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Com o consumo e comodismo na ordem do dia da população atual, o comércio e outros serviços fazem por responder a todas as necessidades dos seus clientes com cada vez mais espaços a funcionar 24 horas por dia.
O alargamento de horário pode funcionar a nível financeiro, mas não tanto a nível da saúde dos funcionários que trabalham no turno da noite, algo que é comum ao comércio mas também a enfermeiros, polícias, taxistas ou outras profissões.
Embora ciente de que esta é a única opção para muitos que carecem de dois trabalhos, Javier Carnerero, especialista em medicina de sono, avança que tais casos nunca se devem sobrepor à saúde do ser humano, nomeadamente à necessidade de se dormir de noite.
Mesmo que apenas se trabalhe durante a noite, tendo o dia para poder dormir, um adulto em média não consegue fazê-lo por mais de cinco ou seis horas, mesmo que careça de maior tempo de descanso, principalmente se tiver mais que 35 anos – idade a partir da qual o indivíduo tem maior dificuldade em responder às alterações de horário.
Além do tempo, também a qualidade do sono é afetada, já que o cérebro está programado para dormir de noite.
Aponta o especialista que, como resultado de se dormir de dia estão consequências como irritação, alteração de humor como reflexo das mudanças hormonais e, no caso das mulheres, período menstrual mais doloroso.
Há também consequências mais graves, segundo um estudo feito em 2014 pelo ‘American Journal of Preventive Medicine’ como o maior risco de problemas cardiovasculares. A prová-lo estão os dados que revelam que o número de mortes por problemas cardiovasculares é consideravelmente mais comum no caso de indivíduos que trabalhavam no turno da noite há, pelo menos, cinco anos, seja em turnos rotativos ou de forma permanente.
Na impossibilidade de evitar o turno noturno, Javier Carnerero aconselha a que o trabalhador faça uma sesta de cerca de uma hora antes de começar a trabalhar. Quando terminar o turno, use óculos escuros para ‘enganar’ o cérebro acerca da claridade solar.
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