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Artes: Execução de maior pintura sobre o Alentejo até recorreu a ovelhas e às águas do Alqueva
Évora, 14 Mai (Lusa) - A maior pintura sobre o Alentejo, com dois por seis metros, é exposta quinta-feira em Évora, culminando um processo criativo de estudantes universitários que envolveu até um rebanho de ovelhas, um tractor e as águas do Alqueva.
A "Pintura Heróica Alentejo Terra-Mãe" corresponde a mil horas de trabalho de cerca de duas dezenas de alunos de Artes Visuais da Universidade de Évora (UE), que frequentaram a cadeira Estúdios, ministrada pelo mestre Pedro Portugal.
O trabalho é apresentado quinta-feira, às 18:00, na Fundação Alentejo - Terra Mãe, em Évora, onde ficará exposto até ao final do mês.
"Esta pintura é um retrato político, administrativo e visual do Alentejo. Tratou-se de um estudo pluridisciplinar da cadeira que lecciono na UE, envolvendo os alunos", disse hoje à agência Lusa o mestre Pedro Portugal.
No trabalho, segundo os promotores, estão presentes elementos como "O Sobreiro", pintura realizada em 1905 por D. Carlos, o Alqueva, o Sol, a fertilidade, a magnética telúrica e o poder animista.
O Atlântico, a poente, o Tejo, a norte, a Espanha, a nascente, e o Algarve, a sul, são outros dos componentes visíveis na tela, que integra também os retratos, a tinta-da-china, dos 47 presidentes de câmara do Alentejo, dos bispos, reitores e directores de nomeação central da região.
Antes de ser pintada, a tela foi preparada com recurso a diversos rituais, que começaram com o seu "sequestro" pela Art Terror Foundation, que a transportou para a Praça do Giraldo, no centro histórico da cidade, para ser espezinhada pela população.
"Foi um processo criativo que deu muito gozo", assegurou hoje à Lusa Fábio Dionísio, de 23 anos, aluno do terceiro ano de Artes Visuais e membro da Art Terror Foundation.
Depois de espezinhada, a tela foi levada para o campo, onde foi "pisada e defecada por um rebanho de duas mil ovelhas", seguindo-se um tractor agrícola que, durante seis horas, lhe passou por cima, acrescentou o mesmo estudante.
"No final, a tela foi lavada nas águas do Alqueva", frisou Fábio Dionísio, destacando que todos os rituais foram escolhidos por estarem relacionados com "a cultura alentejana e a ruralidade da região".
Já a execução do trabalho pictórico recorreu à utilização de inúmeros materiais, como amostras de terra dos 47 concelhos do Alentejo, azeite, cortiça, lã, pele de ovelha, pele de vaca, pigmentos naturais, feno, acrílico, papel e vinho.
Nuno Carriço, de 23 anos, aluno que retratou a tinta-da-china, "o melhor possível", os rostos dos 47 presidentes de câmara, salientou o carácter "inovador" do trabalho.
"Foi inovador e aprendi bastante com alguém [mestre Pedro Portugal] com muita experiência", sublinhou o estudante, natural do concelho de Redondo, satisfeito por representar as "raízes" da região onde nasceu, naquela que é a maior pintura alguma vez feita sobre o Alentejo.
RRL.
Lusa/Fim
Évora, 14 Mai (Lusa) - A maior pintura sobre o Alentejo, com dois por seis metros, é exposta quinta-feira em Évora, culminando um processo criativo de estudantes universitários que envolveu até um rebanho de ovelhas, um tractor e as águas do Alqueva.
A "Pintura Heróica Alentejo Terra-Mãe" corresponde a mil horas de trabalho de cerca de duas dezenas de alunos de Artes Visuais da Universidade de Évora (UE), que frequentaram a cadeira Estúdios, ministrada pelo mestre Pedro Portugal.
O trabalho é apresentado quinta-feira, às 18:00, na Fundação Alentejo - Terra Mãe, em Évora, onde ficará exposto até ao final do mês.
"Esta pintura é um retrato político, administrativo e visual do Alentejo. Tratou-se de um estudo pluridisciplinar da cadeira que lecciono na UE, envolvendo os alunos", disse hoje à agência Lusa o mestre Pedro Portugal.
No trabalho, segundo os promotores, estão presentes elementos como "O Sobreiro", pintura realizada em 1905 por D. Carlos, o Alqueva, o Sol, a fertilidade, a magnética telúrica e o poder animista.
O Atlântico, a poente, o Tejo, a norte, a Espanha, a nascente, e o Algarve, a sul, são outros dos componentes visíveis na tela, que integra também os retratos, a tinta-da-china, dos 47 presidentes de câmara do Alentejo, dos bispos, reitores e directores de nomeação central da região.
Antes de ser pintada, a tela foi preparada com recurso a diversos rituais, que começaram com o seu "sequestro" pela Art Terror Foundation, que a transportou para a Praça do Giraldo, no centro histórico da cidade, para ser espezinhada pela população.
"Foi um processo criativo que deu muito gozo", assegurou hoje à Lusa Fábio Dionísio, de 23 anos, aluno do terceiro ano de Artes Visuais e membro da Art Terror Foundation.
Depois de espezinhada, a tela foi levada para o campo, onde foi "pisada e defecada por um rebanho de duas mil ovelhas", seguindo-se um tractor agrícola que, durante seis horas, lhe passou por cima, acrescentou o mesmo estudante.
"No final, a tela foi lavada nas águas do Alqueva", frisou Fábio Dionísio, destacando que todos os rituais foram escolhidos por estarem relacionados com "a cultura alentejana e a ruralidade da região".
Já a execução do trabalho pictórico recorreu à utilização de inúmeros materiais, como amostras de terra dos 47 concelhos do Alentejo, azeite, cortiça, lã, pele de ovelha, pele de vaca, pigmentos naturais, feno, acrílico, papel e vinho.
Nuno Carriço, de 23 anos, aluno que retratou a tinta-da-china, "o melhor possível", os rostos dos 47 presidentes de câmara, salientou o carácter "inovador" do trabalho.
"Foi inovador e aprendi bastante com alguém [mestre Pedro Portugal] com muita experiência", sublinhou o estudante, natural do concelho de Redondo, satisfeito por representar as "raízes" da região onde nasceu, naquela que é a maior pintura alguma vez feita sobre o Alentejo.
RRL.
Lusa/Fim