Portal Chamar Táxi

Rauschenberg abriu novos caminhos, diz director do MACS

Satpa

GF Ouro
Membro Inactivo
Entrou
Set 24, 2006
Mensagens
9,470
Gostos Recebidos
1
Rauschenberg abriu novos caminhos, diz director do MACS

O director do Museu de Arte Contemporânea de Serralves (MACS), no Porto, João Fernandes, lamentou a morte de Robert Rauschenberg, falecido em Tampa, na Florida, EUA, aos 82 anos.

O responsável considerou que «Robert Rauschenberg foi um artista que abriu novos caminhos, que antes não existiam, para as gerações seguintes e ficará sempre na memória de Serralves», salientando que «foi um artista que fez aqui a sua última exposição e que teve a generosidade de estar presente na sua inauguração».

A exposição «Robert Rauschenberg: Em Viagem 70-76» esteve patente no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, entre 26 de Outubro de 2007 e 30 de Março deste ano. A mostra foi a segunda mais vista de sempre em Serralves, só ultrapassada pela exposição de Paula Rego, que, no início de 2005, encerrou com 157 mil visitantes.

João Fernandes sublinhou que o trabalho com Rauschenberg continuou após esta mostra, já que depois de Serralves a exposição foi para o Museu Haus der Kunst, em Munique, onde se encontra actualmente. «Infelizmente, não pudemos estar com ele na inauguração de Munique, porque se encontrava já hospitalizado», acrescentou, indicando que a exposição deve agora seguir para o Museo de Arte Contemporanea Donna Regina, em Nápoles, Itália.

Comissariada por Mirta d´Argenzio, «Robert Rauschenberg: Em Viagem 70-76» reúne 65 trabalhos, realizados entre 1970 e 1976, uma época extremamente produtiva para o artista, que realizou então várias exposições em diversas galerias de Itália, Paris (Galeria Sonnabend), Israel (Museu de Jerusalém) e em Nova Iorque (Galeria Leo Castelli). Robert Rauschenberg utilizou, neste período, materiais simples como o cartão e o tecido, explorando novas possibilidades de técnicas de impressão, fazendo novos amigos e envolvendo-se em colaborações várias.

O artista apresentou, nessa altura, experiências surpreendentes com obras feitas de caixas de cartão de embalagem (as «Cardboard Pieces»), que apresentavam estranhas cores fosforescentes e remetiam para o Egipto antigo (pelo que ficaram conhecidas como «Early Egyptians»). Estes trabalhos foram recebidos com entusiasmo pela nova geração de artistas conceptuais de então, sendo, por outro lado, confrontados com as realizações dos jovens artistas italianos dessa época - da corrente chamada «arte povera» (arte pobre) - devido ao uso que, tal como eles, Rauschenberg fez de materiais pobres e reciclados

Muito recentemente, este período da obra de Rauschenberg foi redescoberto, como o comprovou a exposição das suas «Cardboard Pieces», realizada já este ano na The Menil Collection (Houston), instituição com a qual esta mostra foi parcialmente co-produzida. Esta foi a primeira grande apresentação em Portugal da obra de Rauschenberg, pioneiro da Pop Art e um dos artistas mais influentes da segunda metade do século XX.

Foi um artista com um percurso único, tendo na sua carreira galardões invulgares, nomeadamente o Grammy que ganhou pela criação da capa do álbum «Speaking in Tongues», dos Talking Heads (1983). Esta obra, que está actualmente em exposição em Serralves, integrada na mostra «Vinil - Gravações e Capas de Discos de Artista», que estreou na última sexta-feira, comissariada pelo belga Guy Schraenen.


DDigital
 
Topo