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Inteligência e Aprendizagem
Será um cão mais inteligente do que um gato? Será um golfinho mais inteligente do que uma baleia? Para todas as perguntas deste tipo a resposta é “não”. Um cão é bom a ser cão. Um gato é tão inteligente quanto precisa de ser para ser gato. Cada um faz o que precisa de fazer para sobreviver no seu próprio mundo. É inegável que veremos alguns cães a serem mais inteligentes do que outros – ou, pelo menos, assim nos parecerá. Mas não acontece o mesmo com os humanos?
De que modo entram a inteligência e a aprendizagem na discussão sobre a senciência? Por um lado, pode-se afirmar que a inteligência e a aprendizagem são independentes dos sentimentos e da consciência, pois manifestam-se autonomamente. Contudo, um ser senciente procurará melhorar a sua qualidade de vida e servir-se-á do que tiver aprendido para o fazer. Isto implica que seja capaz de aprender, ter memória para armazenar experiências e conhecimentos, ter inteligência para formular conhecimentos a partir dessas experiências, e ter inteligência tanto para relacionar estes factores com os problemas que encontra quanto para efectivamente resolvê-los. Assim, a inteligência e a aprendizagem têm uma relação mais próxima da senciência do que se poderia pensar.
Os animais tendem sempre a aprender e desenvolver activamente diferentes técnicas para melhorarem a sua situação ou para se adaptarem a ela. Isto acontece num ambiente natural que apreciam, mas intensifica-se ainda mais quando estão num ambiente que não apreciam. Esta capacidade de um animal para se sentir bem e para se sentir mal, para reagir a essa situação, ou para a mudar ou para se adaptar, e para resolver problemas, dá, mais uma vez, uma indicação do modo como o animal está a pensar e de como a inteligência e a aprendizagem podem ter uma forte relação com a senciência, embora a senciência não dependa destas.
Durante muito tempo, pensou-se que o uso de ferramentas era um comportamento definidor de inteligência nos humanos e exclusivo destes.
Contudo, foi descoberto, desde então, que muitos outros animais também as usam – e não só: também as constroem, o que requer que sejam capazes de as conceber primeiro e em função de um objectivo específico. Abutres que argam pedras sobre ovos de avestruz e paus usados por primatas para pescar são apenas dois exemplos rápidos e claros de uso de ferramentas. O corvo é particularmente engenhoso – sendo um perito tanto em construção como em utilização de ferramentas. A concepção, construção e utilização de ferramentas pode, mais uma vez, ser um elemento importante com ligação à senciência de um animal, uma vez que o uso de ferramentas pode fazer com que a vida de um animal seja melhor, mais fácil ou mais segura.
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Abraço
Será um cão mais inteligente do que um gato? Será um golfinho mais inteligente do que uma baleia? Para todas as perguntas deste tipo a resposta é “não”. Um cão é bom a ser cão. Um gato é tão inteligente quanto precisa de ser para ser gato. Cada um faz o que precisa de fazer para sobreviver no seu próprio mundo. É inegável que veremos alguns cães a serem mais inteligentes do que outros – ou, pelo menos, assim nos parecerá. Mas não acontece o mesmo com os humanos?
De que modo entram a inteligência e a aprendizagem na discussão sobre a senciência? Por um lado, pode-se afirmar que a inteligência e a aprendizagem são independentes dos sentimentos e da consciência, pois manifestam-se autonomamente. Contudo, um ser senciente procurará melhorar a sua qualidade de vida e servir-se-á do que tiver aprendido para o fazer. Isto implica que seja capaz de aprender, ter memória para armazenar experiências e conhecimentos, ter inteligência para formular conhecimentos a partir dessas experiências, e ter inteligência tanto para relacionar estes factores com os problemas que encontra quanto para efectivamente resolvê-los. Assim, a inteligência e a aprendizagem têm uma relação mais próxima da senciência do que se poderia pensar.
Os animais tendem sempre a aprender e desenvolver activamente diferentes técnicas para melhorarem a sua situação ou para se adaptarem a ela. Isto acontece num ambiente natural que apreciam, mas intensifica-se ainda mais quando estão num ambiente que não apreciam. Esta capacidade de um animal para se sentir bem e para se sentir mal, para reagir a essa situação, ou para a mudar ou para se adaptar, e para resolver problemas, dá, mais uma vez, uma indicação do modo como o animal está a pensar e de como a inteligência e a aprendizagem podem ter uma forte relação com a senciência, embora a senciência não dependa destas.
Durante muito tempo, pensou-se que o uso de ferramentas era um comportamento definidor de inteligência nos humanos e exclusivo destes.
Contudo, foi descoberto, desde então, que muitos outros animais também as usam – e não só: também as constroem, o que requer que sejam capazes de as conceber primeiro e em função de um objectivo específico. Abutres que argam pedras sobre ovos de avestruz e paus usados por primatas para pescar são apenas dois exemplos rápidos e claros de uso de ferramentas. O corvo é particularmente engenhoso – sendo um perito tanto em construção como em utilização de ferramentas. A concepção, construção e utilização de ferramentas pode, mais uma vez, ser um elemento importante com ligação à senciência de um animal, uma vez que o uso de ferramentas pode fazer com que a vida de um animal seja melhor, mais fácil ou mais segura.
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Abraço