem para fins de aquariofilia. Possui igualmente uma pequena boca terminal sem os barbilhos. O seu corpo é de um modo geral menos robusto que o do Pimpão.
Sendo um peixe apreciador de águas calmas e muito resistente a condições ambientais adversas, consegue adaptar-se tanto em rios ou albufeiras de grande caudal como em pequenas charcas ou represas pouco oxigenadas e resiste mais que outras espécies a Invernos muito rigorosos, onde tal como as Carpas, hiberna procurando enterrar-se nos lodos dos fundos.
Esta sub-espécie pode alcançar um tamanho máximo à volta dos 35/40 cm. com um peso equivalente a pouco mais de 1 kg.

Alimentação e reprodução

O Peixe-Vermelho é omnívoro, procura alimentar-se nos fundos arenosos ou de abundante vegetação. Diverso tipo de detritos, algas, moluscos e pequenos invertebrados, constituem a sua base nutricional.
A sua reprodução realiza-se entre princípios de Maio e finais de Junho, em temperaturas de água que podem variar entre os 15 e os 20ºC., cada fêmea consegue um número bastante elevado de ovos vermelhos brilhantes e pegajosos, até 300.000, sendo a sua eclosão ao fim de 8 dias. A fêmea desta espécie é capaz de se reproduzir com machos de outras espécies.

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Nome vulgar: PERCA-SOL
Nome científico: Lepomis Gibbosus
Família: Centrarchidae
Ordem: Perciformes


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Origem e distribuição


A Perca-Sol é originária da América do Norte. Em finais do século XIX, iniciou o seu aparecimento no continente europeu como peixe ornamental de aquário e jardins de alguns palácios, sendo de seguida introduzido em alguns cursos de água e logo se espalhou pela generalidade dos países europeus incluindo os da Península Ibérica. Em Portugal, a Perca-Sol aparece em todas as bacias hidrográficas sendo mais numerosa em algumas áreas consoante as condições naturais que aí encontra e em função do resultado do seu processo de reprodução.

Características e habitat

É sem dúvida um majestoso exemplar piscícola mas muito massacrado pelo homem que lhe nutre alguma antipatia, já que para além de ser um grande devorador de ovos e alevins de outras espécies torna-se incomodativo na actividade da pesca desportiva.
Habita frequentemente em águas lentas pouco profundas e com muita vegetação, quer em albufeiras quer em rios e ribeiras com corrente fraca.
Possui um corpo fortemente comprimido lateralmente, em forma oval e em tons muito coloridos e diversificados, vulgarmente com os flancos alaranjados e manchas azuladas, o dorso em tons castanhos mais escuros, os opérculos e o corpo com tonalidades de encarnado e ainda com o ventre em tons de amarelo claro. Tem a boca pequena e oblíqua. A barbatana dorsal tem a característica de ser grande e com raios espinhosos muito cortantes.
É uma espécie que pode medir entre 10 e 15 cms. (por vezes alcança os 25 cm.) e com um peso que varia entre as 20 e as 100 grs. Existem no entanto em alguns países exemplares que podem chegar até aos 3 kgs. de peso. A sus vida tem uma duração que pode ir até aos 7 ou 8 anos.

Alimentação e reprodução

Este peixe é um dos principais devoradores de ovos e alevins de outras espécies, alimentando-se igualmente de larvas, insectos e pequenos moluscos.
Após a formação de numerosos grupos os machos desenvolvem entre si lutas sexuais. A sua reprodução, que pode ser rápida e importante, ocorre entre Maio e Junho ou quando a temperatura da água chega aos 19/20ºC. Os ovos são depositados em pequenas escavações feitas nos fundos arenosos. A Perca-Sol tem ainda a particularidade de não se hibridar com nenhuma outra espécie.

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Nome vulgar: PIMPÃO
Nome científico: Carassius de Carassius
Família: Cyprinidae
Ordem: Cypriniformes


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Origem e distribuição

Esta espécie é originária da Europa Central e Ocidental, embora haja estudos que apontam a sua verdadeira origem na China Ocidental e do Norte.
Em Portugal não se conhece ao certo quando e como foi introduzida.
O Pimpão existente no nosso país encontra-se praticamente em todas as bacias hidrográficas, nomeadamente nas albufeiras do interior e nos rios de fraca corrente, mas o seu número é reduzido.

Características e habitat

Sendo um parente muito próximo da Carpa, o Pimpão distingue-se por um corpo alto e comprimido lateralmente, com uns lábios mais finos e desprovidos de barbilhos, os olhos são maiores e as diferentes colorações que o seu corpo apresenta são mais vivas do que na Carpa.
O Pimpão habita preferencialmente em águas paradas, pouco profundas e muito ricas em vegetação. É igualmente um peixe bastante resistente a diversos tipos de contaminação das águas ou a baixos níveis de oxigenio.

Alimentação e reprodução

Naturalmente, é um peixe omnívoro, baseando a sua alimentação em plancton, larvas de insectos e de algumas plantas aquáticas ou algas.
Tal como a Carpa, o Pimpão fémea tem a capacidade de poder reproduzir mais de 200.000 ovos, ficando estes aderentes às plantas. A sua reprodução ocorre normalmente de Maio a Junho e tem uma incumbação que varia entre os 4 e os 8 dias.

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Nome vulgar: SARAMUGO
Nome científico: Anaecypris Hispanica
Família: Cyprinidae
Ordem: Cypriniformes


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Origem e distribuição

Nos peixes de água doce existentes na Europa o Saramugo é um dos mais seriamente ameaçados, estando a sua distribuição muito limitada a alguns cursos de água da Península Ibérica.
No nosso país esta espécie só se encontra, e em número cada vez mais reduzido, em alguns afluentes do Rio Guadiana, nomeadamente no Caia (a montante da barragem), Xévora, Álamo, Degebe, Ardila, Chança, Vascão e Odeleite.

Características e habitat

O saramugo habita preferencialmente em águas pouco profundas de corrente lenta a moderada e fundos com muita vegetação aquática.
É um peixe com muitas escamas pequenas e com uma linha lateral incompleta ou mesmo inexistente em algumas zonas de um corpo estreito e comprimido, possui uma cabeça pequena com a boca subida e os olhos relativamente grandes. A coloração do seu corpo assenta em tons prateados ou amarelados a rosados com minúsculas manchas negras ao longo dos flancos.
É provavelmente o peixe mais pequeno que habita em águas doces atingindo raramente os 6 ou 7 cm. Geralmente as fêmeas são maiores que os machos.

Alimentação e reprodução

A sua alimentação baseia-se em invertebrados de plancton, pequenas algas, detritos e insectos que se arrastam à superfície da água.
Atingindo a maturidade sexual pouco antes de ter dois anos de vida, realiza a postura várias vezes, entre Abril e finais de Maio, não ultrapassando a centena de ovos em cada uma delas.
Para além das muitas ameaças que sofre esta espécie tem uma longevidade que normalmente não vai além dos 3 anos.

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Nome vulgar: TENCA
Nome científico: Tinca Tinca
Família: Cyprinidae
Ordem: Cypriniformes


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Origem e distribuição

Por enquanto desconhece-se a sua origem e como foi introduzida em Portugal, cuja existência ocorre em número muito pouco significativo e restrita às grandes bacias hidrográficas do Douro, Mondego, Tejo e Guadiana.

Características e habitat

A Tenca possui um corpo alongado e alto, pele viscosa coberta de pequenas escamas fortemente incrustadas. Tem uma boca pequena, terminal e com um par de barbilhos. As barbatanas são arredondadas, tendo os machos as barbatanas pélvicas muito mais desenvolvidas do que as fémeas. É uma espécie com uma coloração geral esverdeada escura a negro no dorso, com reflexos dourados nos flancos e apresentando um ventre em tons amarelos. A barbatana caudal quase não apresenta bifurcação
Tem dimorfismo sexual, distinguindo-se os dois sexos pela forma das barbatanas pélvicas, nos machos são largas, muito desenvolvidas e atingem o orifício anal, nas fémeas são mais compridas e estreitas e de forma irregular.
É um peixe de fundo, habitando em albufeiras e nos troços inferiores dos rios de fraca corrente mas com muita vegetação. Tem uma admirável resistência às águas ligeiramente salobras e quase totalmente desprovidas de oxigénio, suportando ainda elevadas temperaturas. Pelo facto de ter uma pele muito viscosa torna-a resistente à poluição das águas.
Pode chegar aos 30 cms. de comprimento e a um peso de 2 kgs.

Alimentação e reprodução


A sua alimentação sustenta-se em invertebrados do fundo, moluscos, vegetais e detritos, comendo igualmente ovos de peixe. Quando se alimenta tem a particularidade de libertar pequenas bolhas que sobem à superfície da água, facto que denuncia a sua presença.
Esta espécie faz a sua reprodução no início do Verão, quando as temperaturas chegam aos 18/20ºC, depositando os ovos na vegetação submersa e sempre em águas pouco profundas.
Cada fémea efectua mais do que uma postura, a qual ocorre de Abril/Maio a Outubro.

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Nome vulgar: TRUTA (de rio)
Nome científico: Salmo Trutta Fario
Família: Salmonidae
Ordem: Salmoniformes


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Origem e distribuição

A Truta de rio, também designada de Truta-Fário é uma espécie indígena da Europa, em Portugal encontra-se em alguns rios do Norte e Centro, mais a Sul só no troço superior do rio Zêzere e ainda no rio Sever, sendo um peixe de costumes sedentários e muito cobiçado para a alimentação humana.

Características e habitat

Possui uma cabeça e olhos grandes, tem umas mandíbulas com dentes agudos e fortes, onde a maxila superior ultrapassa o nível posterior do olho. Apresenta uma coloração muito variável conforme a idade e o meio onde habita. Geralmente tem o dorso de acastanhado a cinzento esverdeado com flancos esverdeados ou amarelos e um ventre esbranquiçado ou em tons amarelados. Possui o corpo salpicado de pequenas manchas negras e vermelhas e a sua barbatana adiposa é alaranjada na extremidade.
A truta de rio é um peixe de hábitos territoriais, vivendo em águas correntes, bem oxigenadas, límpidas e frias. Dadas as suas características torna-se muito vulnerável à poluição das águas e mesmo ao aumento significativo da temperatura das águas. Pode chegar a pesar cerca de 15 kg. e ter um comprimento de cerca de 90 cms.

Alimentação e reprodução

É uma espécie muito voraz, alimentando-se de pequenos peixes, invertebrados e larvas de insectos aquáticos. Devora igualmente ovos de peixe.
Habitualmente faz a migração para montante para em busca de locais para a postura. O seu período de desova é no Outono e Inverno, em zonas de fundos bem pedregosos mas pouco fundos e essencialmente em águas bem frias e oxigenadas. A fémea deposita os ovos no leito dos rios em pequenas depressões escavadas por ela própria.

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Nome vulgar: VERDEMÃ
Nome científico: Cobitis Paludica
Família: Cobitidae
Ordem: Cypriniformes


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Origem e distribuição

Esta espécie, outrora mais numerosa, encontra-se actualmente muito dispersa em vários cursos de água dos países mediterrânicos e na bacia do Volga. A sua existência nos países ibéricos diminuiu consideravelmente desde que foram generalizadas as introduções de outras espécies muito predadoras como o Achigã, a Perca e o Lúcio. Em Portugal a sua presença faz-se sentir nas bacias hidrográficas do Vouga, Mondego, Tejo, Sado, Mira e principalmente no Guadiana. A norte só em alguns afluentes da margem esquerda do Rio Douro.

Características e habitat

A Verdemã é um peixe muito sensível à contaminação das águas e a sua existência está seriamente ameaçada já que tem vindo a diminuir significativamente. Ainda por cima continua sendo procurada para servir de isco vivo, é um peixe mau nadador, por isso facilmente devorado pelos predadores e, segundo algumas estatísticas, existe uma grande desproporção entre machos e fêmeas, em favor destas.
Habita nas zonas médias e baixas dos rios e albufeiras onde a corrente é fraca com fundos muito arenosos e com vegetação. Possui uma forma cilíndrica muito alongada e de escamas minúsculas e ovais, com uma boca pequena de onde se destacam 3 pares de curtos barbilhos, e debaixo dos olhos exibe uma pequena espinha que é utilizada para tentar defender-se. Apresenta coloração variada, conforme o meio, e com muitas manchas escuras em todo o corpo. Tem a capacidade de poder respirar o ar através de um intestino adaptado para tal.
É um peixe de pequeno tamanho, normalmente não ultrapassa os 12 cm.

Alimentação e reprodução

A sua alimentação baseia-se em minúsculos invertebrados que encontra na vegetação aquática, larvas de insectos e de diversos detritos orgânicos.
Para além da grande inferioridade numérica dos machos, estes só possuem um período reprodutivo de pouco mais de 2 anos. A desova efectua-se entre Maio e Julho e cada fêmea poderá produzir um número variável de ovos entre 400 e 1.800.

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Abr 27, 2007
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Outros nomes científicos desta espécie como o Leuciscus Leuciscus (...)

Caro Fonseca,

sou tradutora e procuro o nome vulgar em PT do Leuciscus leuciscus: existe ou usa-se, em Portugal, o nome científico? Já que toda esta informacao sobre peixes, pensei que eventualmente me possa esclarecer.

Muito obrigada,
Bárbara Santos
 
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