Raínhas de Portugal
Dinastia de Avis
D. Filipa de Lencastre ( Phillipa Plantagenet, Duchess of Lancaster ) - D. João I
Rainha de Portugal, era filha primogénita de João de Gaunt ( John of Gaunt ), filho do rei Eduardo III de Inglaterra e de D. Branca de Lencastre,( Blanche of Lancaster ) duques de Lancaster.
Casou a 2 de Fevereiro de 1387 com D. João I, na Sé do Porto. D. Filipa era irmã de Henrique IV de Inglaterra.
Educada em Inglaterra, numa das propriedades rurais de seu pai, pouco se sabe da sua vida até aos 26 anos. Em 1386 embarcou com seu pai, sua madrasta e sua irmã, D. Isabel, para Castela, sendo então prometida a D. João I, rei de Portugal. Deste casamento nasceram oito filhos, descendência essa que ficou conhecida como a "ínclita geração".
D. Filipa nunca se desligou dos hábitos ingleses e, por sua influência, novos costumes se introduziram na corte portuguesa, o que viria a manifestar-se na conduta, na formação moral e até na actividade literária de seus filhos D. Duarte, D. Pedro, D. Henrique e D. Fernando.
D. Filipa promoveu sempre o fortalecimento das relações comerciais, políticas e diplomáticas com Inglaterra, sendo já o seu casamento, aliás, um contributo para a consolidação da aliança luso-britânica, estabelecida em 1372. Incitou a fidelidade de Portugal ao papa, acompanhando e interessando-se igualmente pela preparação dos planos para a conquista de Ceuta. ( Leia-se Os filhos de D. João I de Oliveira Martins )
Morreu de peste em Odivelas, nas vésperas da partida para Ceuta, não sem antes entregar a cada um dos infantes, D. Duarte, D. Pedro e D. Fernando, uma espada, com a qual viriam a ser armados cavaleiros por seu pai, D. João I. Foi sepultada em Odivelas, e, posteriormente, trasladada para o mosteiro da Batalha.
Teve 8 filhos: Branca, Afonso, D. Duarte, Pedro, Henrique, Isabel, Fernando e João,
D. Leonor
D. Leonor de Aragão - D. Duarte
Rainha de Portugal, filha de Fernando I, rei de Aragão e da Sicília, tornou-se rainha de Portugal pelo seu casamento com D. Duarte, que se celebrou em Coimbra, em 1428. Foi seu irmão, D. Afonso V de Aragão, quem tratou do consórcio, já que nele via a maneira mais eficaz de ligar solidamente as casas reais de Aragão e Navarra e de Portugal.
D. Leonor apoiaria seu marido, D. Duarte, em todo o seu reinado, e, aquando da tomada de decisão sobre a continuação da expansão portuguesa no norte de África, manifestou-se a favor desta empresa, intercedendo mesmo junto de D. Duarte para que a expedição a Tânger tivesse lugar.
D. Duarte tinha-a, de facto, como boa conselheira e uma prova da sua afeição por Leonor, reside no facto de lhe dedicar o Leal Conselheiro, num prefácio dirigido "à muito prezada e amada Rainha e Senhora".
D. Duarte faleceu cedo (1438), deixando então D. Leonor como regente do reino, até D. Afonso V atingir a maioridade. Esta disposição gerou, contudo, grande controvérsia no reino, já que a opinião pública considerava os infantes D. Pedro, D. Henrique e D. João mais capazes de governar.
D. Leonor manteve-se, no entanto, como regente até 1440, assinando os actos régios como "a triste rainha", ano em que foi substituída pelo infante D. Pedro, acabando por ser afastada da corte, e exilando-se então em Espanha, vindo a falecer em Toledo.
Teve 8 filhos: João, Filipa, D. Afonso V, Leonor, Duarte, Joana, Catarina e Fernando.
D. Isabel - D. Afonso V
Filha do infante D. Pedro, irmão de D. Duarte e de D. Isabel de Urgel, casou com o seu primo D. Afonso V em Maio de 1447.
Teve 3 filhos: João (1451-1452), Joana (1452-1490) e D. João II (1455-1495).
D. Leonor de Lencastre - D. João II
Casou em 16 de Setembro de 1473.
Teve um filho Afonso, que nasceu em 1475 e morreu de acidente em 1491. Filha do infante D. Fernando (irmão de D. Afonso V) e de D. Beatriz, casou aos 12 anos com o seu primo o futuro rei D. João II, então com15 anos, tornando-se assim rainha de Portugal. Desse casamento nasceu o príncipe D. Afonso, que morreu cedo (1475-1491).
Em 1476, ficou como regente do reino, por D. João II ter de se ausentar em defesa de seu pai em Castela. O facto de o seu filho D. Afonso ter morrido cedo levou a que D. João II pretendesse pôr no trono o filho bastardo (D. Jorge), levando D. Leonor a defender os interesses de seu irmão, D. Manuel, na sucessão.
D. Leonor de Lencastre , destacava-se, pela formosura, inteligência e, sobretudo, pelo muito que sofreu e pelo bem que espalhou, Dona Leonor, a fundadora das Casas de Misericórdias, filha do Duque de Viseu, Dom Fernando, Grão Mestre de Aviz, e Grão Mestre de Santiago; neta Del Rei, Dom Duarte e duas vezes bisneta de Dom João I, Dona Leonor, a "Rainha dos sofredores", era de temperamento muito diverso do seu real consorte.
Ela, linda e faceira, era impressionantemente bondosa. Tinha a fisionomia suavíssima, marcada pelos olhos azuis e cabelos louros, herdados de sua bisavó, Dona Filipa de Lencastre
Voltou a ser regente do reino em 1498, já durante o reinado de D. Manuel. Data desse período a criação das Misericórdias, obra social que cresceu rapidamente e se espalhou por todo o reino. Deve-se-lhe também a construcção do Hospital das Caldas que recebeu o nome de Caldas da Rainha (em sua homenagem) e o título de vila (1511).
Foi também grande protectora e impulsionadora das artes e letras em Portugal. Fundou ainda os conventos da Madre de Deus e da Anunciada e a igreja de Nossa Senhora da Merceana.
Faleceu em Lisboa, tendo sido sepultada no convento da Madre de Deus. em campa rasa, ao lado da sua irmã, a Duquesa de Bragança.
D. Isabel - D. Manuel I
Rainha de Portugal e primeira esposa de D. Manuel I. Filha dos Reis Católicos espanhóis (Fernando e Isabel), veio para Évora em 1479 como caução por parte da vizinha Espanha no tratado das Terçarias de Moura. Aí casou em 1490 com o príncipe herdeiro de Portugal, D. Afonso, filho de D. João II.
Viúva em 1491, por morte de D. Afonso num acidente em Almeirim, voltou a casar, em 1497, com D. Manuel I quando este sucedeu a D. João II, colocando o casamento condições que obrigavam o monarca português a expulsar os judeus do país. Ambos foram jurados herdeiros dos tronos de Castela e Aragão (1498).
D. Isabel viria a morrer ao dar à luz o primogénito, D. Miguel da Paz, que, no próprio dia do nascimento, foi reconhecido e aclamado como herdeiro desses reinos e do de Portugal. O herdeiro, porém, viria a falecer com menos de dois anos de idade, pondo termo às esperanças de uma união ibérica.
D. Maria - D. Manuel I
Rainha de Portugal. Filha dos Reis Católicos, casou com D. Manuel I em 1500. Teve nove filhos, entre os quais D. João III e o cardeal D. Henrique, que foram reis de Portugal, e D. Isabel, que casou com o imperador Carlos V.
D. Leonor - D. Manuel I
Rainha de Portugal, filha de Filipe, o Belo, e de Joana, a Louca. D. Leonor foi educada na corte de seu irmão, Carlos V, tornando-se, em 1519, a terceira mulher do rei D. Manuel I. Desse matrimónio nasceram o infante D. Carlos, que morreu cedo, e a infanta D. Maria.
Em 1521, ficou viúva de D. Manuel e, em consequência do tratado de Madrid (1526) e do de Cambray (1529), casou com Francisco I de França, no ano de 1530. Após a morte deste, em
1547, regressou aos Países Baixos, para junto de seu irmão Carlos V, morrendo uns anos mais tarde (1558) em Talavera.
Foi sepultada no mosteiro do Escorial.
D. Catarina de Áustria - D. João III
Rainha de Portugal, esposa de D. João III, era neta dos reis católicos de Espanha, D. Fernando e D. Isabel, e irmã de Carlos V. Teve papel activo nos negócios do reino, participando nos conselhos de estado e exercendo influência sobre seu marido. Em 1557, após a morte de D. João III, tornou-se regente do reino e responsável pela educação do neto, D. Sebastião.
Abandonou a regência em 1562, passando Portugal a ser reinado pelo cardeal-rei D. Henrique até aos 14 anos de D. Sebastião. Continuou, porém, a intervir na educação do futuro rei. Os conflitos entre avó e neto foram em grande número, dada a oposição de D. Catarina aos projectos de D. Sebastião para o norte de África. Recolheu-se ao Paço de Xabregas, morrendo meses antes da batalha de Alcácer Quibir. Foi fundadora de diversos mosteiros e igrejas.